quarta-feira, 15 de maio de 2013

LAR - DOCE LAR


Locomotiva e Reboque

Você ouviu aquela anedota sobre a cerimónia de casamento, quando o pastor perguntou: "Você será fiel à sua mulher na felicidade e na tristeza? Na riqueza e na pobreza? Na doença e na saúde?" E o noivo respondeu: "Sim, não, sim, não, não, sim."
Certamente todos nós gostamos de optar pelo melhor, pela riqueza e pela saúde, quando nos casamos, e esquecer todas as outras opções. Mas não é esse o modo como o casamento funciona porque não é assim que a vida funciona.
Estive numa cerimónia de casamento, esta verdadeira, durante a qual a noiva e o noivo se comprometeram a permanecer casados enquanto continuassem a amar-se. Bem, espero que ambos conheçam bons advogados para o divórcio, porque vão precisar deles. Os relacionamentos baseados em sentimentos são necessariamente efémeros e transitórios. A única estabilidade real no casamento é produzida por firmes compromissos que mantêm duas pessoas inabaláveis quando as emoções flutuam descontroladamente. Sem esta determinação para cimentar as relações humanas, elas estão destinadas a desintegrar-se.
Você pode imaginar um pai a dizer ao filho: "Vou cuidar de você enquanto o amar"? Isto dificilmente poderia indicar estabilidade e bem-estar para o filho. Da mesma forma, uma expressão de amor sem compromisso não dá segurança ao futuro de um casamento.
A emoção pode ser imaginada como o reboque de um comboio. Uma vontade comprometida é a locomotiva que puxa o relacionamento através dos altos e baixos da vida quotidiana.
O Lar Está Onde o Coração Dela Está

Uma coisa que os homens precisam de compreender é que, de um modo geral, as mulheres tendem a importar-se mais do que os homens com o lar e tudo quanto existe nele. Isto, certamente, é assim na minha casa. Permita-me ilustrar este ponto. Há poucos anos, a minha esposa e eu contratámos um funileiro para instalar uma churrasqueira a gás no quintal, e saímos para os nossos afazeres fora de casa. Quando voltámos, verificámos que o aparelho fora montado cerca de vinte centímetros acima do recomendado.
Shirley e eu ficámos a olhar para a instalação, e as nossas reações foram bem diferentes. Eu disse:
- Sim, você está certa. O funileiro cometeu um engano. A propósito, o que vamos ter hoje para o jantar?
Mas Shirley reagiu de modo característico. Ela disse:
- Não creio que vou suportar essa coisa empinada no ar desse jeito!
Eu poderia viver o resto da minha vida sem pensar novamente na altura da churrasqueira, mas para Shirley foi um grande acontecimento. Por quê? Porque para um homem o lar é o lugar onde ele pode relaxar, tirar os sapatos e tornar-se ele mesmo. Para uma mulher, especialmente a dona de casa, o lar é uma extensão da sua personalidade. Ela expressa a sua individualidade e o seu caráter através dele. Eis a razão por que os maridos deveriam ser sábios em reconhecer esta perspectiva diferente e acomodar-se aos interesses criativos das suas esposas.
A propósito, o funileiro foi chamado de volta à nossa casa no dia seguinte para corrigir o seu erro. Como diz o ditado: "Se a mamã não está feliz, ninguém mais está feliz."

Uma Chávena Grande de Chá

Você já observou que as crianças às vezes procuram ajudar, mas acabam complicando mais a sua vida?
Ouvi a história de uma mãe que estava acamada por causa de uma forte gripe. A sua querida filhinha desejava ansiosamente cuidar da mamã como uma boa enfermeira. Ela afofou bem os travesseiros e levou uma revista para a sua mãe ler. Em seguida, apareceu, para surpresa da mamã, levando-lhe uma chávena de chá.
- Ora vê só, tu és mesmo uma doçura - disse-lhe a mãe enquanto tomava o chá. - Eu nem sabia que tu eras capaz de preparar um chá.
- Ah, bom - respondeu orgulhosa a garotinha, - aprendi vendo tu fazeres. Pus as folhas de chá na panela, coloquei água, fervi, e depois passei na peneira. Mas, como não consegui achar a peneira, filtrei na peneirinha do mata-moscas.
- O que é que tu fizeste? - gritou a mãe assustada, mas não com raiva.
E a menina acrescentou:
- Oh, não te preocupes, mamã, não usei o mata-moscas novo. Usei o velho.
Quando as crianças tentam o melhor possível e acaba tudo errado contra a sua vontade, o que devemos fazer como pais? O que as mamãs e papás geralmente fazem é evitar que as crianças tenham qualquer responsabilidade que possa resultar numa confusão ou erro. É muito mais fácil fazer tudo por elas do que consertar o erro depois. Mas recomendo aos pais que não caiam nessa armadilha.
Os vossos filhos precisam desses erros. É assim que eles aprendem. Por isso, vá entrando nesse jogo imprevisto de vez em quando... mesmo que o chá esteja com um gosto um tanto estranho.


Explorando o Mundo da Natureza

Ensinar crianças a apreciarem a natureza é uma das mais aprazíveis tarefas dos pais. É também uma das mais simples, uma vez que as crianças são naturalmente curiosas em relação ao mundo que as cerca.
Quando eu era bem jovem, tinha uma fascinação por formigas vermelhas. Tínhamos um grande jarro de oito litros que eu usei para montar uma fazenda de formigas. Eu enchi-o de barro e sujeiras, em seguida pegava milhares de formigas vermelhas e as colocava lá dentro. De todas as vezes eu as deixava ali durante meses, observando-as a cavar buracos, trilhas e compartimentos. Fora os incidentes de ser picado algumas centenas de vezes, era um projecto bem sucedido. E isso ajudou a instalar em mim um sentido de admiração pela Natureza e pela Criação, que conservo até hoje.
Quando você começar a ensinar o seu próprio filho sobre a natureza, sugiro que faça uso da própria curiosidade dele. Se ele entrar em casa com uma minhoca ou uma rã na mão, veja isso como uma oportunidade. O nosso próprio filho de dois anos uma vez perguntou à mãe se a minhoca podia bocejar. Ela não estava preparada para tal pergunta.
Se você tem um quintal, dê uma volta nele com o seu filho e inspecione debaixo das folhas e pedras para ver se pode achar alguma coisa. Mesmo numa floreira sob a janela você pode armar um jardim e ensinar o milagre da vida da planta desde a semente até à colheita. Basta um pequeno esforço para acender no seu filho uma fascinação duradoura pela beleza do mundo natural.

Paz na Vizinhança

Há qualquer coisa que os pais possam fazer a respeito do comportamento inaceitável dos filhos de outros pais na vizinhança? Na realidade, há.
Eles podem promover uma atmosfera mais amena na sua rua se conversarem uns com os outros de modo simples - mas isto pode requerer algumas ações. Não existe um modo mais rápido de irritar uma mamã ursa do que alguém criticar o seu precioso ursinho. Esta é, sem dúvida, uma questão delicada. E esta é a razão por que a vizinhança típica oferece muito pouca informação aos pais com respeito ao comportamento dos seus filhos. As crianças sabem que não há canais de comunicação entre os adultos e tiram vantagem dessa barreira.
O que cada bloco de residências precisa é de uma mãe ou pai que tenha a coragem de dizer: "Gostaríamos de saber o que o meu filho faz quando está fora da nossa casa. Se ele é um pestinha quando está com outras crianças, gostaríamos de ser informados. Se ele é desrespeitoso com os adultos, por favor avisem-nos. Não vamos considerar isto bisbilhotice. Não ficaremos ressentidos se nos procurarem. Esperamos também poder compartilhar as nossas impressões com referência aos vossos filhos."
Por pior que seja ouvir que os nossos filhos se comportam mal, por que isso faz com que nos sintamos maus pais, devemos nos abrir e aceitar as informações que sejam válidas. Nenhum dos nossos filhos é perfeito. Saberemos melhor como ensinar-lhes e discipliná-los, se conversarmos, aberta e honestamente, com cada vizinho, como adultos e amigos.

A Magnífica Máquina Voadora

A sua família está nas alturas acima das nuvens neste momento - ou está sob o peso das actividades, compromissos e ganhos?
O meu amigo Dennis Rainey conta a história do Double Eagle Two, o primeiro balão de ar aquecido a cruzar o Oceano Atlântico. Os homens que pilotaram o esplêndido balão pegaram uma corrente de ar que os levou por todo o caminho através do Atlântico. Mas, quando estavam próximos das costas da Irlanda, voaram sob uma pesada cobertura de nuvens, e o gelo começou a formar-se na parte externa. Eles perderam altitude, caindo de seiscentos para trezentos metros em questão de horas.
A tripulação fez todo o possível para salvar o balão. Eles atiraram fora mais de cinco câmaras de vídeo, rações de comida e mesmo um planador com o qual planearam voar até terra. A cerca de cento e vinte metros, transmitiram a sua localização, e então atiraram fora o rádio.
Finalmente, a noventa metros, eles entraram na luz do sol. O gelo caiu em placas e o grande balão voou alto até à França.
Algo semelhante a este cenário é repetido nos lares hoje. A 'Família Balão' é sobrecarregada de responsabilidades, pressões, obrigações, planeamentos e embaraços. Mais e mais atividades são tomadas a bordo, levando o balão a cambalear e a perder altitude. Muitos se chocam com o mar antes de reconhecer a necessidade de aliviar a carga.
Há um tempo para reduzir, simplificar, dizer 'não' e passar mais tempo em casa. Então podemos voar acima das nuvens, livres e desembaraçados das coisas que nos estavam sobrecarregando.

James Dobson, Psicólogo famoso e muito conhecido nos EUA, autor de diversas obras sobre Família, fundador em 1977 da Instituição Focus on the Family, no seu livro Lar, Doce Lar (pode ler mais sobre o autor na Wikipedia).


AMOR NO LAR


"A sociedade compõe-se de famílias, e ela é o que a façam os chefes de família.
A família deve ser um pequeno Céu na Terra,
um lugar onde se cultivem as afeições em vez de serem estudadamente reprimidas.
A nossa felicidade depende do cultivo do amor, da simpatia
e da verdadeira cortesia de uns para com os outros."