sexta-feira, 30 de julho de 2010

SABER VIVER FACE AO STRESSE



... (Iremos hoje) reflectir sobre algumas opções que estão directamente relacionadas com a saúde e o bem-estar.

... É importante que reflictamos sobre uma realidade que nos afecta a todos, sem excepção, e que é a causa mais generalizada de problemas de saúde físicos, mentais e emocionais. Refiro-me ao STRESSE.

Por stresse entendem os especialistas a reacção específica do organismo em face dos estímulos e pressões a que é submetido. Tudo o que afecta o nosso equilíbrio, tudo o que, de algum modo, altera as circunstâncias ao nosso redor, é fonte de stresse. O stresse pode ser uma ajuda preciosa, um factor de actividade e energia que nos ajuda a ultrapassar situações difíceis, ou pode ser causa de desânimo, de desespero, de doença, ao ponto de provocar situações fatais. Perante o stresse, podemos ter uma de três posições:

Ou Somos Suas Vítimas,
Ou Vivemos Com Ele,

Ou Aprendemos A Lidar Com Ele.
(Esta Última é a Melhor Opção).

O PROBLEMA...

O chamado “Sindrome de Adaptação Geral” (stresse) passa por 4 fases diferenciadas:

1ª   Em presença de um estímulo, o nosso organismo responde com uma reacção de alarme, que leva o indivíduo ou a enfrentar o agressor e lutar, ou a fugir dele. É o que chamamos “instinto de sobrevivência”.

2ª   Segue-se a fase da resistência, na qual o nosso organismo se adapta à tensão que o atinge.

3ª   Nesta fase, a pessoa sente-se mais enérgica, mais capaz.

4ª   Finalmente, se a tensão não abranda e termina, segue-se o esgotamento. Um esforço permanente, contínuo, de adaptação ao stresse pode criar uma doença real e muito complexa.
Imaginemos, por exemplo, alguém que está a descer um rio, num Kayak, e que, de repente, se vê no meio de redemoinhos e rápidos violentos.

Instintivamente, a pessoa luta por manter o barquito a flutuar, usando todos os meios, que conhece. Mas o remo parte-se, o barco é atirado de um para o outro lado contra as margens, acaba por se voltar e, durante uns segundos assustadores, ela fica submersa e é arrastada. Subitamente, encontra-se em águas mais calmas e volta a controlar a situação. Aproxima-se da margem e, depois de atar o kayak a uma árvore, estende-se no chão e descomprime...
“Por hoje, já chega!” é, de certeza, o desabafo que sai da sua boca. Só de imaginar a cena, ficamos sem fôlego, não é? Mas, na verdade, não é isso o que acontece muitas vezes na nossa vida? Quantas vezes nos debatemos para não naufragarmos, quando nos atingem problemas inesperados e, aparentemente, insolúveis!

A Vida Diária Proporciona Inúmeras Situações De Stresse:

1ª   A competitividade no trabalho.
2ª   O fantasma do desemprego.
3ª   O contra-relógio para fazer tudo o que nos impõem.
4ª   A televisão com os seus filmes e notícias escabrosos e violentos.
5ª   Os problemas interpessoais na família.
6ª   As doenças.
etc.

Parece que tudo contribui para nos envolver numa nuvem de angústia, de pressão, de pessimismo, que faz soar no nosso organismo o alarme. Como numa panela que atinge o máximo de pressão, começam a surgir:

SINAIS DE AVISO

1º   Insónia, que nos mantém acordados durante horas e nos impede de descansar.
2º   Cansaço emocional e físico, que nos faz perder a esperança e as forças.
3º   Irritação contra tudo e todos, que nos leva a quebrar relacionamentos e a ferir os que amamos.
4º   Falta de comunicação com o nosso cônjuge, que nos afasta um do outro e acaba por destruir a intimidade e criar equívocos e mágoas.
5º   Baixa de rendimento intelectual e profissional, que põe em risco a estabilidade financeira e social.
6º   Aparecimento de doenças dos aparelhos digestivo (úlceras, etc.) e circulatório (enfartes, tromboses).
7º   Aparecimento de doenças do foro mental e psicológico (depressão, dependências). Instala-se o desinteresse, a desmotivação, a apatia – nada anima, nada interessa; não há objectivos, nem planos, nem sonhos, nem sentido para a vida.

Ao chegar a esta fase, a pessoa está a um passo de abdicar da sua vida. E é aí que não queremos que o nosso amigo Leitor chegue. Na verdade, o que queremos é ajudar a evitar, ou pelo menos a controlar, os efeitos negativos de um stresse permanente e excessivo.

A RESPOSTA

Perante a infinidade de situações e de problemas que nos atingem diariamente, é impossível termos uma solução positiva para cada um deles. A resposta está em aprendermos a enfrentar essas situações com o mínimo desgaste possível, e da forma mais positiva que pudermos.
Infelizmente, não existe um medicamento que substitua a nossa força de vontade, a nossa capacidade de decisão. E isso significa que

A Resposta Está Nas Nossas Mãos.

Perante a realidade que vivemos, há ALGUNS PASSOS a dar:

1º   É importante planear as actividades que devemos executar, de modo a evitar excessos e sobrecargas. Não podemos aceitar preencher de tal modo o nosso dia que acabemos por não ter tempo para relaxar, para aliviar a pressão.

2º   Devemos incluir nessa planificação uma actividade lúdica, seja ela desportiva (de preferência ao ar livre), ou simplesmente passar tempo com a família, com os filhos - a brincar, a rir, a passear.

3º   Devemos olhar-nos não tendo em conta a forma como nos sentimos, mas valorizando as nossas capacidades e avaliando com calma as situações.

4º   É bom que a pessoa que está sujeita a um stresse permanente, procure ajuda, não tanto nos medicamentos normais, mas em alguns tratamentos naturais – hidroterapia, helioterapia, fitoterapia, melhor alimentação. Isto não impede o recurso a profissionais de saúde credenciados. ...

5º   É necessário avaliar a importância da preocupação. A maioria, não tem razão de ser. Se for uma preocupação construtiva, analise vias de solução e adopte a mais conveniente. Se for destrutiva, esqueça-a e mantenha-se ocupado ou na companhia de outras pessoas. Se houver algo que não possa alterar, aceite e deixe de se lamentar. Utilize o passado como uma lição, não como uma obsessão.

Manuel Ferro
Revista SAÚDE & LAR, Janeiro 2010