terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

10 - Monumento da Criação


"Assim os céus e a terra, e todo o seu exército foram acabados. E havendo Deus acabado no dia sétimo, a sua obra que tinha feito, descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que tinha feito. E abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra, que Deus criara e fizera." Génesis 2:1-3.

Numa das minhas visitas pastorais a Bilbau (Espanha), um membro da igreja local quis falar-me da situação difícil que se vivia no seu lar. A sua esposa era católica fervorosa e tinha como diretor espiritual o pároco da igreja mais importante da cidade. Este clérigo inspirava nela uma atitude intransigente no que dizia respeito à fé do seu marido, o que tornava impossível a convivência pacífica na família. Então, ocorreu-me o seguinte:
- Diga à sua esposa que no próximo sábado me convide para almoçar e que convide também o seu diretor espiritual.
- Está a falar a sério, pastor? - perguntou o homem.
- Claro que sim - respondi com segurança.
Assim o fez e à volta da mesa encontrava-se o pároco, o casal e eu próprio. Então, lancei a seguinte pergunta:
- O que podemos nós, dois ministros do Evangelho, fazer para que este casal se dê bem?
O sacerdote esquivou-se à resposta imediata e depois, num determinado momento, fez-me a seguinte observação:
- Por que razão os Adventistas dão tanta importância à observância do Sábado? O importante é separar um dia na semana para nos encontrarmos com Deus e Lhe rendermos culto, não é verdade?
Tinha que lhe dar uma resposta convincente e assim, depois de refletir, recordei aquelas palavras que, em 1873, J. N. Andrews escreveu na sua History of the Sabbath (História do Sábado):

"A importância do Sábado como instituição comemorativa da Criação, consiste no facto de recordar sempre a verdadeira razão pela qual se deve ADORAR Deus - PORQUE  ELE  É  O  CRIADOR,  E  NÓS  SOMOS  AS  SUAS  CRIATURAS. (...) O verdadeiro motivo do culto divino - não apenas aquele que se tributa no 7º dia, mas de toda a adoração, reside na distinção existente entre o Criador e as Suas criaturas."
Ellen G. White, tornando clara esta ideia, diz: "Se o Sábado tivesse sido guardado universalmente, os pensamentos e afetos dos homens teriam sido dirigidos ao Criador como objecto de reverência e culto, e nunca teria havido um idólatra, um ateu, ou um infiel." - O Grande Conflito, p. 364, ed. P. SerVir.


O diretor espiritual da esposa do nosso irmão não replicou, a refeição terminou amigavelmente e houve paz naquela família.

Esta semana, dê ao Sábado o lugar que lhe pertence. Não se aproprie dele.

Carlos Puyol Buil in Meditações Matinais Mas há um Deus no Céu, P. SerVir, 23.02.2016. Conheça o autor em M. p. S., 26.12.2015.




(Veja mais no meu outro blog - 1R)