sexta-feira, 1 de junho de 2018

1 de Junho - Dia Mundial da Criança



1 - Aula de História
Geórgias Agrícola

Num dia de intenso conflito para Israel, Deus veio até ao profeta Jeremias e disse-lhe: "Jeremias, ponha o Meu povo à prova, como se prova o metal; examine bem e procure descobrir como estão agindo." (Jer. 6:27, BLH). Esta mensagem, é claro, era uma metáfora para designar a função espiritual do profeta, que era verificar a tamanha falta de pureza que havia no meio do povo de Deus no seu tempo.
Mas, não é com Jeremias que se inicia a história da metalurgia e mineralogia modernas. Precisariam de ser transcorridos mais de 19 séculos até que um jovem, de aproximadamente 20 anos de idade, sentisse um chamado de Deus para fazer algo pela humanidade. Ele estava lendo esta passagem da Bíblia quando teve um insight que mudaria a sua vida e a vida de muitas pessoas. Ele iria trabalhar com metais e curar pessoas.
Faltavam-lhe, no entanto, os recursos para custear os estudos e o seu sobrenome nada tinha a ver com as famílias ricas da Alemanha. Ele chamava-se Geórgias Bauer, que em alemão quer dizer Jorge, o fazendeiro. Daí o apelido latino Geórgias Agrícola. A sua mente, no entanto, estava longe de se confinar a um arado de fazenda. Ele queria melhorar o mundo com os dons que achava serem um presente de Deus.


Cursando a Universidade
Assim, em 1514, Geórgias partiu de Glauchau - Alemanha (sua cidade de origem) para Leipzig, onde iniciou os seus estudos universitários. Em pouco tempo aprendeu grego a ponto de publicar uma gramática em apenas cinco anos de estudo. Todas as noites, ele se recolhia cedo para orar e ler a Bíblia, antes que pudesse descansar dos seus afazeres, e isso fez com que tivesse um rendimento melhor que muitos dos seus colegas que preferiam as noitadas de cerveja e a companhia de prostitutas.
Em resultado dos seus excelentes aproveitamentos escolares, o restante dos seus estudos foi financiado por um grupo de religiosos locais a quem ele foi eternamente agradecido. Com esse apoio, ele pôde então estudar, além do grego clássico, filosofia e ciências naturais na Alemanha e também na Itália.
Após cursar essas disciplinas, Agrícola começou a estudar medicina e acabou atuando como excelente médico em Joanhimsthal, na Boêmia. O seu coração, porém, não esquecera o amor pelo estudo dos metais, nem o chamado divino que sentira enquanto lia o texto de Jeremias. Por uma providência divina, em 1530, o Eleitor Maurício da Saxônia convidou-o para trabalhar como médico e farmacêutico na pequena cidade de Chemnitz. Ali havia uma contínua obra de mineração que lhe possibilitaria continuar o seu estudo dos metais e minérios que tanto o empolgavam.


Médico e Pesquisador
Como médico, Geórgias visitava incansavelmente as minas e as casas dos trabalhadores, fazendo anotações médicas e criando remédios que ajudaram a salvar muitos que viviam do trabalho nas fechadas e poeirentas cavernas de minério. Na sua monumental obra De re metallica (composta de 12 volumes), ele estuda doenças como a silicose, que é típica do trabalho nas minas, e apresenta técnicas de ventilação com projetos para a construção de três tipos de máquinas ventiladoras que, movidas à tração animal, levariam ar puro para os pontos mais subterrâneos de uma exploração mineral.
Ao mesmo tempo que se preocupava com a saúde dos trabalhadores, Agrícola produziu uma acurada classificação de cristais, desenvolveu recursos preventivos da erosão e pesquisou o uso do magnetismo como meio de encontrar jazidas de ouro. Alguns historiadores acreditam que foi ele o criador da palavra "petróleo", hoje conhecida e usada em todos os países.
Desde o início do mundo até aos dias de Agrícola (século XVI), o interesse nos metais e minérios era basicamente económico. Por isso, é possível dizer que foi com ele que surgiu a ciência da mineralogia que hoje é objeto de estudo em muitas universidades. Geórgias acreditava na criação conforme descrita no Gênesis, por isso entendeu, antes de qualquer outro, que os minerais faziam parte do mundo natural feito por Deus e deveriam ser objeto de pesquisa científica que pudesse utilizá-los para algo mais do que a mera manufatura de objetos ou intercâmbio no ambiente comercial.
O seu trabalho foi baseado, principalmente, no campo da observação direta e estudo exaustivo. Por isso, as suas publicações tornaram-se livro-texto de muitas universidades europeias, mesmo depois da sua morte. Ainda hoje, boa parte das suas anotações encontram-se atualizadas e não modificadas pelos especialistas dessa área.
Você sabia que um dos seus livros, intitulado De natura fossilum, foi a primeira publicação acadêmica-científica sobre metalurgia do mundo? E o mais interessante é que, advogando a historicidade do dilúvio descrito na Bíblia, Geórgias demonstrou empiricamente que os fósseis orgânicos surgiram pela acumulação solidificada de água durante a enchente que cobriu todo o planeta. Ele não achava difícil conciliar o texto bíblico com as suas observações no mundo natural!
(Eu tb não... Acho é BEM difícil o contrário... EE)

Caridade e Fim dos Trabalhos
Agrícola também se envolveu em questões políticas e simpatizou bastante com os ensinos de Martinho Lutero. Porém, esqueceu-se de ambos devido à violência e revoluções que estes causavam em toda a Alemanha. A seu ver a política e as lutas religiosas estavam tomando um rumo mais pessoal e económico que civil ou espiritual.
Assim, depois de algum tempo servindo como prefeito de Chemnitz, conselheiro da corte saxónica e embaixador de Carlos V, Agrícola resolveu voltar para a pequena vila de mineradores e continuar o seu trabalho de médico e pesquisador. Foi lá que ele escreveu os volumes finais de De re metallica, que acabou sendo publicado apenas um ano depois da sua morte, em setembro de 1555.
Se você pesquisar nos livros de História vai ver que as epidemias eram comuns numa Europa com poucos sistemas de higiene. Três anos antes da sua morte, Geórgias teve de trabalhar quase que incessantemente para ajudar na cura de pessoas infetadas pela chamada "Peste Negra" que assolou o continente entre 1552 e 1553. Ele visitava a casa dos doentes, orava com eles e ministrava-lhes o medicamento. Como última contribuição médica, ainda deixou escrito um exaustivo estudo sobre as causas e combate dessa moléstia.
Quando morreu, Agrícola teve o seu corpo sepultado na catedral de Zeitz. Sobre o seu epitáfio estão escritas as palavras que marcam o caráter do seu cristianismo: Ele viveu pela paz, verdade e justiça. Que bom seria se fosse essa a frase que resumisse as obras da nossa vida!

Rodrigo P. Silva, licenciado em Filosofia e doutor em Teologia. Especialização em Arqueologia pela Universidade Hebraica de Jerusalém in Eles Criam em DEUS - Biografias de cientistas e sua fé criacionista. Casa Publicadora Brasileira, São Paulo.



2 - Aula de Biologia
A Tristeza de Pipoca

Você já ouviu falar de algum animal que chorou de saudade do seu filhotinho? Se ainda não, vai ouvir agora.
Um dia, alguém nos deu de presente uma linda cadelinha! Era toda branquinha e parecia uma bola, de tão gordinha! A única coisa que não era branca no seu pequeno corpo, eram os olhos, muito vivos, castanhos, e a ponta do focinho que era preto, molhado e gelado! Quando nos via, abanava a cauda de um lado para o outro, demonstrando a sua alegria. Depois de pensar num nome que combinasse com a sua aparência, resolvemos chamá-la de "Pipoca". Ela cresceu depressa, mas não ficou muito grande. Era uma mesticinha de vira-latas com lulu. E como caçava! O lugar onde morávamos era muito quente e húmido, e havia muitos ratos pelas redondezas. Coitado do rato que caísse em suas garras!
Certo dia, a Pipoca escondeu-se no quartinho dos fundos. Quando a encontrei, ela não estava sozinha. Estava acompanhada de sete "coisinhas" minúsculas que eram seus filhotes recém-nascidos! Enquanto mamavam, ela lambia-lhes o corpinho, procurando mantê-los limpos e agasalhados. Mas, era uma "briga"! Um pisava no outro em busca da comidinha, e a mamã Pipoca tinha que dar um empurrãozinho, de vez em quando, no mais guloso. Como ríamos com aquela cena!
É claro que não poderíamos ficar com 7 cachorrinhos e ainda a mamã. Mas resolvemos ficar com o mais bonitinho. Ah! Esse era fofinho como a sua mãe quando a ganhámos, só que o seu pelo era castanho-claro. Ela era da cor de um biscoito, por isso, demos-lhe o nome de "Biscoito". Imaginem só - Pipoca e Biscoito!
Acho que nenhuma mamã cachorrinho era mais feliz do que a Pipoca. Os dois brincavam o dia inteiro; não sei onde arranjavam tantas brincadeiras! E quando se cansavam, um se deitava perto do outro e às vezes o Biscoito dormia com o queixo em cima das pernas dianteiras da mãe.
Um certo dia, quando eu estava viajando, o meu marido saiu de casa para o trabalho e teve o cuidado de fechar bem o portão atrás de si, para que os nossos animaizinhos não fugissem. Entretanto, um amigo entrou no quintal em busca de algum objeto, e quando saiu, esqueceu-se do portão aberto... e eles escaparam!
Ah! Foi aquela festa! Enfim, livres! Soltos na rua, como sempre sonharam! Cada carro que passava levava uma "chuva" de latidos, e os dois, um de cada lado, apostavam corrida com o veículo, latindo para as rodas o tempo todo. Essa brincadeira durou algum tempo, mas, não sei como, numa destas aventuras, a última, o Biscoito, menos experiente que a sua mãe, foi parar com a cabecinha debaixo da roda do carro em movimento!
A essa altura, já podes imaginar o que aconteceu. Pois... ele morreu no momento! Ainda bem que não sofreu, não é?
Quando o meu esposo chegou a casa, logo depois do acidente, encontrou o cãozinho sem vida e a mamã Pipoca velando o seu corpinho machucado.
A tristeza e o choque foram muito grandes! Mas, que remédio... agora o jeito era enterrá-lo. É o que se faz com todas as criaturas que morrem, não é? Assim, o Biscoito foi embrulhado num pano velho e sepultado no fundo do quintal. O meu marido entrou em casa, a noite chegou de seguida, e o sono não tardou.
Cedo, na manhã seguinte, qual não foi sua surpresa ao ver o Biscoito totalmente desenterrado ao lado da mãe, em cujos olhos havia uma profunda expressão de tristeza.
- Ora, Pipoca - disse-lhe ele, acariciando bondosamente a sua cabeça - agora vou ter que enterrá-lo outra vez!
E foi o que aconteceu. Só que desta vez teve o cuidado de colocar uma pesada pedra sobre o local da sepultura, para que ela não conseguisse desenterrá-lo de novo.
Naquela noite, ele não conseguiu dormir. A Pipoca chorava amargamente. Os seus lamentos podiam ser ouvidos à distância. Na manhã seguinte, quando o meu marido saiu a fim de "conversar" com a chorosa mãezinha, tentando animá-la um pouco, percebeu que a Pipoca tentara desenterrar novamente o seu filhotinho, pois a terra estava toda espalhada em volta da pedra e... uma das patinhas do cãozinho estava para fora. A cena mais triste, porém, foi quando ele viu a Pipoca, entre soluços, lambendo aquela patinha sem vida, como que querendo reanimá-la para voltar a correr com ela.
Bem, como vocês sabem, o tempo cura todas as feridas e com os animais as coisas não são diferentes. O Pipoca voltou a ser feliz, teve outros cachorrinhos (desta vez foram nove!) e ainda brincou muito, caçou muito, e até viajou de barco pelo rio Amazonas! Agora ela também deve ter morrido, pois esta história aconteceu há muitos anos.
No entanto, o Pipoca continua bem vivo na minha lembrança, mostrando-me sempre que os animais são seres que o Senhor Jesus dotou de instintos nobres e profundos, e que eles merecem o nosso carinho e respeito.

C. F. Lessa in As Melhores Histórias do Nosso Amiguinho Vol.2, Casa Publicadora Brasileira

3 - RECREIO