sábado, 21 de junho de 2014

HAVERÁ ESPERANÇA PARA UM MUNDO... MORIBUNDO?...


A MISÉRIA DA TERRA

O Walkman, um símbolo da paixão do homem pela privacidade e individualismo - todavia cada vez mais "indivíduos" estão a fazer as mesmas coisas que outros "indivíduos".

Quando o "Walkman" atingiu o mercado, provou-se de imediato um sucesso. Ele é um símbolo da paixão do homem pela privacidade na parte final do século XX, da tendência cada vez maior para o individualismo.
Acrescido individualismo é uma das "megatendências" da época.1 Agora é o indivíduo - em vez da comunidade, a tribo, a família - que cria ou é bem sucedido. Preocupação com o ambiente, a paz e empenhamento pelos miseráveis do Terceiro Mundo ou pelos desprivilegiados da nossa própria sociedade somente atrairá a atenção se for sentida pelo indivíduo. É interessante notar que o ponto de vista da Bíblia é que, embora Deus tenha planos para grupos e nações, a Sua preocupação primária é com o indivíduo: Deus procura uma relação pessoal com cada um.2

Todavia - estranho na realidade! - num tempo em que o indivíduo permanece no seu pedestal, um número cada vez maior de "indivíduos" está a fazer as mesmas coisas que outros "indivíduos". É quase assustador perceber a importância atribuída a um Campeonato Mundial ou aos Jogos Olímpicos. Eles são contemplados por metade da população do planeta ao mesmo tempo! É positivamente horripilante que pessoas em 84 países tenham o "privilégio" semanal de contemplar as mesmas telenovelas e séries televisivas. É quase incrível que as mesmas pessoas que falam em proteger a sua própria "identidade como indivíduo" insistam em usar o mesmo tipo de sapato, a mesma "T-shirt" ou "jeans" que milhões de outras. Enquanto cultivam cuidadosamente a ideia de que são pessoalmente únicas, elas "têm" que ver filmes que toda a gente vê e ler livros dos 10 títulos mais procurados.

Quase há 2000 anos atrás os escritores da Bíblia deram um perfil do que seria o homem na era do tempo do fim, "a era final":
"Os homens não amarão nada senão o dinheiro e o eu; eles serão arrogantes, jactanciosos e injuriosos; sem respeito algum pelos pais, ingratos, impiedosos, sem afecto natural; serão implacáveis no seu ódio, disseminadores de escândalos, intemperantes e ferozes, estranhos para com toda a bondade, traidores, aventureiros, presunçosos. Eles colocarão o prazer no lugar de Deus. ..."3
Não é muito difícil reconhecer-nos a nós mesmos e aos nossos contemporâneos nesta descrição sucinta. Estamos em perigo de "nos divertirmos até à morte".4

AS PERSPECTIVAS PARA A PAZ

Outra predição bíblica sobre o tempo do fim indica um aumento na frequência das guerras.5 Desde que esta predição foi feita, a guerra tem sido, na verdade, uma parte permanente do desenrolar da história. Todavia, no nosso próprio século tem havido uma diferença massiva na escala.

Imagem à direita: Um presente da antiga União Soviética às Nações Unidas, uma estátua de bronze pelo escultor Eugeny Vuchetich - "Nós Transformaremos as Nossas Espadas em Charruas."

Mesmo hoje, com as tensões Leste-Ocidente diminuídas, - enquanto se espera que mais "espadas" nucleares e convencionais sejam recicladas em "arados"6 - precisamos de nos lembrar que as armas nucleares nunca poderão ser "desinventadas". Pelo menos 12 nações têm armas nucleares ou a capacidade de as produzir. Outras 20 se unirão ao "clube nuclear" nos próximos 10 anos. Seja o que for que as superpotências possam decidir, a ameaça de guerra nuclear permanecerá connosco.
Desde a Segunda Guerra Mundial tem havido mais guerras (declaradas ou não-declaradas) do que em todo o tempo antes. Se definirmos guerra como um conflito no qual uma média de pelo menos 1000 pessoas morrem por ano, podemos enumerar 120 guerras desde 1945. Nestas guerras, um total de 20 milhões de pessoas morreram.7

Armas químicas e biológicas continuarão a ser um perigo mortal. Os armazenamentos actuais de armas químicas nos Estados Unidos da América e ex-União Soviética podem matar mais de 300 vezes toda a população mundial. Os gastos militares globais têm continuado a aumentar e estão agora bem acima de 1.000 biliões de dólares por ano.8 Nos Estados Unidos da América o orçamento da defesa é superior a 3 vezes o total de gastos com actividades religiosas e de beneficência.9 Por cada pessoa empregada no sector da saúde no mundo de hoje existem 60 em serviços militares.10

O equivalente ao total do orçamento anual da Organização Mundial de Saúde é gasto pelas forças armadas em menos de três horas. Um mero 0,5% do dinheiro gasto em armas pagaria todo o equipamento de lavoura necessário para habilitar os países deficientes em alimentos a alcançarem suficiência alimentar.11

Quais são as razões básicas para a continuação das guerras? Uma razão: demasiadas pessoas no planeta. Quando se chegar ao ano 2025 a Terra terá uma população de 10 biliões, mais do que o dobro da sua actual população.12 Um mundo faminto e um mundo instável...
A Constituição da UNESCO, contudo, coloca o seu dedo na questão verdadeira: "Uma vez que as guerras começam nas mentes dos homens, é nas mentes dos homens que a defesa da paz deve ser construída..." E está para além da capacidade de qualquer presidente, ministro ou diplomata conseguir a mudança nas mentes de homens e mulheres.

COMO MORRE A OUTRA METADE

A explosão da população e a continuação de desigualdades significam que o número de pessoas a viver em absoluta pobreza no nosso mundo está na verdade a aumentar. Alguns calculam esse número em 1 bilião.13
Uma em cada 4 pessoas neste planeta não tem casa adequada, enquanto que para cima de 100 milhões não tem qualquer abrigo. Uma mulher no Terceiro Mundo está 150 vezes mais sujeita a morrer de complicações durante a gravidez. E depois há as fomes e as epidemias...
No Seu discurso sobre os acontecimentos "na era final" Jesus Cristo mencionou explicitamente "fomes" e "pragas"14 como caracterizando a cena mundial. A Bíblia também menciona aqueles "que têm grandes possessões... que têm empilhado riqueza numa época que se aproxima do seu final". Este último grupo de pessoas tem feito da exploração dos pobres uma arte refinada. Os autores da Bíblia usam linguagem forte para se referirem às questões de injustiça para com os socialmente fracos.15

Gente miserável ... procurando nas pilhas de lixo alguma coisa para comer ou vender. Calcula-se que o número de pessoas a viver uma absoluta pobreza seja de mil milhões.

Há países onde 30 a 40 por cento da população tem peso muito excessivo. A pobreza e a fome do Terceiro Mundo fazem com que tais sociedades pareçam doentes. Vinte e cinco por cento dos habitantes do mundo são responsáveis por 94% de todos os gastos com a saúde e 89% de todos os gastos com a educação. Possuem 92% de toda a indústria e consomem 70% de todos os cereais. Todas as tentativas para restaurar o equilíbrio têm falhado até aqui.16
No Terceiro Mundo 5 milhões de crianças morrem cada ano devido a má nutrição crónica ou por completa falta de comida. Não admira que haja "pragas" na África Sub-Saariana quando países têm apenas um médico para 40.000 pessoas.17 Não admira que 80% dos 500 milhões de pessoas deficientes vivam no Terceiro Mundo.18
Entretanto, companhias multinacionais inundam o Terceiro Mundo com drogas perigosas que, estão banidas ou restringidas no mercado nacional do seu país.19 Enquanto é gratificante ouvir muitas vozes levantadas em protesto contra estes exemplos de avidez criminosa, é difícil prever que se faça muito mais do que mudanças cosméticas. Porquê? As palavras de um sábio antigo são sempre actuais: "Os corações dos homens estão cheios de mal. ... "20 A experiência moderna concorda com as palavras do apóstolo Paulo: "Os homens maus e os charlatães progredirão de mal a pior."21

"ELES SERÃO INTEMPERANTES"

Para milhões no mundo Ocidental a saúde é quase uma religião. Todavia por estranho que pareça, milhões de outros parecem estar determinados a arruinar a sua saúde ao abusarem dos seus corpos de variadas maneiras.
A dependência de drogas tornou-se um problema de dimensões globais. Relatórios indicam que os Estados Unidos da América têm 620.000 dependentes de ópio, o Irão 400.000, Hong Kong 80.000 e a Grã-Bretanha 6.000. A Grã-Bretanha tem agora mais de 50.000 dependentes de heroína.22
Há um número cada vez maior de pessoas escravizadas por uma ou mais drogas: narcóticos, estimulantes, alucinógenos, tranquilizantes, pílulas para dormir. Mais de 10.000 (a maior parte jovens) morrem cada ano como resultado de usarem drogas ilegais.23

O número de pessoas que morrem cada dia devido aos efeitos do fumo encheria 20 aviões jumbo 747.24 O abuso do álcool encurta a vida, em média, 1O a 12 anos.25 Mais Americanos foram mortos em dois anos por condutores alcoolizados do que o número total de soldados mortos durante a guerra do Vietnam.26 A Grã-Bretanha tem um milhão de alcoólicos. O alcoolismo na Grã-Bretanha é responsável por 500.000 admissões nos hospitais e mais 14.000 em hospitais psiquiátricos por ano.27

Medidas mais drásticas são necessárias contra estes abusos em todos os níveis: local, regional, nacional, internacional. Mas não obstante as medidas drásticas, elas são impotentes para erradicarem o problema. O homem, ele próprio, é o problema. A educação, reabilitação, ou mesmo engenharia genética não conseguirão alterar as coisas. Há apenas Um que pode mudar e libertar.28

PROBLEMAS MORAIS

Não é um quadro atractivo! Com certeza, há ainda muitas pessoas de princípios elevados. Há ainda muita evidência de heróica abnegação. Há ainda muitos exemplos de amor abnegado.
Mas a tendência moral é para baixo. Foi uma tendência captada pelo apóstolo Paulo no primeiro século na Ásia Menor. Era caracterizada, disse ele, por "fornicação, impureza, indecência; idolatria e feitiçaria; disputas, temperamento contencioso, inveja, ímpetos de raiva, ambições egoístas, dissensões, intrigas partidárias e ciúmes; bebedeiras, orgias e coisas do género".

Nem a geração de Paulo era uma novidade. No tempo de Noé os "pensamentos e inclinações" do homem29 estavam quase totalmente concentradas em coisas materiais e carnais. Cristo advertiu que o mundo veria um reencenamento da era de Noé antes de "vir o Filho do Homem".30

A SOLUÇÃO FINAL

O nosso mundo impregnado de sexo provê um cumprimento dolorosamente exacto destas palavras. O sexo pré-marital e extra-marital tornou-se aceite enquanto que a crítica do mesmo se tornou uma excepção. Jovens adolescentes grávidas, incestos, abortos e todas as espécies de aberrações sexuais são parte integrante da vida. Embora a SIDA tenha assustado muitos levando-os a mudar algumas das suas práticas sexuais, a evidência sugere que o efeito foi de curta duração.
Nunca deveríamos sucumbir à ideia fatalista de que as coisas más deste mundo não podem ser mudadas. Há muito, por exemplo, que podemos fazer para ajudar os pobres e destituídos. "Saúde para todos no ano 2000" não é um lema tão utópico como muitos podem pensar. Tem sido possível erradicar a varíola, então porque não podem outros problemas de saúde ser vencidos também? Protestos em massa contra o desenvolvimento de novos sistemas de armas já tiveram um grande impacto nos políticos. Então, não há desculpa alguma para a apatia.
Sejamos cautelosos quanto ao optimismo falso dessa última manifestação ocultista, o movimento da Nova Era. O seu ponto de vista sobre as coisas é que o homem pode e deve criar um mundo perfeito.31 Pode haver muitos que sustentem a ideia de que, afinal de contas, são as pessoas do mundo que se devem salvar a si mesmas. Não importa quão desafiadoras estas palavras possam soar, elas são erradas e ecoam um optimismo falso.

Todas as tentativas de nos salvarmos a nós mesmos permanecerão lamentavelmente inadequadas. Fundamentalmente, a nossa dificuldade não reside primariamente na nossa necessidade de educação ou em termos uma mudança de perspectiva. O nosso problema é que, desde que o pecado entrou no mundo, há algo basicamente errado connosco, que requer nada menos do que uma iniciativa divina.
Os dirigentes humanos, ainda que carismáticos, nunca serão bem sucedidos em criar um novo mundo. Precisamos de Alguém, maior do que qualquer ser humano, que possa trazer a solução final e introduzir a nova ordem com a qual muitos estão a sonhar.



Referências:
1 John Naisbitt e Patrícia Aburdene (editores), Megatrends 2000 (1990), págs. 298-309; 2. Ver por exemplo Ezequiel 18:1-32; 3. II Timóteo 3:1-4; 4. Este foi o título de um livro publicado em 1988 nos Estados Unidos da América que analisava padrões correntes de busca de divertimentos; 5. Mateus 24:3; Lucas 21:10; 6. Joel 3:10; Miqueias 4:3; 7. F. Barnaby (editor), The Gaia Peace Attlas (1988), Pág. 56; 8. M. S. Hoffman (editor), The World Almanac and Book of Facts (1990), pág. 74; 9. Ibidem, pág. 91; 10. M. Kidron and R. Segal, The New State of the World Atlas (1987), pág. 106; 11. The Gaia Peace Atlas, pág. 106; 12. R. J. Johnston and P. J. Taylor (editors), World in Crisis? (1986), pág. 129; 13. M. Jancloes, "More Than a Billion", Saúde do Mundo, (Março de 1990), págs. 4 e 5; 14. Lucas 21:11; 15. Tiago 5:1, 4, 5; 16. The Gaia Peace Atlas, pág. 35; 17. World Development Report (1986) (Publicado para o Banco Mundial pela Oxford University Press), págs. 234-235; 18. F. Stambouli, "Born Underprivileged", Saúde do Mundo (Março de 1990), pág. 8; 19. J. B. Mekinlay (editor), Issues in the Political Economy of Health Care (1984), pág. 187; 20. Eclesiastes 9:3; 21. II Timóteo 3:13; 22. J. Willis, Drug Use and Abuse (1989), pág. 33; 23. World Development Forum, vol. 7, Nº 17 (30 de Setembro de 1989) 24. La Sentinelle (Setembro de 1989), pág. 10; 25. J. M. Drescher, "Alcohol: a Witness Against Itself, Ministry (Março de 1982), pág. 7; 26. S. Bachiocchi, Divine Hope for Human Hopelessness (1986), págs. 165-166; 27. B. F. Kinman, "Alcohol and You - Alcohol Abuse and the British Family", Family Life, Vol. 6, Nº 5, pág. 9; 28. João 8:35; 29. Gênesis 6:5; 30. Mateus 24:37-39; 31. Citado no Gaia Peace Atlas, pág. 76.
Todas as citações bíblicas neste capítulo são traduzidas da versão New English Bible.


HÁ ESPERANÇA?

Esperança. Todas as pessoas vivem em esperança. Nós vivemos em esperança mesmo se não pudermos visualizar exactamente aquilo que esperamos. O que é que nós esperamos de facto?
As esperanças de um jovem Ocidental são muito diferentes das de um nómada idoso da África Oriental. As nossas circunstâncias, atitudes, receitas, saúde e idade todas afectam as nossas esperanças - e a nossa compreensão da vida.
Pode haver duas pessoas da mesma idade, a viver em circunstâncias idênticas. Uma é positiva, confiante e cheia de esperança. A outra vê tudo obscurecido por nuvens negras. A primeira constrói a sua vida sobre o fundamento da esperança. A outra tem apenas esperanças que parecem cada vez menos realistas à medida que a vida avança e, quando desapontadas, conduzem à desilusão.


ESPERANÇA NUM MUNDO DESESPERADO

Há bastante desespero ao nosso redor neste mundo. E há vários factores que contribuem para isso. Uma pessoa pode ficar consternada pela crise ecológica. Outra, por questões económicas ou políticas. Apesar da rica herança cristã do Ocidente, a maioria das pessoas no mundo Ocidental não têm um propósito na vida nem faz uma distinção clara entre o que é certo e o que é errado. O mundo está confuso, não somente por questões físicas, mas também por questões espirituais.

Desde as negras predições de Marshal McLuhan ao optimismo de Naisbitt e Aburdene, todos reconhecem a existência de um vazio na vida, no Ocidente. Um vazio que não pode ser satisfeito apenas por prosperidade material.
Os sintomas deste vazio são mais evidentes nos países mais ricos. Os países ricos têm uma taxa de suicídios mais elevada do que os países pobres. É revelado na violência despropositada, tão comum na Europa e na América. Pode ser visto em novas formas de actividades de lazer e entretenimento.
A causa básica deste vazio deve-se ao facto das pessoas colocarem a sua confiança em coisas materiais em vez de espirituais. Substituíram a verdadeira Esperança por meras "esperanças". Quando chove elas querem sol. Quando o sol brilha, dizem que está muito calor. Se têm uma motorizada, querem uma moto. Se têm uma moto, querem um carro. Se têm um carro, querem outro melhor. Quando têm um carro bom, querem uma casa melhor. Se já têm uma casa melhor, querem um barco. Mas o que é que acontece no final? Quando a sua montanha de possessões estiver completa? Traz isso verdadeira satisfação? É o vazio preenchido pelas possessões materiais? Ou permanece ele um enorme abismo - sem nada?
No fundo as relações humanas contam muito mais do que as coisas materiais. Suponham que vos dão a escolher entre duas opções. Ou viver sozinho na casa mais requintada do vosso país - com todas as comodidades modernas já existentes - ou ter uma família amorosa e amigos numa casa modesta.

Encontra-se verdadeira segurança em relações de amor, não em coisas materiais.

O senso comum, e a Bíblia, dizem-nos que a verdadeira segurança se encontra em relações amorosas, não em coisas materiais. Mas a Bíblia vai mais além. Ela diz-nos que embora as relações possam trazer algum grau de felicidade, a verdadeira esperança e o verdadeiro fundamento residem numa relação primária com Deus. Não obstante o facto de poder soar estranha ou embaraçosa neste ponto, é nesta relação com Deus que reside a verdadeira esperança da humanidade.

PORQUÊ O DESESPERO?

A visão cristã do mundo é a única que dá uma explicação completa de cada situação concebível na vida. Ela diz-nos a razão por que o mundo está no estado em que está, com todos os problemas sociais, políticos, económicos e ecológicos. A resposta simples da Bíblia? O pecado. Foi o pecado que danificou um mundo originalmente perfeito. O pecado trouxe, não apenas sofrimento, violência, doença e morte, mas também o egoísmo que mancha cada aspecto e área da vida. O pecado e o egoísmo arruínam relações, conduzem à exploração, devastam o ambiente e alteram o delicado equilíbrio da natureza. Mas não foi permitido ao pecado que destruísse o mundo completamente.

Apesar da beleza da natureza, o homem pode sentir-se desesperado ao pensar no futuro do mundo. Todavia, todos são chamados à esperança de vida eterna e a um mundo melhor.

Há ainda inúmeras coisas belas na vida e no mundo à nossa volta. A visão cristã do mundo inclui tudo o que parece atractivo na vida e identifica todas essas coisas que agora lançam uma sombra na vida humana e ocasionam o vazio e o desespero. A visão cristã do mundo é lógica e faz provisão para cada eventualidade e perigo que ameacem o mundo.
O nosso mundo está cheio do cancro do pecado. Os meios de comunicação social estão cheios de notícias de guerras, fomes, terramotos e poluição. Estas coisas não surgiram como resultado do acaso apenas. Elas são consequências inevitáveis do facto de que alguma coisa básica está errada com a vida na Terra. O pecado não é uma relíquia dos dias em que os homens não eram capazes de explicar o mundo cientificamente. Ele é uma realidade que encontramos em cada má notícia, em cada experiência negativa. O sofrimento do mundo é um altifalante, no máximo dos seus decibéis, proclamando que o pecado é uma realidade.
Tudo isto o leitor pode ver com os seus próprios olhos. Pode constatar que a visão cristã do mundo está certa. E uma vez que o pecado é a doença primária do mundo, é lógico que apenas a libertação do pecado deva ser a cura mais procurada. Mesmo que, neste ponto no tempo, os resultados da libertação do pecado não possam ser compreendidos por todo o mundo, essa libertação está a ser oferecida a todo o indivíduo do planeta. O perdão e a salvação estão a ser oferecidos a todo o homem, mulher e criança, em cada continente, em cada país. Estão à nossa disposição devido à vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Somente Jesus pode prover o remédio para o pecado.

A Bíblia Está Cheia De Promessas De Que A Libertação Do Pecado Resulta De Um Encontro Com Jesus:
"Tenho varrido para longe as vossas ofensas como uma nuvem, os vossos pecados como o nevoeiro da manhã."1
"Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu único Filho, para que todo aquele que n'Ele crer não pereça mas tenha a vida eterna. Porque Deus não enviou o Seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para salvar o mundo por meio d'Ele."2
"Por Ele nos libertou do domínio das trevas e trouxe-nos para o reino do Filho que Ele ama, em Quem temos a redenção, o perdão dos pecados."3
"Bem-aventurado aquele cujas transgressões são perdoadas, cujos pecados são cobertos."4

ESPERANÇA PARA O INDIVÍDUO

Estas quatro promessas bíblicas são apenas exemplos. Há centenas, se não milhares semelhantes a elas. Todas as promessas da Bíblia são dirigidas ao indivíduo embora a Bíblia também tenha muito a dizer para o mundo como um todo. Os problemas do mundo serão resolvidos no futuro. Mas agora mesmo Deus está preparado para ajudar qualquer indivíduo que peça ajuda. O único obstáculo: a aparente falta de vontade da parte do homem em trocar as suas próprias soluções pelas de Deus, as suas próprias respostas pelas de Deus.
Claro que, embora a fé em Deus traga esperança a um indivíduo, transforme a sua vida, ela não o retira do mundo ou dos seus problemas. Um indivíduo cujos pecados foram perdoados pode cair presa das consequências dos pecados dos outros na forma de acidentes ou privações. Mas há uma diferença. Ele não mais enfrenta as dificuldades por si mesmo. E, em todas as privações e dificuldades, ele tem um Companheiro.
"Não temas, porque Eu te remi; chamei-te pelo teu nome; tu és Meu. Quando passares pelas águas, Eu estarei contigo; e quando passares pelos rios, eles não te submergirão. Quando andares pelo fogo, não te queimarás; as chamas não te consumirão. Porque Eu sou o Senhor, o teu Deus... o teu Salvador".5
Um indivíduo isolado pode fazer muito pouco para mudar o mundo. Todavia ele tem, na realidade, a liberdade de fazer escolhas que resultem numa importante mudança na sua vida pessoal. As melhores escolhas estão à nossa disposição na Bíblia. Elas incluem liberdade e paz - em vez do pecado e da culpa. Incluem ressurreição da morte, conforto e cura para a doença.
Isto traz ao indivíduo um novo senso do seu valor pessoal, e dá-lhe uma nova perspectiva acerca daqueles que o rodeiam, do mundo e do significado da vida. A fé pessoal é vital. Vital para a vida agora porque promete paz, alegria e certeza. Vital para a vida futura porque promete vida sem fim.

O PRINCÍPIO DA ESPERANÇA

O poder da esperança baseia-se na fé em Deus. Pode ser ilustrado por dois indivíduos cujas circunstâncias são igualmente difíceis. Um deles está alquebrado pelas privações que enfrenta. O outro consegue sobreviver devido à força que recebe de Deus.
A mudança que surge quando um indivíduo abraça o Cristianismo não é apenas psicológica. Não é apenas uma visão mais positiva sobre a vida e o mundo. A esperança do cristão é mais larga em propósito do que isto. Não está baseada em sentimentos, mas na inspirada Palavra de Deus. É fortalecida pelas experiências que Deus dá àqueles que confiam n'Ele.
Esperança significa segurança. Deus é uma "rocha", uma "rocha de segurança",6 uma Rocha sobre a qual o homem pode construir a sua vida, uma Rocha da qual pode depender em todas as circunstâncias da vida, na doença e no infortúnio assim como na saúde e na abundância. Este tipo de segurança é estranho ao homem moderno. A esperança de Deus é substituída por "esperanças". "Esperanças" que colocam a sua segurança em coisas materiais. A esperança da Bíblia está construída em nada menos do que na Pessoa viva de Jesus Cristo.

O HOMEM NO LIMIAR DA ETERNIDADE

Até onde vai esta esperança em Deus? As esperanças do homem secular para o mundo estão baseadas na ideia de que conforme os homens forem obtendo melhor educação, encontrarão melhores oportunidades e gradualmente construirão um amanhã melhor. A história prova que isto é uma esperança vã. O homem não aprende com a experiência. O mundo corre de uma crise para a outra. Mesmo que um indivíduo receba apenas algumas arranhadelas ao passar pela vida, há problemas mais profundos para ele no futuro. Estes podem começar a acontecer muito antes do momento de se encontrar face a face com o inimigo final do homem, a morte.

O Céu na Terra. Deus tem planeado trazer uma nova vida ao nosso mundo moribundo.

Cada pessoa vive na margem do tempo e no limiar da eternidade. Isto será verdade enquanto o homem for mortal. As grandes realidades: o pecado, a morte, o juízo. A grande esperança: Jesus, o Redentor e O que venceu a morte.
Paul Tillich descreve os poemas de uma das testemunhas nos julgamentos dos crimes de guerra em Nuremberga. Era um homem Judeu que escapara das câmaras de gás e tinha vivido durante algum tempo num túmulo num cemitério Judeu em Vilnius. Juntamente com outros tinha-se abrigado entre os ossos dos mortos e, num poema, descrevera como uma jovem dera à luz um filho num túmulo perto do seu. Um coveiro de 80 anos de idade assistiu ao parto. Quando o bebé emitiu o seu primeiro choro, o velho orou: "Oh grande Deus, enviaste-nos Tu finalmente o Messias? Quem senão o Messias podia nascer numa sepultura?"
Quem podia inventar uma história como esta? Sendo um Judeu, este velho tinha pouco conhecimento do Salvador do Novo Testamento, Jesus Cristo. Mas ele estava certo. O verdadeiro Messias, o verdadeiro Salvador, é Alguém cujo poder percorreria todo o caminho até ao túmulo. Há um sentido em que o verdadeiro Messias nasceu no túmulo. A Sua salvação estende-se até às coisas difíceis e cruéis que possam existir na vida - e vai ainda muito mais além. O túmulo vazio é a única verdadeira esperança que podemos ter quando enfrentarmos o inimigo final, a morte.

* Nenhuma das religiões ou filosofias do mundo pode competir com o que o cristianismo ensina a respeito da cruz, da sepultura e da ressurreição. A esperança cristã, no mais profundo sentido da palavra, tem sido inspirada pelo túmulo vazio que deu aos apóstolos tal certeza que estiveram prontos a passar por perseguição e martírio. *

A ESPERANÇA DO MUNDO

O futuro do mundo - em termos de ecologia, política e questões sociais - é sombrio. "A terra está profanada pela sua gente; eles têm desobedecido às leis..."7 O pecado trouxe miséria, fome, guerra, doença e morte ao mundo.
A todas estas perspectivas sombrias, todavia, é atribuído um significado positivo nas Escrituras. Quando o passo dos acontecimentos se apressar e a escala de desastres se tornar ainda mais vasta - isso é um sinal de esperança.

A Esperança De Que O Final Último Do Pecado E Do Sofrimento, E O Raiar De Uma Nova Era De Paz - Estão À Porta.


Isto é realismo bíblico. O realismo da visão bíblica do mundo. Ao crer em Deus todo o indivíduo pode achar perdão, esperança e segurança para a sua vida pessoal. Isto é uma poderosa razão para escolher Cristo. Mas a Bíblia promete mais. Ela Descreve O Retorno De Cristo.
Jesus disse: "Não se turbe o vosso coração. Confiais em Deus, confiai também em Mim. Na casa de Meu Pai há muitas mansões; se não fosse assim Eu vo-lo teria dito. Eu vou para lá para vos preparar um lugar. E se Eu for e vos preparar um lugar, Eu voltarei e vos levarei comigo para que onde Eu estiver, vós também estejais."8 É devido a tais promessas que a Bíblia chama a Deus "O Deus da Esperança".9 Todo aquele que crê em Cristo é chamado para a "esperança",10 para a esperança de vida eterna, imortalidade e um mundo melhor.

Emil Brunner disse que, sem esperança de um futuro melhor, a fé cristã é como uma escada que não leva a lado nenhum. Fé sem esperança de um tempo em que o pecado será destruído, tem de ignorar tudo o que a Bíblia ensina acerca do futuro.

O FUNDAMENTO SÓLIDO DA ESPERANÇA HUMANA
O intrincado quebra-cabeças pode ser resolvido quando um indivíduo encontra a verdade sobre a salvação em Jesus Cristo. Deus não nos deixa sozinhos no meio das perspectivas perplexas do mundo. No decorrer dos séculos milhões de cristãos têm recebido esta certeza de salvação. Ela tem-se tornado uma realidade que lhes tem transformado as vidas. A sua experiência tem sido a prova da verdade das promessas da Bíblia. As novas da salvação são as melhores novas que o mundo pode receber. Elas dão esperança para este momento e para o futuro.

Referências:
1. Isaías 44:22, 23; 2. João 3:16, 17; 3. Colossenses 1:13, 14; 4. Salmos 32:1; 5. Isaias 43:1-3; 6. Deuteronómio 32:4; Salmos 18:3; 7. Isaías 24:5; 8. João 14:1-3; 9. Romanos 15:13; 10. Efésios 4:4
A LEI DA VIDA

O nosso planeta está em crise. Mas a Bíblia provê a lei da vida, os DEZ MANDAMENTOS de Deus, como regras morais e espirituais e princípios directivos para todos os cidadãos em todo o mundo.

A Bíblia diz-nos o que é o pecado. O pecado é o desvio do caminho recto. O pecado pode definir-se como rebelião. Diz o apóstolo João: "Quem comete pecado é culpado de ilegalidade; o pecado é ilegalidade." "Todo aquele que vive pecaminosamente está a viver em violação da lei. O pecado é violação da lei."1

Os Dez Mandamentos são um padrão de conduta para toda a humanidade, em todo o tempo. O Salmista escreve acerca dos mandamentos de Deus: "Todos os Seus mandamentos são certos. Eles permanecem firmes para todo o sempre."2 O mundo precisa desesperadamente de um restabelecimento destes valores.

Não são os mandamentos que são uma carga. O pecado é que é um fardo. "Este é o amor para com Deus: obedecer aos Seus mandamentos. E os Seus mandamentos não são opressivos."3 As leis de Deus têm por objectivo maximizar o nosso melhor bem.

Nas palavras de Billy Graham: "O pecado não mudou. Os Dez Mandamentos são ainda o padrão de Deus. (...) Deus traçou uma linha entre o certo e o errado nos Dez Mandamentos. (...) Os Dez Mandamentos não nos fazem pecadores. Eles revelam o facto de que somos pecadores."4 Os princípios dos Dez Mandamentos têm sido entronizados em sistemas de leis nacionais desde os tempos do Velho Testamento.

O propósito original da lei de Deus era guiar o homem para o completo gozo da vida. A lei destinava-se a beneficiar o homem. É uma dádiva do amor de Deus. Os Dez Mandamentos são o fundamento universal de todas as éticas. Eles estão escritos em Êxodo 20.
Ao Seguirmos A Ordem Bíblica: - O 1º Mandamento dirige o culto exclusivo para o único Deus verdadeiro.

- O 2º Mandamento proíbe a idolatria.

- O 3º Mandamento proíbe a irreverência e a blasfêmia que envolva a invocação do nome divino.

- O 4º Mandamento requer a observância do Sábado - 7º Dia da Semana - e identifica o Verdadeiro Deus como o Criador do Céu e da Terra.

- O 5º Mandamento requer que os filhos se submetam aos seus pais como agentes designados por Deus para transmitirem a Sua vontade revelada às gerações seguintes.

- O 6º Mandamento protege a vida como sagrada.

- O 7º Mandamento ordena pureza e salvaguarda a relação matrimonial.

- O 8º Mandamento protege a propriedade.

- O 9º Mandamento preserva a verdade e proíbe o perjúrio.

- O 10º Mandamento atinge a raiz de todas as relações humanas ao proibir cobiçar aquilo que pertence aos outros.

Tem sido sempre a intenção de Deus que os Seus seguidores devessem guardar os Seus mandamentos como uma resposta de amor por tudo aquilo que Ele tem feito por eles. Toda a lei poderia ser resumida numa palavra: "Amor!"5

É significativo que Jesus tenha sido considerado pelos Seus próprios conterrâneos como um professor da Lei. De facto Jesus fez uma firme intimação aos Seus possíveis seguidores que desejassem repudiar ou usar mal a Lei: "Até que o céu e a terra desapareçam, nem a mínima letra, nem um sinal ortográfico, desaparecerão, por quaisquer meios, da lei até que tudo seja cumprido."6

No meio de confusão, conflito e desastre nós podemos ainda ouvir a voz animadora de Deus dando-nos o melhor curso de segurança. Precisamos de considerar de novo a declaração clássica de normas morais da humanidade - Os DEZ MANDAMENTOS.

Referências:
1. I João 3:4; 2. Salmos 111:7,8; 3. I João 5:3; 4. Decision, Abril de 1989; 5. Deuteronómio 6:5, Mateus 22:37-40; Romanos 13:10; 6. Mateus 5:18.
Textos extraídos do extraordinário livro "Ano 2000. Fim ou Continuação?" de vários Autores bem credenciados: Kai Arasola, Reinder Bruinsma, Jonathan Gallagher, David Marshal, Jan Paulsen, Kaj Pedersen, Olavi Rouhe e Robert Surridge. Editado em Portugal pela Publicadora Atlântico, S.A. Lisboa, 1995.



OS 10 MANDAMENTOS - Êxodo 20:3-17



Bíblia  Sagrada  em  Português  Corrente,  tradução  interconfessional
 com  "Aprovação  da  Conferência  Episcopal  Portuguesa,  Lisboa,  14  de  Maio  de  1992",
 por  António  Augusto  Tavares,  António  Pinto  Ribeiro  Júnior,  João  Soares  Carvalho, 
Joaquim  Carreira  das  Neves,  José  Augusto  Ramos  e  Teófilo  Ferreira.

(clique nas imagens para as aumentar)