quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

"O INCÓMODO E MAGNÍFICO
JESUS DE NAZARÉ"


JESUS DE NAZARÉ: CORAJOSO, LIVRE, SIMPLES E POBRE

Antes d'Ele e depois d'Ele o mundo conheceu alguns homens corajosos, livres, simples e pobres: Sócrates, Buda, Moisés, Jeremias, Amós, João Baptista, Francisco de Assis, Mahatma Ghandi, só para citar alguns, que foram corajosos, livres, simples e pobres. Se, para provar a excelência de Jesus nos detivéssemos apenas nessas qualidades, talvez O colocássemos na galeria dos grandes místicos ou reformadores, mas não lhe teríamos feito justiça. Assim como todos os homens citados, Jesus também era muito mais do que isso. Mas aí está a primeira grande verdade: para ser isso é preciso que alguém seja mais, muito mais! A coragem, a rebeldia, a ousadia, a independência, a liberdade e a simplicidade do pobre Jesus originavam-se dentro d'Ele e jorravam da Sua rica personalidade, com a naturalidade de quem tem muito a oferecer e transborda em todas as direcções.

Quando o povo começou a perceber que estava diante de um profeta especial, que falava como quem tinha autoridade e que operava prodígios inimagináveis em Israel, a notícia espalhou-se em cadeia. Em poucos meses em toda a Palestina se falava de Jesus: Judeia, Galileia, Cisjordânia, Líbano e Síria. E até uma comitiva de gregos quis conhecer o novo pregador. Um homem capaz de mexer com a alma do povo, de não se filiar em nenhuma corrente política do Seu tempo, nem de fazer aliança com grupo dominador algum, era, sem dúvida, um fenómeno. Como conseguiu tanta fama e tanto povo sem um suporte ideológico, um grupo de poder ou ao menos, células estrategicamente postadas por toda a região? Que fenómeno incrível era esse homem que, praticamente sozinho, em questão de meses e sem nenhum veículo de comunicação senão a boca do povo, sacudira a opinião de todos? De onde viera? Que métodos usava?

O facto é que Jesus não dizia só o que o povo queria ouvir. Era bom e tocava fundo nos corações, mas solicitava também a inteligência. Questionava e fazia questionar. Exigia mudança de vida. Mostrava-se um corajoso renovador de costumes, abrandando a lei em favor do homem quando esta o oprimia e reforçando-a ainda mais severamente, quando o mesmo homem se prejudicava com o excesso de benevolência. Abrandou a lei do sábado, e do jejum, mas tornou mais severa a do casamento. E foi ainda mais longe do que os profetas e a lei antiga, no capítulo da justiça e da caridade. Quem alimentasse um desejo mau já estava pecando por adultério... Não era, certamente, por dizer coisas doces e fáceis de seguir que adquirira popularidade!

Era esta coragem de sustentar as Suas convicções contra tudo e contra todos, de não se desdizer do que havia dito, de ser positivo no falar e de viver a mística do sim quando é sim e não quando é não, era esta coerência de vida que o levava a desafiar os Seus adversários a que provassem um só pecado Seu; isto e muitas outras coisas que, somadas, compunham o quadro que o povo fazia d'Ele.

Por toda a região corria a notícia de que o profeta Jesus de Nazaré era corajoso, poderoso em obras e palavras, não era de grupo nenhum, atendia a todos, era simples e cheio de novas ideias. Sobre a Sua pobreza tinham ouvido a Sua resposta ao jovem rico. Quem quisesse segui-l'O deveria deixar tudo, dar os bens aos pobres e então acompanhá-l'O. Ele mesmo, interrogado por alguns sobre o endereço onde morava, respondera uma vez que as raposas têm tocas, as aves têm ninho, mas Ele não tinha um lugar para reclinar a cabeça. Podiam acusá-l'O de tudo, mas de explorar o povo, não. Porque era visível a Sua pobreza. Não era mendigo, não pedia esmola, tinha quem ajudasse o grupo e havia até um deles, Judas Iscariotes, que administrava os poucos bens da pequena comunidade. Mas Jesus insistia em que se vivesse do essencial e que não se buscassem fortunas nem bens além do suficiente para viver. Praticar a justiça do reino, e o resto virá por acréscimo. O lema era esse. A prática também. Não há uma passagem da Bíblia que mostre que Jesus possuísse alguma coisa de Seu. Há, sim, inúmeras passagens que falam da Sua proposta de pobreza e da Sua vida de renúncia e de poucas posses!

Honesto, corajoso, livre, simples e pobre; um homem, de resto bastante parecido com os judeus do Seu tempo, marcaria milhões de vidas em Israel e pelo decurso destes dois mil anos. Porque é que, sendo bom como tantos outros o foram, Jesus ficou mais tempo e marcou mais a História?

       

O INCRÍVEL PODER DO NAZARENO

Ousado, livre, independente, severo e exigente consigo mesmo e com os outros, cheio de ternura para com os pobres, os pequenos e os oprimidos, capaz de interpretar a Lei em favor do homem, apesar das acusações de blasfémia e rebeldia de que foi alvo, Jesus tinha, ainda, um trunfo que poucos pregadores de religião tiveram: tinha poder superior aos que se proclamaram "homens de Deus".

Os judeus conheciam centenas de histórias de homens superdotados, cujas façanhas mostravam o quanto Deus estava com eles. Moisés, Elias, Eliseu, Habacuc, Daniel, Sansão, David...
Moisés fizera recuar o mar Vermelho... Tirara água de uma rocha... Punira com pragas terríveis o soberano egípcio. Tinha poderes incríveis. Elias ressuscitava crianças, subira ao céu num carro de fogo... Eliseu fazia-se temer porque podia, num passe de magia, fazer aparecer tigres. Daniel desmascarara os deuses pagãos e fora protegido por Deus quando lançado aos leões. Sete dias depois, lá estava ele, incólume, no meio de leões famintos. Sim, os judeus conheciam muito bem os feitos maravilhosos dos seus profetas e reis... Fábulas, piedosas invenções ou verdades, o facto é que homens poderosos em actos e palavras, Israel já conhecera muitos.

Mas este Jesus superava-os a todos. E nem mesmo os adversários podiam negar os factos. Impotentes diante da verdade desses factos, resolveram interpretá-los a seu modo: eram coisas do Diabo... (João 10:20). Mas que Ele possuía um poder incrível sobre coisas e sobre pessoas, isso Jesus possuía (João 10:41). Israel jamais havia visto em toda a sua história um homem tão cheio de força interior e tão impressionante. Ou os evangelistas mentiram para tornar Jesus um semideus, ou disseram a verdade pura e simples.
Nestes quase dois mil anos que nos separam daqueles acontecimentos, foram inúmeros os adversários que preferiram negar o poder de Jesus ou interpretá-lo à luz de alguma hipótese: "era um faquir, era um prestidigitador, não fora milagre de verdade, os evangelistas generalizaram e exageraram as ocorrências, pura magia, exagero de pessoas incultas"... Mas os evangelhos estão aí, com factos verificados por testemunhas oculares, ou no mínimo, por gente que esteve, há muitos anos, mais perto desses factos. E quando escreveram tais coisas muita gente ainda vivia. Poderiam ter sido contestados. Parece que não foram... Então havia verdade no que disseram!

Acompanhemos um Pouco o Que Diziam os 'Jornalistas' Daqueles Dias: Mateus, Marcos, Lucas, João:

Mateus 13:54-58 - "De onde lhe vem tal sabedoria e tantos milagres? Não é Ele o filho do carpinteiro? Não se chama Sua mãe Maria e Seus irmãos Tiago e José, Simão e Judas? Suas irmãs não estão todas entre nós? De onde, pois, Lhe vem tudo isso?" E não queriam acreditar n'Ele... "E não fez ali muitos milagres por causa da descrença dos Seus conterrâneos."
Mateus 11:20-23 - Censurou Corozaim, Betsaida, Tiro e Sidónia, onde realizou a maioria dos Seus milagres, porque não se haviam convertido. E disse que, se Sodoma e Gomorra tivessem visto tantos milagres, até essas cidades se teriam convertido.
Mateus 14:35, 36 - Na região de Genesaré trouxeram-Lhe todos os enfermos. Estes pediam a Jesus que os deixasse tocar a borda do Seu manto ou a ponta das vestes. "E todos os que O tocavam ficavam curados."
Marcos 5:30; Lucas 8:46 - Jesus percebia que uma força especial saía d'Ele em certos momentos. Chegou a perguntar quem O tocara no meio da multidão que O apertava. Fora uma mulher enferma que O tocara, com Fé, na ponta das vestes.
Lucas 6:19 - A multidão sabia que Jesus tinha uma força especial. Não precisava de falar com Ele, quem O tocasse com Fé ficava curado.
Mateus 26:53 - O próprio Jesus afirma que tem poderes especiais quando os discípulos esboçam uma reacção armada para defendê-l'O. Diz que, se quisesse, poderia pedir ao Pai e Este lhe daria doze legiões de anjos...
Lucas 9:26 - Jesus diz ainda que será um dia visto na glória cercado de santos anjos.
Lucas 10:17 - Os discípulos impressionaram-se com o facto de os demónios lhes obedecerem quando pronunciavam o nome de Jesus.
Mateus 4:23-25 - Mateus afirma que, desde o começo da Sua pregação, Jesus percorria a Galileia, ensinava nas sinagogas, pregava a boa nova do reino e curava todas as doenças e enfermidades do povo. A Sua fama espalhou-se para os países vizinhos. O povo, trazia-Lhe os endemoninhados, lunáticos, paralíticos e gente atacada de todas as dores e doenças, e Jesus curava-os a todos. Grandes multidões de toda a região queriam beneficiar do Seu poder.
Mateus 8:2 - Jesus cura um leproso com um simples toque de mão: "quero, fica limpo".
Mateus 8:5-8, 13 - Um oficial romano pede-Lhe a cura de um criado paralítico. Jesus dispõe-se a ir vê-l'O, mas o oficial demonstra tanta Fé, que Lhe sugere que não Se canse indo até sua casa. Crê que Jesus tem poder para curar de longe. E Jesus, de longe, cura o criado do militar romano.
Mateus 8:14-16 - A sogra de Pedro está de cama com febre. Jesus toma-a pela mão e ela fica curada e vai servi- l'O. Jesus continua curando a multidão de doentes que O procura.
Mateus 8:28-34 - Dois possessos agridem-n'O com palavras. Ele liberta-os e provoca a morte de uma manada de porcos para a qual manda os maus espíritos. A cidade reage exigindo que Ele Se vá embora.
Mateus 9:18-26 - Um chefe aflito pede-Lhe que ressuscite a sua filha. No mesmo instante uma mulher toca-O e é curada. Jesus vai à casa do chefe aflito. Afirma que a menina não está morta. Os presentes riem-se d'Ele pois sabem que ela não dorme mas sim que está morta. Jesus manda-os sair, toma a mão da menina e ela levanta-se.
Mateus 9:32-34 - Jesus devolve a fala a um mudo. O povo impressiona-se e diz que Israel nunca havia visto um homem com tanto poder. Os inimigos dizem que o poder d'Ele vem do Diabo.


       

A Lista dos Milagres e do Poder de Jesus é Enorme:

Cura cegos (Mateus 9:27-30); multiplica pão e peixe para uma enorme multidão (Mateus 14:16-21). Cura pessoas atormentadas pelo demónio, ou loucas (Mateus 15:21-22, 28), cura um rapaz epiléptico, a quem nenhum dos discípulos conseguira curar (Mateus 17:15, 18), cura os cegos e mutilados no Templo (Mateus 21:14). Cura algumas mulheres loucas e possuídas de maus espíritos (Lucas 8:2). Cura uma mulher corcunda, sem que ela o pedisse, com pena dela (Lucas 13:11-12). Cura um homem, vítima de hidropisia, tocando-o na mão (Lucas 14:2, 4). Repõe a orelha do criado do sumo sacerdote que um dos discípulos cortara ao tentar defendê-l'O, e cura-o (Lucas 22:50-51). Transforma seis talhas cheias de água em vinho de primeira qualidade para libertar um jovem casal do embaraço de não ter mais o que oferecer aos convidados (João 2:1-10). Nicodemos impressiona-se com o poder de Jesus e afirma que ninguém pode fazer os milagres que Ele fazia se não tivesse Deus em Si (João 3:2). Cura um paralítico à beira da piscina, sem que este o pedisse (João 5:5-9). Alimenta 5.000 pessoas com 5 pães e 2 peixes (João 6:6-14). Repreende aqueles que O procuram, não pelos Seus milagres e pelo Seu poder, mas sim porque lhes dera de comer (João 6:26). O Seu poder é tanto que o povo pergunta: Quando o Cristo vier, será que fará mais milagres do que Ele faz? (João 7:31). O cego curado com saliva e lodo nos olhos, exclama: "Se este homem não fosse de Deus não poderia fazer o que faz" (João 9:33). Ressuscita Lázaro que já cheirava mal por estar morto há quatro dias (João 11:39-44). O Seu poder é tal e impressiona tanto o povo, que o grupo dominante resolve matá-l'O por medo de que um homem que tem tanto poder e faz tantos milagres arraste o povo a uma aventura e Israel seja massacrado pelo exército romano (João 11:46-48).

Eram Tão Manifestos o Seu Poder e a Sua Força Interior que, em Muitas Ocasiões,
Causou Medo e Espanto Naqueles que O Acompanhavam:

Acalma o vento e as águas com uma ordem, e a tempestade termina (Mateus 8:26). Afirma que Ele mesmo é mais importante que o Templo de Jerusalém (Mateus 12:6). Proclama ser senhor do sábado, portanto, está acima da lei. (Mateus 12:8). E vai mais longe: diz que é mais importante que o sábio rei Salomão (Lucas 11:31); e caminha sobre as águas (Mateus 14:25-27). Diz que tem poder para destruir o Templo e reconstruí-lo em três dias (Mateus 26:61).

É crer ou não crer. Alguns factos podem até ser explicados ou interpretados. Mas negar sistematicamente que Jesus tinha poderes extraordinários é tão sectário como cegamente agarrar-se a uma Fé sem interrogações. Alguma coisa de especial Jesus possuía. E até os adversários admitiam estar diante de um homem poderoso em obras e palavras e capaz de arrastar as multidões. E tanto sabiam deste poder incrível que decidiram matá-l'O antes que levasse Israel a uma aventura política perigosa (João 11:46-48). Da leitura dos evangelhos uma verdade ressalta cristalina: Israel e o mundo inteiro jamais conheceu uma pessoa tão poderosa como Jesus. Ou negamos o valor dos evangelhos ou admitimos que nunca houve ninguém como Jesus em toda a história humana. Terá sido o mais extraordinário mágico que o mundo já viu, ou terá sido mais do que um simples ser humano?...

       

A GRANDE PERGUNTA: QUEM É ESTE HOMEM?

A pergunta estava na boca da maioria. Discípulos adversários, povo, autoridades. À medida que o Seu nome se espalhava por toda a região e pelos países vizinhos, gente da Galileia, da Judeia, da Síria, da Decápole e da Transjordânia vinha vê-l'O. A Sua fama crescia e a notícia do Seu poder e da força da Sua comunicação excitava as mentes e os corações. Estava-se diante de um homem muito especial.
O que começou como brincadeira e ironia de Natanael tornou-se depois numa verdade incómoda:

De Nazaré Poderia Vir Coisa Que Prestasse? (João 1:46). Na Galileia Nascia Algum Profeta? (João 7:52). NASCIA!

Mateus 7:28-29 - As multidões impressionavam-se com a Sua doutrina. Presas de espanto, reconheciam que Jesus era diferente.
Mateus 7:28-29 - Falava como quem tinha autoridade.
Mateus 8:1 - Verdadeiras multidões cercavam-n'O de todos os lados.
Mateus 9:8 - Às vezes, a multidão tem medo ao ver o Seu poder e dá glória a Deus por haver dado tanta força a um ser humano.
Marcos 3:22 - Os fariseus reconheciam que Jesus não era um homem comum, mas atribuíam os Seus milagres a Belzebu, príncipe dos demónios.
Mateus 11:2-5 - João quer saber se Ele é ou não é o Messias. Jesus manda responder que os milagres estão acontecendo: os cegos veem, os surdos ouvem, os coxos andam e os pobres recebem a boa nova de novos tempos.
Mateus 11:19 - Porque Jesus bebe e come normalmente, acusam-n'O de beberrão e comilão.
Mateus 14:1-2 - Herodes ouve dizer que Jesus faz milagres incríveis e pensa que Jesus é a reencarnação de João Baptista a quem mandara degolar...
Mateus 16:13-17 - Alguns pensavam que o Messias seria João Baptista, outros Elias, mas Pedro afirma que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus vivo. Jesus confirma a opinião de Pedro: Foi meu Pai quem to inspirou.
Mateus 22:22, 33 - O povo ficava encantado com a Sua doutrina.
Mateus 22:46 - Era tal a Sua inteligência que os adversários já não tinham coragem de entrar em debate com Ele. Perdiam sempre! E ficavam desmoralizados perante o povo.
Marcos 2:2 - Às vezes, a multidão que O seguia era tanta que não sobrava um lugar, mas não se soube de nenhum tumulto ou desordem por causa disso.
Lucas 12:1 - Eram milhares as pessoas que se juntavam para ouvi-l'O. Chegavam a pisar-se umas às outras.
Mateus 9:35-38 - O povo seguia-O com tanta avidez que inspirava ternura e dó. Pareciam ovelhas sem pastor. Esqueciam-se de comer; sentiam fome, mas iam atrás de Jesus. Estavam diante de um homem pelo qual valia a pena esquecerem-se de comer (Mateus 15:32)
.

Depois dos Seus milagres ou diante de pessoas perturbadas, várias vezes Jesus recomendou que não dissessem quem Ele era. Que não divulgassem o Seu poder. Pedia e exigia segredo sobre a Sua verdadeira natureza.
Mateus 8:4; Mateus 9:30; Mateus 12:16; Mateus 16:20; Mateus 17:9; Marcos 1:34; Marcos 3:12; Marcos 5:43; Marcos 14:61; João 7:4.

Às vezes, Jesus precisava de fugir da multidão; por não querer uma precipitação política, para evitar que O proclamassem rei, para orar (Marcos 1:35), para evitar tumultos, para estar a sós com os discípulos.
Mateus 4:1; Mateus 12:15; Mateus 14:13; Marcos 1:35; Marcos 1:45; Marcos 6:32; Marcos 11:19; João 5:13; João 6:15; João 7:30; João 7:44; João 8:20.

Jesus, porém, demonstrava ser um profeta diferente. Era mais do que profeta. Conhecia os pensamentos ocultos das pessoas e desmascarava-as. Sabia quem falava com sinceridade ou com malícia. O povo sentia que estava diante de um grande profeta. Pilatos reconhece a Sua inocência. Os discípulos de Emaús descrevem-n'O como profeta, poderoso em obras. Um possesso declara-O - o santo de Deus. Pedro reconhece que Jesus é o santo de Deus, o Messias. Jesus sabia o que se passava no coração de Judas.

         

Inúmeras Vezes Jesus Afirmou-Se Enviado por Deus:

Mateus 3:13 - Quer ser baptizado porque o Pai assim o deseja; Mateus 10:40 - Quem O acolher, acolhe Aquele que O enviou; Mateus 15:24 - Afirma-Se enviado às ovelhas perdidas de Israel; João 3:17 - Dá a entender que é o Filho de Deus enviado ao Mundo; João 3:34 - Sustenta que foi Deus Quem O enviou; João 4:34 - Declara que o Seu alimento é fazer a vontade de Quem O enviou à Terra; João 5:23-43 - Afirma várias vezes que o Pai, Deus, O enviou. Afirma que Deus é Seu Pai, Ele é o Filho e foi mandado ao mundo pelo Pai.

Que Tipo de Homem Foi Esse Jesus que os Adversários Temiam, que o Povo Aclamava,
que os Discípulos Admiravam, Sem Saber Exactamente o que Pensar Diante das Coisas Incríveis que Viam?

Qual o homem que ousa proclamar-se filho de Deus, chamar a Deus - MEU PAI, dizer que é o filho do Homem e que o Pai O enviou?
Qual o homem normal que diria que existiu antes de Abraão, que era mais que Moisés, mais do que o Templo de Jerusalém?
Qual o homem que, no seu perfeito juízo, poderia dizer que quem O honra, honra o Pai que O enviou e que Deus dava testemunho d'Ele?
Qual o homem normal que pegaria na mão de um doente e ordenaria a sua cura em Seu próprio nome?
Qual o homem comum que ousaria dizer que as Escrituras davam testemunho d'Ele?... Que era d'Ele que os livros santos falavam?
Qual o homem normal que proclamaria que Ele e o Pai eram uma só Entidade?

Blasfemo? Louco? Desequilibrado? Esperto? Enganador das massas? Charlatão? Possesso? Mentiroso? Megalómano? Tudo isso pensaram de Jesus. Tudo isso disseram d'Ele.

(...) Hoje, como ontem, o magnífico profeta continua incómodo... Jesus de Nazaré, ainda hoje, é uma das grandes perguntas à qual os sábios e os grandes deste mundo prefeririam não ter que responder.
Hoje, como ontem, Ele não Se submete a nenhuma lógica e a nenhum regime do planeta...



Texto e vídeo (letra, música e voz) de Padre Zezinho, José Fernandes de Oliveira,
in O Incómodo e Magnífico Jesus de Nazaré, Edições Paulistas, 1987.

A BATALHA DE BELÉM

"Ó pequena cidade de Belém, quão serena te vemos repousar... As esperanças e os medos de todos os anos se encontram em ti esta noite."

Quando Phillips Brooks escreveu estas estrofes em 1868, ele admitiu que o nascimento de Jesus em Belém fazia parte da grande batalha entre Satanás e Deus. As esperanças e os medos que se encontraram em Belém naquela noite santa dizem-nos que o Natal não se reduz ao nascimento de um bebé numa manjedoura - ele insere-se numa batalha de proporções cósmicas. Aquela antiga batalha de Belém foca a nossa atenção imediata na cidade de David, mas se olharmos para além da superfície das palavras inspiradas de Mateus e Lucas, vemos que o conflito está diretamente ligado a todas as cidades e comunidades do mundo.
Todos os anos somos recordados de que este grande conflito entre a esperança e o medo decorre com extrema ansiedade no coração e no lar das pessoas, onde quer que estas se encontrem. Durante estes dias, mais do que em qualquer outra ocasião, as pessoas decidem que já enfrentaram lutas suficientes na sua vida, e vão-se abaixo ou desistem, sentindo-se derrotadas. Algumas terminam a sua vida de modo trágico, recusando continuar a ser anestesiadas por uma alegria, uma paz e uma emoção fabricadas comercialmente.

Os cristãos também encontram maneiras de disfarçar o seu desespero e anunciar a sua dor. A maior parte de nós age de modo desmesurado durante esta época para mascarar ou esconder a verdade sobre o conflito entre as esperanças e os medos que deflagra descontroladamente no nosso coração. Talvez preferíssemos lutar com a carne e o sangue do que submeter-nos ao domínio do Herói desta controvérsia cósmica.

Imagens de Esperança e Medo São Apresentadas
na História do Nascimento de Jesus:


Primeiro, foi ordenado às pessoas, pelo decreto romano, que fossem a Belém para serem registadas. Isto eram boas notícias para os camponeses, normalmente ignorados. Não há palavras ou ações que possam quebrar mais o espírito humano do que aquelas que, ou - o ignoram - ou que lhe dizem - "tu não contas para nada".
As esperanças de Maria e José iam das grandes expectativas até aos pequenos deslumbramentos acerca do advento da Criança, descrito pelo anjo como sendo o Filho de Deus. Os seus receios eram tão palpáveis que o anjo teve que lhes ordenar repetidamente que não tivessem medo.

Maria temia que a sua vida, já virada do avesso ao ter sido ela escolhida, nunca mais voltasse a ser normal por causa da Criança que crescia e Se mexia no seu ventre. Ela teria que fazer face à bênção pelo papel miraculoso da Criança ou à censura e humilhação por causa do mistério do seu nascimento.
Os pastores eram marginais sociais e religiosos: Homens vulgares, sujos e mal-cheirosos, aparentemente isolados dos homens e de Deus devido à sua profissão. Eles eram considerados impuros e inaptos para participar nas cerimónias do Templo. Eles lembram-nos os pecadores separados de Deus e necessitando desesperadamente da salvação. Eles não tinham valor na Terra, mas alguns acarinhavam, sem dúvida, a esperança de que fossem considerados dignos no Céu.

A visita dos magos representa a vinda dos forasteiros e dos estrangeiros que buscam Jesus. Seguindo uma estrela do Oriente, eles acreditavam que ela anunciava a chegada do Messias. O seu desejo de O verem motivou-os a viajar durante meses para realizarem as suas esperanças de adorarem o Rei dos reis. Mas a sua esperança transformou-se em medo quando eles perderam de vista a estrela e foram parar às mãos de Herodes.
A paranoia do rei Herodes não pode ser ignorada. Ele esperava conservar firmemente a segurança do seu poder e da sua posição fosse de que modo fosse, incluindo o assassinato da sua mulher e de três dos seus filhos. Quando os magos chegaram a Jerusalém, Herodes temeu ser deposto, ultrapassado, substituído! Assim, ele decidiu arrancar a ameaça quando esta ainda era um rebento, assassinando o Messias. As suas ações demonstravam que ele estava a ser manipulado como um títere pelo poder de Satanás na batalha de Belém.
O povo de Belém - na verdade, toda a raça humana - precisava desesperadamente de um herói. Mas Ele veio sob a forma de um bebé!
Em que estaria Deus a pensar quando enviou um bebé indefeso para a batalha de Belém? O Bebé trouxe Paz à Terra e Boa Vontade para com aqueles que Lhe agradavam, que procuravam fazer a Sua vontade. Ele pôs em operação um cessar-fogo, não apenas entre as nossas esperanças e os nossos medos, mas entre a Divindade e a Humanidade.

É por isso que o Seu nome ainda é Maravilhoso, Conselheiro, Deus forte e Príncipe da Paz!

Hyveth Williams, Professora de Homilética na Universidade de Andrews (ver em Links 3I), in Revista Adventista, Dezembro de 2013.



(Pode ler mais sobre este tema, com interesse,
em Meditação para a Saúde, 25.12.2013, Links 1R.)