sexta-feira, 21 de junho de 2013

PREPARANDO-SE  PARA  O  FUTURO



            Conta-se a história de um barbeiro cristão que aproveitava todas as oportunidades para falar sobre o fim do mundo e o estabelecimento de uma nova era. Certo dia, ele estava a fazer a barba de um homem desconhecido. Cônscio da sua responsabilidade em anunciar o reino vindouro, perguntou ao freguês:
            - O Senhor está preparado para morrer?
            O homem, sentindo a afiadíssima navalha a deslizar-lhe pelo pescoço, não entendeu a pergunta, e levantou-se de um salto, com a intenção de correr.
            - Não tenha medo, amigo. Sou cristão, e estou-me a referir à necessidade de estarmos preparados para o Maior Acontecimento da História.
            - Desculpe-me – respondeu o homem – eu não tinha entendido. Andei a fazer disparates por aí, e a todo o instante acho que alguém está à minha procura para um acerto de contas!
            Milhares de pessoas vivem à espera de um acerto de contas no contexto das atividades terrenas, mas não possuem a mais ténue esperança de uma vida melhor, além desta existência passageira. Comem, dormem, trabalham, divertem-se e, à semelhança de um bando de bois gordos, marcham lentamente para o matadouro.
Há várias maneiras de pensar a respeito do futuro. Não sei o que você pensa, mas as suas ideias devem estar enquadradas numa das seguintes perspetivas:

A. Uma parcela da humanidade admite que a morte marca o fim de tudo. "Morreu, acabou; nada mais", afirmam. Tais pessoas vivem só para o presente. Não alimentam nenhuma esperança. Mas disse o renomado teólogo Emil Brunner: "O que o oxigénio é para os pulmões, é a esperança para dar significado à vida humana. Eliminemos o oxigénio e se produzirá a morte por asfixia. Eliminemos a esperança, e a humanidade se verá angustiada, sufocada."
Não foi sem razão que a enfermeira de um ateu moribundo disse, após a morte deste: "Não quero mais assistir ao fim de um doente ateu; é terrível." Os últimos momentos dos que não têm esperança, são escuros e vazios. Voltaire disse: "Abaixo o pano, pois a comédia acabou."
B. Uma grande maioria da humanidade pensa que a morte não é o fim; morre o corpo, mas o espírito continua para sempre. Este conceito está profundamente arraigado na mente de milhões de seres humanos. Será que as Santas Escrituras, a Palavra de Deus, apresentam uma base segura para esse tipo de esperança?
C. Um outro grupo crê que a morte traz o fim de tudo, mas deste modo: Morre o corpo, o espírito volta para Deus, mas de forma impessoal, e o indivíduo deixa de existir em todos os aspetos. Nem aqui nem em qualquer outro lugar, ele tem consciência do mundo. As pessoas que sustentam essa convicção, baseiam-se nas Escrituras Sagradas, e creem que a morte é um 'sono', como disse Cristo a respeito de Lázaro, irmão de Maria e Marta. Creem também que, após esse estado de inconsciência, haverá a ressurreição no final da história deste mundo, com a volta de Jesus à Terra. Nessa ocasião, os justos serão chamados à vida pelo poder divino, e irão morar com o Senhor Deus para sempre. Milhares têm morrido com esta esperança.

Ao escrever estas palavras, lembro-me de uma visita que fiz, dias atrás a uma senhora de 88 anos de idade, a qual agonizava num leito de hospital. A sua respiração estava ofegante, difícil. O seu rosto pálido mostrava a agonia por que ela estava passando. Houve um momento em que, impressionado com aquela cena, senti um aperto na garganta. Uma coisa, porém, atenuou-me o estado psicológico, ao ouvir um dos filhos daquela mulher afirmar com muita convicção: "A minha mãe está preparada para a vida eterna. Ela abandonou os vícios faz muitos anos, e sempre alimentou a esperança de um mundo melhor, onde não haverá lágrimas, nem dor, nem morte."
Pergunto-lhe a si, agora: Qual é a sua esperança quanto ao futuro? Vai levando a vida 'numa boa', sem saber o que vai acontecer?...

PROMESSAS HUMANAS

A maioria das pessoas admitem que o 'mundo vai de mal a pior'. Há no ar uma expectativa de que algo muito solene está para acontecer. Por outro lado, há os que aspiram a uma nova era de paz e felicidade neste mundo, em decorrência do uso adequado da ciência. Chegará o dia – alguns arriscam – em que o homem vai dizer: "Chega de guerra; chega de preconceito; chega de ganância: Vamos nos entender..." E, como por encanto, tudo vai mudar: a Terra será um paraíso.
Existem futurólogos que anunciam cidades plásticas, cidades flutuantes, alimentos sintéticos; os oceanos vão abrir as suas despensas e alimentar a humanidade. A tecnologia salvará o homem, dizem. Os desertos se tornarão férteis, pois revolucionários meios de irrigação e adaptação do solo estarão em desenvolvimento.
Mas pergunto: Tem o homem um coração manso e bom para saber repartir? Tem ele espírito de sacrifício para pôr de lado a filosofia consumista que tanto discrimina os menos favorecidos?
Creio, com certeza, que os adeptos dessa futurologia fantasiosa ficarão 'a ver navios', como aquele indivíduo cuja história é narrada magistralmente pelo renomado escritor Enoch de Oliveira: 1
"Havia um homem que diariamente chegava na frente de certo prédio em Nova Iorque, e, segurando as grades de ferro com uma expressão de esperança e alegria, olhava para o relógio da torre, enquanto soavam as doze badaladas. Aí permanecia durante dez, vinte ou trinta minutos. Então a luz da esperança e gozo se apagava gradualmente do seu rosto, e ele se retirava. Os anos transcorreram e ele se tornou velho, mas todos os dias se dirigia àquele mesmo lugar, na mesma hora, para depois se retirar desanimado, arrastando os seus pés já cansados.
"Ele vivia a tragédia de uma promessa não cumprida! Havia sido um próspero homem de negócios. Enfrentou, porém, momentos de graves dificuldades. Um amigo prometeu que haveria de se encontrar com ele em frente desse relógio, trazendo-lhe os recursos financeiros que o livrariam da ruína económica. Mas o amigo não cumpriu a promessa. O desapontamento e a angústia foram para ele demasiado grandes, levando-o a perder a razão. Tendo a mente transtornada, vinha todos os dias para o lugar combinado e, após ouvir as badaladas anunciando o meio-dia, buscava em vão o 'amigo' infiel."
Não lhe parece que as promessas humanas são como aquele 'amigo' que prometeu 'quebrar o galho' para ajudar o homem que havia naufragado financeiramente?
Acompanhe-me, por uns momentos, numa incursão pelo mundo atual:
Panorama político: Os países da Cortina de Ferro estão, pouco a pouco, buscando a liberdade. Estão cansados das 'tiranias totalitárias'. Nas últimas décadas muitas colónias tornaram-se independentes. Mas as guerras isoladas estão aí para comprovar a irreversível desavença entre as nações. A Segunda Guerra Mundial não erradicou as guerras. De acordo com Margaret Thatcher, desde a última guerra mundial já ocorreram mais de "140 conflitos desenvolvidos com armas convencionais, nos quais cerca de 10 milhões de pessoas morreram." 2 O fato é que o capitalismo selvagem e o socialismo sem Deus não se entendem e nem vão se entender. Não se deve alimentar esperança em face de algumas aberturas que estão por aí. Trata-se de reações políticas dentro de um copo transbordante.
Panorama social: Movimentos sindicais; lutas por melhores salários (na verdade, as classes dominantes estão sugando o trabalhador!); crimes; insegurança; desigualdades; discriminação; lares desfeitos; enfraquecimento da família; aumento do uso de drogas; etc.
Panorama religioso: Negação da fé; hipocrisia entre líderes; exploração da fé; distanciamento das verdades bíblicas; síntese religiosa; tendência à união entre o Estado e a Religião (o que só pode comprometer a liberdade de culto e o uso individual da consciência).
E o mundo físico? Inundações, secas, destruição dos recursos naturais, poluição generalizada, desrespeito para com o meio ambiente, desorganização do clima. Enfim, a Natureza está devolvendo o coice que recebeu do homem ganancioso, ávido de maiores lucros.

Você crê nas possibilidades humanas, em face desse quadro?
Quero fazer-lhe uma confissão: Estou pessimista com relação às possibilidades da ciência humana. Admito o progresso, aceito-o, mas creio, por outro lado, que o homem não tem humildade e abnegação suficientes para administrar o progresso. O tiro vai sair pela culatra. Mesmo assim, acho que os cristãos devem lutar para minimizar os problemas do mundo. Enquanto aguardam um mundo melhor, como resultado da intervenção divina, devem colaborar no sentido de suavizar o sofrimento.


COMO SERÁ O AMANHÃ

Entre as promessas desta era tecnológica e as das Escrituras Sagradas, prefiro ficar na companhia d’Aquele que jamais Se comportou como político em palanque. O que Deus promete, Ele cumpre.
No momento em que escrevo estas palavras, estamos aguardando a posse do presidente eleito. Nem ainda assumiu o governo, os jornais e revistas já anunciam que muitas das suas promessas de campanha estão sendo arquivadas. Os cidadãos, à semelhança de torcedores cujo time perdeu, estão enrolando as suas bandeiras e voltando, cabisbaixos, para casa.
Há uma bandeira, porém, que não será enrolada: a bandeira ensanguentada do Príncipe Emanuel. Jesus desfraldou uma bandeira manchada com o Seu próprio sangue. Essa bandeira é a garantia da Redenção de todos os que creem nas promessas divinas. E a mais sublime promessa que há nas Escrituras Sagradas é esta: "Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em Mim. Na casa de Meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, Eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E quando Eu for, e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para Mim mesmo, para que onde Eu estou, estejais vós também." S. João 14:1-3.
Esta bandeira não será enrolada. A promessa é clara e verdadeira, pois o Seu autor é o Salvador da humanidade. Quer algo melhor?
"Voltarei".

Quanta gente, neste mundo, promete voltar e não volta! Mas a Palavra de Deus não falha. Eis algumas afirmações bíblicas sobre o Rei vindouro:
"Eis que vem com as nuvens, e todo o olho O verá, até quantos O traspassaram. E todas as tribos da terra se lamentarão sobre Ele. Certamente. Amém." Apocalipse 1:7.
"Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem. ... E Ele enviará os Seus anjos, com grande clamor de trombeta, os quais reunirão os Seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus." S. Mateus 24:30 e 31.
"Então se verá o Filho do homem vindo numa nuvem, com poder e grande glória." S. Lucas 21:27.

AVISOS E SINAIS

Quando um político vai tomar posse, expede convites especiais. A data é marcada com antecedência, e a expectativa dos convidados cresce à medida que a cerimónia de posse se aproxima. Afinal, é importante estar perto de alguém investido de poder e influência.
O grande dia da volta de Cristo à Terra não foi mencionado por Ele. Para evitar uma série de inconveniências, Ele preferiu apenas dar sinais da Sua proximidade. Disse que haveria sinais no mundo físico, no mundo político e no mundo religioso. Jesus é, na verdade, um grande Amigo. Ele avisa e previne. Não quer que ninguém esteja 'por fora' dos acontecimentos.
Os primeiros sinais indicadores da proximidade da volta de Jesus ocorreram mais de 1.700 ano após a Ascensão de Cristo. Daí para a frente, outros mais ocorreram, e hoje estamos testemunhando os últimos.

A. Sinais no mundo natural.
Os primeiros sinais foram assim preditos por Jesus: "Haverá sinais no Sol, na Lua, e nas estrelas" (S. Lucas 21:25).
Adicionalmente, João viu um grande terramoto que ocorreria antes dos sinais no céu (Apocalipse 6:21). Esses sinais assinalariam o fim de um período de perseguição religiosa, exatamente 1.260 anos. (Para maiores esclarecimentos, ver a obra O Grande Conflito, editada pela Casa Publicadora Brasileira; capítulo intitulado "A Esperança que Infunde Alegria".) 3
O maior de todos os terramotos conhecidos, ocorreu a 1 de novembro de 1755, o terremoto de Lisboa, cujos efeitos foram sentidos na Europa, África e América, cobrindo uma área de mais de 46 milhões de quilómetros quadrados. A capital portuguesa foi o centro de destruição: milhares de mortes. O impacto sobre o pensamento da época foi muito grande, e muitas pessoas sentiram-se estimuladas a estudar as Profecias Bíblicas.

Um quarto de século depois, houve o escurecimento do Sol e da Lua. Cristo disse que esse sinal ocorreria logo após os 1.260 anos de perseguição papal. O dia 19 de maio de 1780 testemunhou uma considerável escuridão na parte norte do continente norte-americano. (Ver o Grande Conflito, de Ellen G. White, págs. 306-308.)
Timothy Dwight, presidente da Universidade de Yale, afirmou: "O dia 19 de maio de 1780 foi memorável. Candeeiros foram acesos em muitas casas; os pássaros silenciaram e desapareceram, e as galinhas retiraram-se para os poleiros. ... A opinião geral prevalecente era de que o dia do juízo havia chegado." - Citado em Connecticut Historical Collections, compilação de John W. Barber, 2ª edição, pág. 404. 4
Na noite que se seguiu, a Lua tinha a aparência como de sangue. (Apocalipse 6:12.)

O mais notável espetáculo de estrelas cadentes de que há registo, ocorreu a 13 de novembro de 1833. O fenómeno foi observado do Canáda até ao México, e do meio do Atlântico até ao Pacífico, o que levou muitos cristãos a verem nesse sinal o cumprimento da profecia bíblica. - O Grande Conflito, págs. 333 e 334.
Jesus predisse esses sinais a fim de alertar os cristãos. "Ao começarem estas coisas a suceder, exultai e erguei as vossas cabeças, porque a vossa redenção se aproxima" (S. Lucas 21:28).

B. Sinais no mundo religioso.
Haveria um grande despertamento religioso antes do Segundo Advento de Cristo: "Vi outro anjo voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que se assentam sobre a Terra, e a cada nação, e tribo, e língua, e povo, dizendo em grande voz: Temei a Deus e dai-lhe glória, pois é chegada a hora do Seu juízo; e adorai Aquele que fez o céu e a Terra, e o mar, e as fontes das águas" (Apocalipse 14:6 e 7). Jesus afirmou que um dos sinais do fim seria o término da pregação do evangelho: "Será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então virá o fim." (S. Mateus 24:14.)

Ao mesmo tempo, haveria um declínio religioso. Paulo disse que "nos últimos dias sobrevirão tempos difíceis; pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, antes mais amigos dos prazeres que amigos de Deus, tendo forma de piedade, negando-lhe, entretando, o poder" (II Timóteo 3:1-5). Como dissemos na segunda parte deste livro: o egoísmo tem ditado a filosofia consumista do nosso tempo.
Haverá também um declínio da liberdade religiosa, e um grande poder religioso - resultante da união do catolicismo, protestantismo e espiritismo - vai tentar dominar as consciências.
O nível espiritual cairá assustadoramente. Os crimes aumentarão. A revolução sexual, já em andamento, chegará às raias da ousadia diabólica. A Sida é um sintoma desse quadro melancólico.

C. Sinais no mundo político.
"Levantar-se-á nação contra nação, e reino contra reino..." (S. Lucas 21:10 e ll). As guerras e rumores de guerras estão aí para comprovar. Ameaças, revoluções, golpes - tudo mostra o clima beligerante deste século mau.

COMO SERÁ

Como você pode ver, os sinais foram preditos com clareza meridiana. Eles não revelam o dia da volta de Jesus, mas anunciam a sua proximidade. Uma coisa importante em relação a esse acontecimento, será a maneira como ocorrerá. Não será um evento espiritual, secreto, como alguns pensam. Será algo visível, literal. Note o que o apóstolo João escreveu: "Eis que vem com as nuvens, e todo o olho O verá, até quantos o traspassaram..." (Apocalipse 1:7).
O Filho do homem será visto por todos os que estiverem vivos naquela ocasião. Virá como subiu - de forma corpórea: "Varões galileus, por que estais olhando para as alturas? Esse Jesus que dentre vós foi elevado ao Céu, assim virá do modo como O vistes subir" (Atos 1:11). O Ser que havia deixado os discípulos era de carne e osso, e não uma entidade meramente espiritual. (Ver S. Lucas 24:36-43). "Todos os povos da Terra se lamentarão e verão o Filho do homem vindo sobre as nuvens do céu com poder e muita glória" (S. Mateus 24:30). Será também um retorno audível: "Porquanto o Senhor mesmo, dada a Sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos Céus" (I Tessalonicenses 4:16). Além disso, será um retorno glorioso: Jesus virá com poder e "na glória do Seu Pai, com os Seus anjos" (S. Mateus 16:27).

ACONTECIMENTOS INTERLIGADOS

Por ocasião da volta de Jesus, os justos serão ressuscitados. Naquele momento, "os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro" (I Tessalonicenses 4:16). Os justos que estiverem vivos serão "transformados num abrir e fechar de olhos" (I Coríntios 15:51 e 52). Por outro lado, os ímpios que estiverem vivos, serão destruídos pelo poder da presença gloriosa de Cristo. E até clamarão às rochas para que os protejam (Apocalipse 6:16 e 17).
Tanto os justos ressuscitados como os que serão transformados, subirão ao Céu para reinar com Cristo mil anos. Apocalipse 20:6 diz: "Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre esses a segunda morte não tem autoridade; pelo contrário, serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com Ele os mil anos."
Durante os mil anos, a Terra estará completamente desolada. (Ver Jeremias 4:23-25.) Os ímpios estarão nas sepulturas, em virtude de haverem rejeitado o sacrifício de Cristo na cruz do Calvário. E Satanás? Onde estará ele com os seus anjos maus? "Ele (Cristo) segurou o dragão, a antiga serpente, que é o diabo, Satanás, e o prendeu por mil anos; lançou-o no abismo, fechou-o, e pôs selo sobre ele, para que não mais enganasse as nações, até se completarem os mil anos. Depois disso, é necessário que ele seja solto por pouco tempo" (Apocalipse 20:2 e 3).
O diabo e os anjos maus não terão a quem tentar durante os mil anos de confinamento, pois os pecadores não arrependidos estarão dormindo no pó da terra, aguardando a segunda ressurreição, para receberem a punição final e definitiva. Após os mil anos, haverá a segunda ressurreição. "Os restantes dos mortos não reviveram até que se completassem os mil anos", João contemplou em visão (Apocalipse 20:5).
"Quando, porém, se completarem os mil anos, Satanás será solto da sua prisão, e sairá a seduzir as nações que há nos quatro cantos da Terra... a fim de reuni-los para a peleja. O número deles é como a areia do mar. Marcharam então pela superfície da Terra e sitiaram O acampamento dos santos e a cidade querida; desceu, porém, fogo do céu e os consumiu" (Apocalipse 20:7-9).
O arquiinimigo da humanidade tentará mais uma vez desarticular os planos divinos, mas será destruído com os seus súditos. Ao descer a Nova Jerusalém com os justos, que nela, no Céu, terão morado durante mil anos, Satanás convocará os ímpios de todas as épocas (eles, então, terão sido ressuscitados pelo poder de Deus), para pelejar contra a Cidade Santa. Nesse tempo, todos os impenitentes serão destruídos. Deus não tem prazer na morte de pessoas, mas deverá cumprir a Sua palavra em relação àqueles que tiverem rejeitado o Seu convite: "Vinde a Mim todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei..." (S. Mateus 11:28.)

ESTÁ VOCÊ PREPARADO?

O plano de Deus para você e para mim é que estejamos preparados no dia da volta de Jesus à Terra. O Seu desejo é de nos levar para o Céu, para reinarmos com Ele mil anos,e depois trazer-nos para a Terra, que será renovada para a habitação dos salvos, para sempre. Note como será a Nova Terra:
"Vi novo Céu e nova Terra, pois o primeiro céu e a primeira Terra passaram, e o mar já não existe. Vi também a cidade santa, a Nova Jerusalém, que descia do Céu, da parte de Deus, ataviada como a noiva adornada para o seu esposo... E lhes enxugará dos olhos toda a lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram. E Aquele que está assentado no trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E acrescentou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras." Apocalipse 21:1, 2, 4 e 5.


Desde a infância, o meu pai assumiu um ar de religiosidade. Por volta dos vinte anos, porém, a sua religião era só 'para inglês ver'. Ia à igreja, mas tudo lhe parecia distante e sem significado. Aliás, ele seguia o ritmo da maioria. Em meio a essas circunstâncias, começou a ler alguns livros, que expunham as profecias bíblicas e, acima de tudo, o plano da salvação em Cristo. Ele ficou impressionado com o fato de que, até então, estivera completamente equivocado em matéria de religião. A sua mente foi sendo aberta pouco a pouco, e a influência do Espírito Santo passou a agir na sua vida. Deixou os vícios. Procurou ter uma mente pura e equilibrada. O seu relacionamento com as pessoas começou a mudar. A vida passou a ter um sentido mais amplo.
O meu pai morava numa fazenda. Eu era recém-nascido. Como resultado da transformação que se operou na sua vida, ele mudou-se para a cidade. Dali em diante, trabalhou incansavelmente em favor de todos com quem entrou em contato. Milhares de pessoas ouviram dos seus lábios palavras de ânimo e conforto. Nos últimos anos de trabalho, antes de se reformar, comandou uma lancha assistencial nos rios do arquipélago Marajoara, perto da foz do rio Amazonas. Centenas e centenas de pessoas foram ajudadas por ele e pela equipe com a qual trabalhava.
Quando se reformou, mudou-se para outro Estado. A última viagem a bordo da lancha - a viagem de despedida - foi triste e dolorosa para ele. Não lhe foi fácil dizer adeus às populações ribeirinhas! Lágrimas, abraços e palavras de saudade!
Mesmo reformado, ainda se preocupava com o bem-estar das pessoas sofredoras. Muitas vezes viajou pelo Pantanal mato-grossense, a fim de minorar as dores espirituais do povo. Até que, um dia, vítima de enfarte, foi levado para um hospital. Informado da situação delicada em que meu pai se encontrava, fui imediatamente vê-lo. Quando a noite chegou, ele estava agonizante. Muitas pessoas já o tinham visitado, inclusive um índio paraguaio, a quem ele havia orientado espiritualmente. O índio fora ao hospital para agradecer os benefícios recebidos e dizer o último adeus ao amigo e conselheiro.
Uns vinte minutos antes do desenlace, recapitulei a vida daquele batalhador pela causa do bem. Não tinha ajuntado dinheiro na vida; nem mesmo pôde comprar uma casa. Gastou-se pelos outros, mas agora a sua riqueza era dupla: o apoio de inúmeros amigos e a certeza da salvação em Cristo. Ele podia, à semelhança do apóstolo Paulo, dizer: "Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a Sua vinda." II Timóteo 4:7 e 8.
Quando ele fechou os olhos, estava sereno. A sua fisionomia retratava, em meio ao silêncio que dominava o ambiente, a esperança do cristão. Derramei algumas lágrimas. A saudade já estava invadindo o meu ser, mas procurei fixar os olhos da fé no cumprimento da promessa da ressurreição dos justos.
Ele foi-se por algum tempo, mas a esperança ficou comigo. A vida de José - este era o seu nome - não fora marcada por grandes acontecimentos. Pessoa simples e humilde, o que o distinguiu fora a sua entrega sem reservas ao poder transformador do Evangelho. Na contemplação de Cristo, os seus velhos hábitos foram substituídos por uma nova disposição espiritual. O seu grande anseio era estar preparado para O Maior Acontecimento do Futuro: O Regresso Glorioso de Cristo à Terra.
José morreu alimentando a suprema esperança. E tenho a certeza de que, quando o Filho de Deus aparecer nas nuvens, ele será ressuscitado para nunca mais provar a morte.
Após a ressurreição dos justos, haverá um mundo sem escravos, sem vícios, sem preconceitos, sem egoísmo e sem morte. Eis como Ellen White descreve o mundo do amanhã:
"O grande conflito terminou. Pecado e pecadores não mais existem. O Universo inteiro está purificado. Uma única palpitação de harmonioso júbilo vibra por toda a criação. ... Desde o minúsculo átomo até ao maior dos mundos, todas as coisas, animadas e inanimadas, em sua serena beleza e perfeito gozo, declaram que Deus é amor." - O Grande Conflito, pág. 684.
Quando esse novo mundo chegar, você alcançará liberdade absoluta. Mas é necessário que, aqui e agora, você experimente a liberdade possível. Ela está ao seu alcance. ... A liberdade de amanhã deve começar hoje.

Bibliografia:
1. Enoch de Oliveira, Bom Dia, Senhor!, pág. 299 (Casa Publicadora Brasileira: Tatuí, SP), 1989.
2. Ernest W. Lefever e Stephen Hung, The Apocalypse Premise, pág. 394 (Washington, D. C.: Ethics and Public Policy Center), 1982.
3. Ellen G. White, O Grande Conflito (Casa Publicadora Brasileira: Tatuí, SP), 1988.
4. Timothy Dwight, Connecticut Historical Collections, CT: Durrie e Peck e J. W. Barber), 1836.

Rubens S. Lessa, Pastor e Editor da Casa Publicadora Brasileira, in Livre Para Viver, 1991, adaptado.
Pode ler nos links 1R o livro referido - O Grande Conflito - em A GRANDE ESPERANÇA.



(Leia mais em Meditação para a Saúde, Links 1R, 21.06.2013)