domingo, 19 de janeiro de 2014

DIA MUNDIAL DA RELIGIÃO


       

PORQUÊ  TANTAS  IGREJAS?

Os cristãos crêem que na pessoa de Jesus Cristo, Deus nos deu uma revelação tão completa
que é suficientemente poderosa para prover toda a humanidade com a salvação.

O Cristianismo é a religião maior e mais global na história humana e está continuamente a crescer e a espalhar-se rapidamente. Todavia o Cristianismo está fragmentado em dezenas de milhar de diferentes, e algumas vezes conflituosos, grupos ou denominações.

Na Igreja Anglicana a tradição Católica
tem permanecido mais forte do
que noutras igrejas Protestantes,
mais fortemente influenciadas
pela reforma de Lutero e Calvino.
Uma vista da Catedral de S. Paulo, Londres.


Porque é que quando a Bíblia diz: "Um único Senhor, uma só fé, um só baptismo"1, os Cristãos não conseguem concordar sobre quem é o Senhor e o que Ele fez? O que é a fé e como praticá-la? Ou mesmo (embora pareça bastante simples no Novo Testamento), como baptizar pessoas na religião cristã?
Estas divisões tornam o Cristianismo uma fraude? Deve o candidato a cristão ser desencorajado por elas? E, talvez o mais crucial, que denominação escolher? Ou deve uma pessoa começar uma denominação própria como alguns têm feito no passado?
Estas perguntas precisam de ser respondidas e colocadas no contexto dos tempos em que vivemos. Nós o faremos ao considerarmos as razões religiosas, históricas e bíblicas para a diversidade dentro do Cristianismo.

RAZÕES  RELIGIOSAS
O Cristianismo não é como outras religiões. Desde o princípio ele atravessou todas as fronteiras culturais, sociais e raciais, e cresceu rapidamente sem qualquer burocracia centralizada. Nunca foi uma religião restringida a uma língua ou raça.
O Cristianismo é essencialmente uma fé pessoal. A sua ênfase está na relação pessoal de cada indivíduo com Deus.
O Cristianismo não impõe religiosamente quaisquer barreiras sociais, como o Hinduísmo. De facto, em Cristo não há "judeu ou grego, escravo ou livre, masculino ou feminino"2. Acesso e interpretação pessoal das Escrituras é vital para o Cristianismo. (A questão acerca da Bíblia é discutida no próximo capítulo). A Bíblia ensina o "sacerdócio de todos os crentes."3

Onde há tal liberdade as pessoas divergirão, de modo que o Cristianismo foi diverso desde o princípio, tanto social como culturalmente. Isto foi como Cristo pretendia que fosse, que "qualquer que cresse" fosse aceite. Mas pretendia Cristo também a diferença na doutrina? Para responder a isto volvamos para a história cristã.

RAZÕES  HISTÓRICAS
Assim como o Cristianismo atravessou fronteiras culturais, do mesmo modo se adaptou a novas situações. De modo diferente de outras religiões mundiais, não foi restringido pela raça (como o Judaísmo), e a Bíblia foi traduzida muito cedo para diferentes línguas (o que não aconteceu com o Corão).
A adaptabilidade é uma das grandes forças do Cristianismo. Assim, por exemplo, enquanto o Cristianismo se espalhava, desenvolveram-se pequenas diferenças nos serviços de culto e no calendário de eventos eclesiásticos. Isto não foi necessariamente uma coisa má, uma vez que ajudou frequentemente a fazer face a necessidades específicas.

Mas nem todas as mudanças foram benéficas ou aconteceram assim tão naturalmente. Algumas foram impostas e engendradas, particularmente quando o Cristianismo se tornou a religião do Império Romano. Os imperadores viram a sua utilidade e potencial em controlarem os seus súbditos, e começaram a manipular a Igreja de modo a responder às suas necessidades políticas. Eles comprometeram frequentemente as crenças e práticas da igreja.
Aproximadamente 150 000 Católicos
reuniram-se junto ao Monumento
Washington
para uma missa campal
em honra da Virgem Maria.
Esta fotografia foi tirada do cimo do
obelisco de 169 metros de altura.

Um bom exemplo disto é a maneira como o dia de culto foi mudado do Sábado para o Domingo, que era muito mais conveniente para os negócios e a burocracia de Roma. Assim os pagãos que se convertessem, nominalmente, não tinham que mudar o seu padrão semanal. Inevitavelmente houve alguns que resistiram a algumas mudanças e tentaram permanecer fiéis aos ensinos da Bíblia. Por sua vez, esta resistência, porque ameaçava a autoridade do Imperador, foi declarada ilegal.
Mas não podia ser erradicada pela força... Fora do Império e em lugares obscuros como a Irlanda e Grã-Bretanha, os cristãos primitivos conseguiram resistir à mudança. Ou ficaram despercebidos dela. Mesmo em lugares como esses, outros compromissos ou adaptações religiosas tiveram lugar em menor escala. Um exemplo são as crenças da antiga igreja Etíope que ficou separada durante séculos do resto da Cristandade.

Tais coisas costumavam acontecer na periferia da Cristandade. No centro, a Igreja Romana era dominante e controlada pelo Estado. Houve um cisma no seculo XI entre o Cristianismo Oriental e Ocidental, mas isto deveu-se a razões políticas. Daqui surgiram as tradições Católica e Ortodoxa.

No século XVI outro movimento decisivo levou à divisão entre a Igreja Católica e no que se tornaram as diferentes denominações do protestantismo. Um número de factores históricos precipitaram este acontecimento. A invenção da imprensa aumentou a disponibilidade das Escrituras. Alguns poderosos Estados do Norte da Europa desejavam sacudir o jugo político e económico da Igreja Católica. Depois houve o estudo honesto da Bíblia, a fé e a visão de alguns indivíduos notáveis tais como Lutero e Calvino.

A Scala Santa ou escada santa em Roma.
Lutero subia, de joelhos, estes degraus a fim
de obter a prometida
indulgência,
quando, de repente, compreendeu
que o homem é salvo
somente pela
graça.





O "protesto" do Protestantismo era que toda a pessoa devia ser livre para ler e decidir por si mesma sobre o que Deus diz na Bíblia e ser livre da compulsão do Catolicismo Romano. A corrupção financeira e política da Igreja conduzira aos excessos entre o clero e a ignorância religiosa, bíblica, entre o povo. A tradução da Bíblia para línguas nativas tinha tido resistência. Muitos éditos de dirigentes da Igreja tinham-se tornado doutrinas no lugar das verdades simples da Bíblia. Havia uma grande necessidade de reforma, mas os que detinham o poder não queriam mudar, de modo que os reformadores não tiveram outra opção senão fundar novas igrejas.

Tudo isto significou que, quando na próxima geração outros desejaram ir mais além na reforma, não havia nenhuma boa razão escriturística para os impedir. Nas décadas que se seguiram, desenvolveu-se grande diversidade e liberdade de crenças. Contudo, isto não convinha às classes governantes. A maior parte das nações emergentes da Europa queriam lidar com uma única forma de Cristianismo, preferentemente uma que estivesse sob o seu controlo. Deste modo desenvolveram-se igrejas nacionais. Na Inglaterra foi o Anglicanismo. Na Escandinávia o Luteranismo e em partes da França e da Suiça o Calvinismo. E assim por diante. Na Europa do Sul, o Catolicismo reafirmou o seu controlo. Estas igrejas "estatais" desencorajaram vigorosamente qualquer liberdade religiosa adicional.




O grande monumento à Reforma Protestante
em Worms, com Martinho Lutero no centro
e à volta dele os precursores da reforma:
Valdo, Wycliff, Huss e Savonarola
.



A Bíblia, no todo ou em parte,
já foi traduzida para
aproximadamente 2 000 línguas,
e o trabalho de tradução continua.






Mas a própria natureza do Cristianismo e das Escrituras é oposta a um tal controlo. A liberdade é essencial. Não muito depois, no Novo Mundo (continente americano), a oportunidade para a liberdade religiosa surgiu uma vez mais. Lá, libertos das restrições dos seus países europeus, os colonizadores misturaram-se e trocaram ideias. Isto gerou algumas crenças estranhas e alguns cultos quase cristãos. Mas também produziu um retorno genuíno às práticas bíblicas e aos ensinos de Cristo.
Assim, por que razão não inicia toda a gente a sua própria igreja ou adora a Deus em privado?
Através da era cristã os crentes têm sentido o desejo de estarem com aqueles que crêem como eles. A actividade comunitária é uma coisa natural para os seres humanos, embora seja às vezes um pouco difícil mantê-la. O próprio Cristo encorajou os Seus seguidores a reunirem-se. De facto, a Bíblia ordena-o.4

Pelo facto de ser, na prática, difícil adorar com outros que observam como santo um dia diferente, ou adoram numa língua diferente, ou com aqueles que têm ou não têm um sacerdote; e porque os cristãos não devem forçar os outros a conformarem-se com as suas práticas, assim, diferentes congregações e denominações desenvolveram-se forçosamente.
Mas isso é apenas uma parte da história.

RAZÕES  BÍBLICAS
A Bíblia, na realidade, predisse que haveria divisões na Igreja. O apóstolo Paulo advertiu:
"Sei que, depois de eu partir, se hão-de introduzir entre vós lobos temíveis que não pouparão o rebanho e que, mesmo no meio de vós, se hão-de erguer homens de palavras perversas para arrancarem discípulos atrás de si. Estai, pois, vigilantes..."5
"O Espírito diz abertamente que, nos últimos tempos, alguns hão-de apostatar da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas diabólicas."6

A Bíblia também adverte os cristãos acerca da corrupção religiosa, comprometimento, fraquezas e ensinos falsos, especialmente nos últimos dias, com o objectivo de causar divisão:
"Fica sabendo que, nos últimos dias, surgirão tempos difíceis. As pessoas tornar-se-ão egoístas, interesseiras, arrogantes, soberbas, blasfemas, desrespeitadoras dos pais, ingratas, ímpias, sem coração, implacáveis, caluniadoras, descontroladas, desumanas e inimigas do bem, traidoras, insolentes, orgulhosas e mais amigas dos prazeres do que de Deus. Conservando uma aparência de piedade, mas negando a sua essência. Procura evitar essa gente."7

As Escrituras predizem e advertem contra aqueles que tentarão acrescentar os seus próprios ensinos aos de Jesus:
"Virão tempos em que o ensinamento salutar não será aceite, mas as pessoas acumularão mestres que lhes encham os ouvidos, de acordo com os próprios desejos."8
"Olhai que não haja ninguém a enredar-vos com a filosofia, o que é vazio e enganador, fundado na tradição humana ou nos elementos do mundo, e não em Cristo."9

Também as escrituras revelam as tentativas satânicas para dividir a Igreja e corromper ou obscurecer as doutrinas dadas por Jesus desde o princípio do Cristianismo:
"Estou admirado de que tão depressa vos afasteis daquele que vos chamou pela graça de Cristo, para seguirdes outro Evangelho. Que outro não há; o que há é certa gente que vos perturba e quer perverter o Evangelho de Cristo."10
"De facto, entre vós infiltraram-se certos homens que já há muito estão inscritos para este julgamento, uns ímpios que convertem em libertinagem a graça do nosso Deus e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo."11

A Bíblia prediz que esta influência satânica continuará:
"Assim como houve entre o povo de Israel falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres; introduzirão disfarçadamente heresias perniciosas e, indo ao ponto de negar o Senhor que os resgatou, atrairão sobre si mesmos uma rápida perdição. Muitos hão-de segui-los na sua libertinagem e, por causa deles, o caminho da verdade será blasfemado."12

O mundo está imerso numa batalha desesperada entre o bem e o mal. As forças do mal não podem obliterar a verdade mas elas podem desviar e corromper as pessoas, e o fazem.
Assim, a introdução do compromisso e o acrescentar do ensino humano à palavra de Deus, e a mudança de práticas bíblicas para algo mais conveniente, tem causado a maior parte das divisões na Cristandade.

A fé cristã coloca a Verdade antes da unidade. O indivíduo antes do grupo, a Palavra de Deus antes da palavra do homem. Para o cristão o que conta é o que ele ouve Jesus a dizer-lhe e não o que a Igreja-Estado ou a Tradição diz.
Descobrir a verdade por si mesmo é vital, e ela está gratuitamente à sua disposição nas páginas da Bíblia. Isto é como muitos cristãos crêem e ensinam.

Referências:
1. Efésios 4:5; 2. Gálatas 3:28; 3. I Pedro 2:5; 4. Hebreus 10:25; 5. Actos 20:29-31; 6. I Timóteo 4:1; 7. II Timóteo 3:1-5; 8. II Timóteo 4:3; 9. Colossences 2:8; 10. Gálatas 1:6, 7; 11. Judas 4; 12. II Pedro 2:1, 2.

Texto e imagens do Livro Ano 2000 - Fim ou Continuação?
(Conheça os autores, editor e publicadora em Meditação para a Saúde, 15 de Maio de 2012).

ECUMENISMO
Unindo as Igrejas

"Todos conhecerão que sois Meus discípulos, se vos amardes uns aos outros." (João 13:35)

É O Movimento Ecuménico O Que Jesus Pretendia Quando Orou
Pedindo Que Houvesse Unidade Entre Os Seus Seguidores?


Numa oração fervorosa pronunciada antes da Sua agonia na cruz, Jesus pediu ao Seu Pai que houvesse unidade entre os membros da Igreja que seria fundada após a Sua morte. "E não rogo somente por estes, mas, também, por aqueles que, pela sua palavra, hão de crer em mim; para que todos sejam um, como Tu, ó Pai, o és em Mim e Eu em Ti; que também eles sejam um, em Nós" (João 17:20 e 21, itálico acrescentado).

Embora tivesse sido uma oração fervorosa, mesmo o olhar mais superficial sobre a História revela que, seja qual for o adjetivo que se pretenda usar para descrever a Igreja, o adjetivo "unida" não seria certamente o mais apropriado. Embora, ao menos, já não se matem uns aos outros, como foi o caso no passado, os Cristãos estão longe de ser o corpo unificado sobre o qual orou Jesus. Uma lista contendo centenas de denominações Cristãs testifica, de modo mais do que suficiente, do estado fragmentado em que permanece a Igreja Cristã passados quase dois mil anos sobre a oração de Jesus pedindo que os Seus seguidores fossem "um em nós".
No entanto, durante as últimas décadas, certas tendências poderosas surgiram no Cristianismo procurando reverter as suas fraturas e realizar a oração de Jesus sobre a unidade dos Cristãos. Dando origem ao "Movimento Ecuménico", estas tentativas de alcançar a união têm procedido de diversos setores e alcançaram diversos níveis de sucesso. Talvez, de todos os movimentos em direção à unidade, nenhum tenha sido mais dramático - e surpreendente - do que aquele que tem vindo a ter lugar entre Católicos Romanos e certos Protestantes, nomeadamente os Luteranos. Católicos e Luteranos assinaram algumas declarações de professa unidade bastante surpreendentes, algo que, há apenas trinta anos, seria considerado totalmente impossível de ocorrer.
Como devemos interpretar estas tendências? Deveriam todos os Cristãos estar zelosamente envolvidos neste movimento em direção à unidade, ajudando a realizar a oração do seu Senhor? Poderiam estes movimentos, especialmente entre Católicos Romanos e Protestantes, ser, de facto, a resposta à oração de Cristo? Ou, pelo contrário, poderia estar a acontecer algo que deveria deixar os Cristãos um pouco mais atentos? Como deveríamos perspetivar estes acontecimentos?

Os Primeiros Tempos

É difícil, para as pessoas de hoje, entenderem a animosidade que envenenou as relações entre Católicos e Protestantes desde o início da Reforma, no começo do século XVI. A retórica ácida dos Protestantes contra os Católicos, e vice-versa, era o tipo de discurso que as pessoas de hoje esperam que exista entre nações em guerra, não entre professos Cristãos. No entanto, o discurso nada era quando comparado com a violência exercida, tal como na execução do Dr. John Hooper em Inglaterra (1555), que foi queimado vivo na fogueira. O Livro dos Mártires, de Fox, descreve os seus últimos momentos no fogo: "Mas quando a sua boca ficou negra e a sua língua tão inchada que ele já não conseguia falar, ainda assim os seus lábios continuaram a mover-se, até mirrarem a ponto de exporem as gengivas; e ele batia no peito com as suas mãos, até que um dos seus braços se separou do corpo; então continuou a bater no peito com o outro braço, enquanto gordura, água e sangue pingavam da ponta dos seus dedos" (p. 215). Lembre-se de que esta atrocidade foi cometida por professos Cristãos sobre outros professos Cristãos.

   

É claro que não eram apenas os Protestantes contra os Católicos. À medida que as Igrejas reformadas rompiam com Roma, muitas dividiram-se em várias seitas e denominações que se encontraram posicionadas umas contra as outras. Numa época em que a ideia de liberdade religiosa se encontrava ainda a séculos de distância, estas divisões frequentemente resultaram em violência. Por exemplo, o reformador suíço Ulrich Zwingli, aborrecido com os Anabatistas por estes defenderem o batismo por imersão total e para adultos (em vez do usual batismo de bebés por aspersão), amarrou alguns deles, levou-os para um lago e afogou-os. Convém dizer de novo: esta violência era exercida por Cristãos contra Cristãos.
Com o tempo, os ideais de liberdade religiosa e de tolerância começaram a apoderar-se da mentalidade Ocidental e os Cristãos aprenderam a viver uns com os outros, apesar das divisões teológicas. Este facto, juntamente com a emergência de democracias seculares - que retiraram o poder político às Igrejas (e, assim, a sua capacidade de perseguir) -, criou um novo ambiente, em que os Cristãos passaram a viver lado a lado uns com os outros, mesmo se não estavam realmente a realizar as palavras de Cristo, segundo o qual "nisto todos conhecerão que sois Meus discípulos, se vos amardes uns aos outros" (João 13:35).

Movimentos Ecuménicos

Sem dúvida que muitos estavam horrorizados com estas divisões, pelo que começaram algumas tentativas bem-intencionadas para se alcançar a unidade. Estes esforços começaram no século XIX, com grupos tais como a Aliança Evangélica (1846), a Associação Cristã dos Moços (1844), a Associação Cristã das Moças (1884), a Sociedade do Empenho Cristão (1881) e o Conselho Federal das Igrejas de Cristo (1908).
Este "movimento ecuménico", como rapidamente foi chamado, floresceu no século XX com o Conselho Mundial das Igrejas, fundado em 1948 por cerca de 147 Igrejas de 44 países. Hoje "O Conselho Mundial das Igrejas é uma fraternidade de Igrejas, presentemente 347, em mais de 120 países de todos os continentes e representantes de todas as tradições Cristãs" (wcc-coe.org/wcc).

Talvez a tendência mais interessante no movimento ecuménico tenha tido lugar nos últimos vinte anos. No início, a maioria das tentativas para se alcançar a unidade dava-se entre as várias denominações protestantes. Muito poucas entre elas pensavam em realizar uma discussão séria com a sua inimiga tradicional, a Igreja Católica Romana, a qual também considerava os Protestantes como apóstatas. Tudo isto se modificou agora, e tem-se verificado uma rajada de diálogos e de discussões ecuménicas entre Roma e as Igrejas Protestantes. Isto levou à publicação de uma encíclica pelo Papa João Paulo II, Ut Unum Sint (1995), em que ele reafirmou o compromisso da Igreja Católica Romana com o ecumenismo, afirmando que "juntamente com todos os discípulos de Cristo, a Igreja Católica fundamenta no plano de Deus o seu comprometimento ecuménico para reunir todos os Cristãos de volta à unidade".
De modo ainda mais surpreendente, foram assinadas declarações de unidade doutrinal entre Católicos e alguns líderes Protestantes conservadores (aqueles que tinham sido, historicamente, mais hostis para com Roma) na década de 1990. O que tornou estas declarações tão inesperadas é o facto de que elas pretendem existir um acordo entre Católicos e Protestantes no tema da justificação apenas pela fé - a doutrina que gerou inicialmente a Reforma Protestante há quase 500 anos.


Agora, de modo totalmente espantoso, estes grupos estão a afirmar que há perfeita unidade na questão que inicialmente as tinha dividido!
De todos os movimentos em direção à unidade doutrinal entre Católicos e Protestantes, o mais dramático foi a "Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação", assinada em 1999 pelos dignitários do Vaticano e da Federação Mundial Luterana (que representa 58 milhões dos 61 milhões de Luteranos que existem no mundo). A declaração afirma que, apesar de "algumas diferenças que permanecem", os Católicos Romanos e os Luteranos têm a mesma compreensão fundamental da justificação pela fé, e que "as diferenças que permanecem na sua aplicação já não são ocasião para a condenação doutrinal".

E este documento foi apenas um precursor de um novo documento sobre a "apostolicidade da Igreja" (isto é, a autoridade do Papa).
Assim, poderia parecer que, superficialmente, a oração de Jesus pela unidade - "que também eles sejam um, em nós" - está finalmente a ser atendida.

   
Preocupações

Ou não está? Certamente todas as pessoas deveriam regozijar-se por as antigas animosidades, que se tornaram tão ásperas, até mesmo violentas, serem postas de lado e por os inimigos se reconciliarem. Mas, ao mesmo tempo, precisa-se de ser cautelosos. Porquê?

A História mostra que as Igrejas com poder político têm provado ser tão passíveis de perseguir e oprimir os dissidentes quanto as secularistas, desde que lhes seja dado o mesmo poder. Num certo sentido, a desunião da Igreja ajudou a impedi-la de obter o tipo de poder político que provou ser ruinosa nas suas mãos, no passado.
Há mais de dois séculos, James Madison escreveu: "A liberdade surge da multiplicidade de cultos que permeia a América e que é a melhor e a única segurança para a liberdade religiosa em qualquer sociedade. Pois onde existe uma tal variedade de cultos, não pode haver uma maioria de um só culto para oprimir e perseguir os restantes" (citado em Ralph Ketcham, James Madison: A Biography, p. 166). Poderiam as Igrejas hoje, uma vez unidas, reunir suficiente poder político para tornarem a ser uma ameaça?

Isto não é um medo assim tão infundado. O livro de Apocalipse lança um aviso precisamente sobre uma tal ameaça: o surgimento de um poder político-religioso que trará perseguição e morte àqueles que se recusem a "adorar a imagem da besta" (Apocalipse 13:15). Embora exista muita especulação acerca do que isto significa exatamente, o facto de que a "adoração" desempenha um papel central no conflito, prova que este poder do tempo do fim é, claramente, uma entidade religiosa, e que estarão envolvidas questões de fé, de adoração e de obediência a Deus.
De facto, os estudiosos adventistas do Apocalipse predisseram, há mais de um século, que ocorreria o tipo de movimento em direção à unidade, especialmente entre Protestantes e Católicos, que estamos a ver hoje (http://www.agrandeesperanca.com.br/o-livro - links 1R). Assim, eles veem estas tendências, não como um sinal da resposta à oração de Cristo pela unidade, mas, pelo contrário, como um sinal do desenrolar dos eventos finais, eventos que levarão à perseguição do povo fiel de Deus exatamente antes da Segunda Vinda de Jesus.

Portanto, todos os Cristãos - sem dúvida querendo que a oração de Cristo pela unidade seja atendida nos seus dias - seriam sábios se prestassem atenção a outras palavras de Cristo, à medida que veem desenrolar-se estas várias movimentações ecuménicas: "Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes e símplices como as pombas" (Mateus 10:16).

Clifford Goldstein, judeu cristão, é escritor e conferencista adventista, editor da revista Liberty (EUA) e editor do Manual (mundial) da Escola Sabatina (http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/les2014.html - links 1R), in Revista Adventista, janeiro de 2014.


A origem do Dia Mundial da Religião aconteceu nos Estados Unidos da América, em Dezembro de 1949, quando a Assembleia Espiritual Nacional dos Bahá'is sugeriu que este dia fosse celebrado anualmente no terceiro domingo de Janeiro. São já 24 os países, entre os quais Portugal, que aderiram a esta celebração. O principal propósito do Dia Mundial da Religião é fomentar a compreensão, a reconciliação e a harmonia inter-religiosa. (...) Historicamente, o conceito inicial é de que a Humanidade surgiu de uma mesma origem. Porém, o ser humano, ao assumir a sua emancipação de Deus, viu-se confrontado com questões existenciais: De onde vim? Para onde vou depois de morrer? Viverei mais de uma vez? Como surgiu a vida e o mundo? Qual o sentido da vida? Que forças governam a nossa existência?
O homem tem tentado, em vão, encontrar respostas em expressões culturais, filosóficas e doutrinárias, no seu afastamento progressivo da Divindade. Porém, respostas satisfatórias a tais questões podem ser encontradas, se o homem aceitar o absoluta divino da Verdade revelada, condensada na Bíbia. (...) É louvável o esforço para o diálogo inter-religioso, que produzirá a paz entre as religiões, e, por extensão, A PAZ ENTRE AS NAÇÕES, como bem teorizou o teólogo católico Hans Kung, em 1997.
Pensando na unidade perfeita, Jesus já afirmara (João 10:16): "... haverá um só rebanho e um só pastor", porque "existe um único Senhor, uma só fé e um só baptismo. Há um só Deus, Pai de todos, que está acima de todos e que actua através de todos e em todos" (Efésios 4:5 e 6).

Ezequiel Quintino

"Ninguém Nasce Odiando Outra Pessoa Pela Cor de Sua Pele, Por sua Origem ou Ainda Por Sua Religião.
Para Odiar, as Pessoas Precisam Aprender; e, se Podem Aprender a Odiar, Podem Ser Ensinadas a Amar."

NELSON MANDELA


Recomendo -  https://www.youtube.com/watch?v=3HjAYJr25Pw  - Série de Conferências - Links 1R - realizadas
pelo Pr Daniel Gouveia, um precioso jovem "segundo o coração de Deus" (I Samuel 13:14).
Desfrute também da Meditação para a Saúde - 19.01.2014 (links 1R) - de outro grande Homem de Deus.