sexta-feira, 8 de outubro de 2010

JESUS CRISTO



FIGURA CENTRAL DA HISTÓRIA


Como acontece com figuras notáveis, o cognome de Cristo, dado a Jesus, refere-se ao papel por Ele desempenhado no decurso da História.

Com efeito, a palavra Cristo, em grego Christos e em hebraico Mashiach, donde deriva a designação corrente de Messias, significa, em ambas as línguas,
ungido.


Segundo o Antigo Testamento, três espécies de pessoas eram ungidas: os profetas, os sacerdote e os reis. É precisamente no desempenho destas três funções - de profeta, sacerdote e rei - que Jesus aparece na História.


CRISTO, COMO PROFETA




Na Sagrada Escritura, profeta é aquele que fala em nome de alguém. É aquele que fala aos homens em nome de Deus; é, no sentido mais compreensivo da palavra, um porta-voz de Deus.

Quando Jesus inaugurou o Seu ministério, os crentes do Seu tempo viram n`Ele um profeta. Diziam: "Este é verdadeiramente o profeta que devia vir ao mundo." S. João 6:14.

É por isso que o Apóstolo Paulo declara, na epístola aos Hebreus, capítulo 1, versículo 1: "Havendo Deus antigamente falado muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho."

É na qualidade de profeta que Jesus assume o título de Mestre: "Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque Eu o sou" S. João 13:13; cf. S. Mateus 23:8-10.

E como eram os ensinos de Jesus?

Terminado o Sermão da Montanha, lemos que a "multidão se admirou da Sua doutrina, porquanto os ensinava como tendo autoridade, e não como os escribas" (S. Mateus 7:28 e 29), acerca dos quais se lê "dizem e não praticam" (S. Mateus 23:3).

O encanto dos ensinos de Jesus era tal que, em certa ocasião - o que motivou a segunda multiplicação dos pães - o Mestre disse: "Tenho compaixão da multidão, porque já está comigo há três dias, e não têm que comer; e não quero despedi-la em jejum, para que não desfaleça no caminho." S. Mateus 15:32.

Noutra ocasião, quando alguns homens foram enviados pelos sacerdotes e fariseus para prenderem a Jesus, em vez de O prenderem ficaram, eles próprios, literalmente presos das Suas palavras. E quando os que os tinham enviado lhes perguntaram: "Porque não O trouxestes?", eles não puderam deixar de testemunhar: "Nunca homem algum falou assim como este homem." S. João 7:44-46.

Na realidade, ao longo de toda a História, ninguém jamais falou como Jesus.

O ensino de Platão estendeu-se por cerca de quarenta anos; por um período idêntico se estendeu, mais perto de nós, o ensino de Kant. Mas perguntamos: Quem está hoje sendo influenciado para o bem pelos ensinos de Platão ou de Kant? Mais ainda: Quem estaria hoje disposto a dar a sua vida em defesa do ensino de qualquer desses filósofos?

O mesmo não se passa com os ensinos de Cristo. Apesar do Seu ministério se ter efectuado apenas durante uns escassos três anos e meio, e já há cerca de vinte séculos, quantos não estão sendo influenciados pela Sua doutrina; quantos não estão dispostos a dar a sua vida em defesa dessa doutrina?


CRISTO, COMO SACERDOTE


Depois da Sua morte expiatória na cruz do Calvário, Jesus ressuscitou e, passados quarenta dias, subiu ao Céu, onde está desempenhando as funções de
Sumo Sacerdote.



É na epístola aos Hebreus que o sacerdócio de Cristo no Santuário Celeste é particularmente salientado.


Lemos aí, com referência a Jesus, que "convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo." Hebreus 2:17. Ele é um "grande sumo sacerdote" (4:14), "um grande sacerdote sobre a casa de Deus" (10:21).

As suas qualidades são resumidamente descritas no capítulo 7:24-28: "Este, porque permanece eternamente, tem um sacerdócio perpétuo. ... Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais sublime do que os Céus; que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente pelos seus próprios pecados, e depois pelos do povo; porque isto Ele fez, uma vez, oferecendo-se a Si mesmo. Porque a lei constitui sumos sacerdotes a homens fracos, mas a palavra do juramento, que veio depois da lei, constitui ao Filho, perfeito para sempre."

Como nosso sacerdote, Ele conhece pessoalmente a cada um de nós, sabe o nosso nome, a casa onde moramos, não é estranho às nossas alegrias e tristezas, às nossas tentações e problemas, às nossas vitórias e fracassos, às nossas resoluções e promessas, ao alvo supremo das nossas vidas. Ele dedica-nos uma amizade inalterável, em comparação com a qual a dedicação do nosso mais íntimo amigo não passa de um pálido reflexo.


CRISTO COMO REI




Quando Pilatos, perante a acusação dos judeus, perguntou a Jesus se Ele era rei, o divino Acusado respondeu: "O Meu reino não é deste mundo." S. João 19:36, 37.

Não havia chegado ainda a hora da manifestação da Sua realeza. Antes disso, viria o Juízo, para apuramento dos súbditos do Seu reino. Apurados, pelo Juízo, os súbditos do Seu reino, Jesus manifestar-se-á, "como Rei dos reis e Senhor dos senhores" (I Timóteo 6:14, 15; Apocalipse 17:14) acompanhado por inumerável multidão de anjos, "os quais ajuntarão os Seus escolhidos" (S. Mateus 24:31), ressuscitando-os, se já desceram à sepultura; transformando-os, se se encontram ainda vivos, a fim de estarem para sempre com Ele. I Coríntios 15:15-58.

«Não quero porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais que não têm esperança. Porque se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem, Deus os tornará a trazer com Ele. Dizemo-vos, pois, isto pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem. Porque o mesmo Senhor descerá do Céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras.»I Tessalonicenses 4:13-18.

Tendo em vista este glorioso acontecimento, aconselha o apóstolo Paulo: "Todo o vosso espírito, e alma e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a Vinda de nosso Senhor Jesus Cristo." I Tessalonicenses 5:23.

O termo grego aqui usado para a Vinda é parousia, que era empregado para designar, no estilo técnico oficial de então, a vinda solene de um soberano a uma cidade ou reino, como sucedeu com Nero e Adriano, ao irem, como imperadores, à Grécia. Eram então celebrados grandes festejos; eram cunhadas moedas em que se fazia referência ao acontecimento; nalguns casos, como sucedeu com Adriano, a parousia do imperador marcou o início de uma nova era.

Se, na Grécia antiga, foram feitos os mais cuidadosos e dispendiosos preparativos para a parousia de imperadores moralmente tão indignos como Nero e Adriano, que preparativos deviam ser feitos, hoje, pelos crentes, para a parousia do grande Rei!



Ernesto Ferreira

Revista - Sinais dos Tempos
Publicadora SerVir