sexta-feira, 5 de novembro de 2010

PODEMOS TER ESPERANÇA?


Quando Sir Harry Lauder perdeu o seu único filho na primeira Guerra Mundial, comentou com profundo sentimento: “Quando um ser humano sofre algo como isto, tem três caminhos a seguir: o álcool, o desespero ou Deus; e eu, pela graça divina, escolhi Deus”.

Sabia que Jesus nunca oficiou um serviço fúnebre, embora Se compadecesse profundamente da dor humana? Durante o Seu ministério na terra, Ele esteve - pelo que sabemos – diante de três defuntos: o filho da viúva de Naim (S. Lucas 7:11-16); a filha de Jairo (S. Marcos 5:35-42) e Lázaro, o Seu «amigo» (S. João 11:11-44).

O primeiro dos três era um filho único. O segundo era uma jovem, e Jesus disse: “Que agitação e que gritaria é esta? A menina não está morta, está a dormir”. O terceiro caso é o de Lázaro e Jesus também declarou: “O nosso amigo Lázaro está a dormir, mas Eu vou acordá-lo”, e ressuscitou-o.

Estas três ressurreições – especialmente a terceira, pois Lázaro tinha morrido já há quatro dias antes – são um símbolo da Ressurreição geral que Jesus, em pessoa, efectuará quando aparecer sobre a terra pela segunda vez.

E sabia que os discípulos de Jesus tão pouco participaram em funerais, nem expressaram pêsames, nem assistiram a enterros? O Novo Testamento regista que os discípulos de Jesus estiveram duas vezes diante de defuntos; mas, como sucedeu com Jesus, S. Pedro ressuscitou a Tabita (Actos 9:36-41) e S. Paulo ressuscitou a Êutico (Actos 20:9-12).

Em nenhuma destas 5 ressurreições está escrito que se fizeram comentários de alguma espécie sobre «o além».

O que realmente se deduz pelos ensinos da Bíblia, é que os mesmos – repetimos –, representam os que serão ressuscitados para a vida eterna por terem vivido e morrido com fé em Jesus.

As Sagradas Escrituras contêm mais de 3 000 promessas, e a que mais se repete entre todas, especialmente no Novo Testamento, é a promessa da Ressurreição dos Mortos. Esta promessa consoladora já tinha uma base antiga para os primeiros cristãos. O nobre patriarca Job, no meio da sua doença e desespero, e desprezado pelos amigos, repetia: “Porque eu sei que o meu Redentor vive, e por fim Se levantará sobre a terra. Depois, revestido este meu corpo da minha pele, em minha carne verei a Deus. Vê-l´O-ei por mim mesmo, os meus olhos O verão e não outros.” (Job 19:25-27).

Caminhava eu por um cemitério após um enterro e comecei a ler algumas lápides que encontrei no meu caminho. Todas estavam escritas com despedidas, frases de recordações e lamentos. De repente, os meus olhos leram sobre uma lápide: «Eu verei o Teu rosto em justiça, estarei satisfeita quando despertar à Tua semelhança.» Nada de lamentos! Nada de despedidas eternas! Perguntei quem tinha sido aquela senhora, e disseram-me: “Era uma velhinha cega que morreu com a fé de que ressuscitará no dia final”. As palavras transcritas encontram-se no Salmo 17:15. Com elas expressou o Rei David a sua fé na ressurreição final.

Jesus veio a este mundo para ensinar, especificamente, tudo o que é relativo à Vida, à Morte e à Eternidade, contudo, jamais falou nem discursou em relação aos mortos, excepto declarando que «dormem» e que «despertarão».
“O teu irmão ressuscitará”, assegurou Jesus a Marta, irmã de Lázaro junto à tumba deste. Marta, com a segurança que sente todo aquele que crê na promessa divina, respondeu-Lhe: “Eu sei ... que ele há-de ressurgir na ressurreição, no último dia”. Então Jesus confirmou imediatamente a sua fé. Dirigiu-lhe as seguintes palavras que têm levado consolo e certeza a milhões de seres humanos:


“Eu sou a Ressurreição e a Vida.

Quem crê em Mim, ainda que morra, VIVERÁ;

e todo aquele que vive e crê em Mim,

não morrerá eternamente.

Crês nisto?”


(S. João 11:25, 26).

Todos quantos tenham descido à sepultura com a fé depositada em Jesus sairão dos seus sepulcros no meio de aclamações de alegria para receber o seu Libertador da morte.

"Irmãos, não queremos que andem na ignorância a respeito dos que morrem, para não se mostrarem tristes como aqueles que não têm a nossa esperança. Pois, nós acreditamos que Jesus morreu e ressuscitou; assim também Deus reunirá com Jesus todos os que morreram em união com Ele. O que eu tenho a dizer em nome do Senhor é que nós, os que estivermos ainda vivos quando o Senhor vier, não passaremos à frente dos que já morreram. O próprio Senhor, ao sinal dado pela voz do arcanjo e pela trombeta de Deus, descerá do céu, e os que morreram em união com Cristo ressuscitam primeiro. Depois, nós os vivos, seremos conduzidos sobre as nuvens do céu, ao encontro do Senhor, juntamente com eles. E assim estaremos eternamente com o Senhor. Por isso confortem-se uns aos outros com estas palavras." (I Tessalonicenses 4:13-17), Bíblia Sagrada – Tradução Interconfessional.

E o mesmo S. Paulo acrescenta: "A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis. ... Então se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?" (I Coríntios 15:51-55).

Meditemos nesta grandiosa promessa! Alegremo-nos! Decidamos hoje mesmo apropriar-nos dela aceitando ao Senhor Jesus como nosso Salvador!

A linguagem da Bíblia para descrever o fim da morte é tão vívida, tão gráfica, que à primeira vista parece fantástica, incrível. Supera tudo quanto a mente humana possa imaginar quanto a temas de ficção:

«A terra, o mar, o hades (sepulcro), a morte, devolveram os mortos que guardavam» (Apocalipse 20:13 – Bíblia de Jerusalém).

Esses acontecimentos estão muito acima da mais fecunda imaginação; mas sucederão quando o Juiz do Universo ocupar o Seu lugar sobre «um grande trono branco», fugirem da Sua presença «a terra e o céu», «os mortos, grandes e pequenos comparecerem perante Ele e todos forem julgados pelas coisas ... escritas nos livros, segundo as suas obras» (Apocalipse 20:11,12).

Creio que a Bíblia é o único livro que considera «bem-aventurados (felizes) ... os que morrem no Senhor, ... porque as suas obras os seguem» (Apocalipse 14:13).
Estas «obras», fruto da sua fé em Jesus, lhes darão o direito à Ressurreição e à Vida Eterna numa terra onde Deus «enxugará dos olhos toda a lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas (os sofrimentos) passaram» (Apocalipse 21:4).

A morte é um inimigo já vencido; foi derrotada quando Cristo morreu na cruz. A morte foi morta pela morte – estranho paradoxo – do Filho de Deus. E foi morta para que tenhamos vida eterna por meio da morte.
Para o crente em Jesus, a vida emergirá do pó da morte pelo poder de Deus; a morte é um período intermediário, um lugar de espera, uma ante-sala da vida eterna.

A desgraça mais terrível que pode suceder a um ser humano é não contar com uma esperança segura para além desta vida.
Quando S. Paulo apresenta a dádiva da imortalidade, diz sobre aqueles que depositam confiança nas coisas passageiras desta vida: “Se somente para esta vida temos posto a nossa esperança em Cristo, somos os mais dignos de compaixão dentre todos os homens!” (I Coríntios 15:19, Bíblia de Jerusalém).


E para que os seres humanos pudessem escapar desta desgraça sem paralelo, Deus entregou o melhor e maior dos Seus presentes – o Seu Filho.

«Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o Seu Filho unigénito, para que todo o que n´Ele crê não pereça, mas tenha a vida eterna»
(S. João 3:16).

«Preciosa é aos olhos do Senhor a morte dos Seus santos» (Salmo 116:15). Coisa preciosa é o tesouro reservado para aquele dia em que Jesus aparecerá em todo o Seu esplendor. Esse dia será quando o Doador da Vida se manifestará em toda a Sua glória para conceder aos Seus filhos a dádiva suprema da Vida Eterna!


Juan J. Suarez
SINAIS DOS TEMPOS
Publicadora SerVir