sexta-feira, 16 de julho de 2010

MUDANÇA DE COMPORTAMENTOS


ACEITAR O SEU PERDÃO

«Convidou-O um dos fariseus para que fosse jantar com ele. Jesus, entrando na casa do fariseu, tomou lugar à mesa. E eis que uma mulher da cidade, pecadora, sabendo que Ele estava à mesa com o fariseu, levou um vaso de alabastro com unguento; e, estando por detrás, aos Seus pés, chorando, regava-os com as suas lágrimas, e os enxugava com os próprios cabelos; e beijava-Lhe os pés e os ungia com unguento.»
Lucas 7:36-38.


O que fez deste jantar um acontecimento memorável foi o extraordinário acto de uma mulher não convidada. A sua presença ali era completamente inaceitável, pois era conhecida por ser uma mulher de baixa reputação. Mas ela queria muito ir ali, para estar perto d'Aquele que, pouco tempo antes, a tinha livrado de uma vida de pecado. Simão, o fariseu, sentia-se particularmente atingido pela presença daquela mulher, porque ele era o homem que a tinha seduzido pela primeira vez e empurrado para uma vida de pecado.

Vejam bem o tamanho deste drama: a mulher pecadora... O homem que a tinha empurrado para aquela vida... E o Homem que a tinha já redimido.
O facto que o Evangelista pretende sublinhar nesta história é que a "mulher perdida" já não é uma mulher perdida! O acto espectacular daquela mulher era um acto de gratidão para com Aquele que trouxe à sua existência perdão e uma nova vida. Àquela mulher muito foi perdoado; por isso, ela muito amou.
O seu muito amor levou-a a cometer aquele acto extraordinário de gratidão para com Jesus. E Jesus disse-lhe: "Os teus pecados te são perdoados." E, ainda, "A tua fé te salvou."
Isto faz-nos lembrar que pecadores redimidos devem a Cristo tudo quanto têm... tudo quanto são... e tudo quanto esperam vir a ser.
Quanto a Simão, não tinha amor... Não pediu perdão... Nada recebeu!
Crer em Cristo, aceitar o Seu perdão - é este o Seu chamado! Cristo quer perdoar todos os nossos pecados: a inveja, o orgulho, o egoísmo, a maledicência, a mornidão e tantos outros. Ele convida-nos a uma vida vitoriosa na certeza do Seu perdão.
Acabámos de ver: Um homem que era auto-suficiente mas sem amor, sem salvação. Uma mulher arrependida, agora amada e salva. Um Salvador, a perfeita revelação de Deus ao homem.

Que lugar tem este Salvador na sua vida? É com ele que convive? É a Ele que clama? É d'Ele que fala? É n'Ele que pensa?

Armando Ferraz

NUNCA É TARDE

«Alegra-te, jovem, na tua juventude, e recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade; anda pelos caminhos que satisfazem ao teu coração e agradam aos teus olhos; sabe, porém, que de todas estas coisas Deus te pedirá contas»
Eclesiastes 11:9.


Num final de tarde, enquanto trabalhava numa cidade do interior, deparei-me com um rosto que me era familiar.
Imediatamente me dirigi a essa pessoa, perguntando-lhe se se lembrava de mim. Ele não se recordava, mas, quando lhe disse que era Adventista e que, há vinte anos estivera com ele num acampamento de jovens, a sua mente processou essa informação e efectivamente ele lembrou-se que tinha participado desse acampamento.
Perguntei-lhe, curioso, como estava a sua vida, a sua igreja, a sua família, ao que ele respondeu, peremptoriamente, que já não frequentava a Igreja, que a sua vida estava bem melhor, pois, segundo ele, a vida "lá fora" satisfaz muito mais.
Soube que este jovem frequentava discotecas, clubes nocturnos, consumia bebidas e até drogas que o catapultaram para uma vida "rica" em futilidades e desprovida do amor de Deus e da própria Família.
Senti-me culpado por, de alguma forma, não ter sido útil, de maneira a evitar o seu deslize para este tipo de vida cheia de aliciantes enganadores para os jovens.

Hoje, mais ainda, sinto a responsabilidade de colaborar com Deus para a manutenção da Sua Igreja e dos Seus jovens, que se sentem cada vez mais indefesos, face às propostas mundanas que os assediam cada vez mais.
Podemos ser alegres, recrearmo-nos, satisfazer o nosso coração e percorrer caminhos que agradem aos nossos olhos, de forma salutar, e ao mesmo tempo, aprazível a Deus. Não aconselho ninguém a experimentar as solicitações pecaminosas da vida, mas, se porventura isso já aconteceu, lembre-se que Deus está sempre pronto a perdoar todo e qualquer pecado que tenha sido cometido, ou até mesmo uma vida cheia de pecados que tenhamos acalentado, pois «Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça, se confessarmos os nossos pecados.» (I João 1:9.)
Nunca é tarde para endireitarmos a nossa vida. Nunca devemos pensar que esta ou aquela pessoa, pela vida que leva, deve ser ignorada. Há sempre tempo.
Alegrei-me quando recentemente voltei a encontrar-me com este jovem numa actividade desportiva da Igreja. Isto mostra que a esperança é a última a morrer.

«Não te lembres dos pecados da minha mocidade, nem das minhas transgressões; mas, segundo a Tua misericórdia, lembra-Te de mim, por Tua bondade, Senhor.» (Salmo 25:7).

José Trindade Cardoso


TRANSFORMADO PELA VERDADE

«E conhecereis e verdade, e a verdade vos libertará. ...Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.»
João 8:32, 36.


Decorria o "Ano Internacional da Família" quando nos reunimos na Câmara de Salvaterra de Magos para organizar um colóquio, com as autoridades locais. Depois de ouvir, estupefacto, o ancião a falar, o Presidente da Câmara disse: "Desde garoto que me lembro deste homem como o 'Zé da cabaça', bêbado de manhã à noite. Este senhor bem vestido e respeitado já não é o mesmo!" Do "Zé da cabaça" apenas resta hoje a alcunha, porque o José Mário é um homem transformado.
Desde criança que ele sentia a presença de Deus ao seu lado, mas a sua vida tinha-se perdido nos prazeres do mundo e nos vícios. A sua família sofria da consequente vergonha e violência. Ao acompanhar a sua filha à festinha do final de uma "Escola Cristã de Férias", aceitou o apelo para estudar a Bíblia. O Senhor libertou-o dos seus vícios com a ajuda da Igreja. Há 36 anos, o "Zé da Cabaça" foi sepultado nas águas baptismais, renascendo um novo homem, discípulo de Cristo, tendo desempenhado com frequência o cargo de ancião, diácono e director missionário.
Mas a sua vida passada deixou marcas. Com 66 anos teve que lhe ser implantada uma prótese da articulação da bacia e da cabeça do fémur. O médico apresentou-lhe o prognóstico de que ele nunca mais conseguiria andar sem a ajuda de uma bengala. O Zé Mário, baseado na sua fé, respondeu-lhe que compareceria na consulta seguinte apoiado apenas nas suas pernas, porque o Senhor ainda tinha muito trabalho para ele fazer. Deus concedeu-lhe essa bênção.
Nessa altura, via-se o Zé Mário, com a perna operada estendida, e pedalando como uma manivela com o outro pé amarrado ao pedal, para ir dar assistência aos seus estudantes da Bíblia. Depressa recomeçou a andar com normalidade. O Senhor fez com que esta prótese durasse 11 anos em vez dos 6 anos previstos.
Hoje (2009) aos 78 anos, debate-se com uma recuperação pós-operatória difícil e como marido fiel e atencioso ocupa-se da Elvira, a sua esposa, que foi atingida por uma doença incapacitante.
Numa das suas pregações, desembrulhou uma pá e contou: "Encontrei esta pá no lixo. Estava 'desembeiçada', coberta de alcatrão e cimento. O seu cabo estava carcomido pelas traças. Levei-a para casa, limpei-a, lixei-a, cortei as arestas, pintei-a e coloquei-lhe um outro cabo... e aqui está uma pá nova. Foi isto o que o Senhor fez na minha vida e continua ainda a fazer - a transformar-me."

Deus pode libertar-nos de qualquer amarra que nos prende ao vício e ao pecado. Oremos, neste dia, para que Deus continue a transformar o nosso carácter, fazendo de nós Seus discípulos, aptos para a eternidade.

António Amorim