Sempre que me perguntavam onde morava, eu respondia: Na mesma "República" do Camacho. E fazia-o opado de orgulho. É que o Camacho era um ídolo da Academia Coimbrã; era a encarnação do melhor Fado de Coimbra de todos os tempos e, porque não dizê-lo, de uma boémia salutar, uma fatalidade que se agarra à pele de todo o estudante de Coimbra que se preze. Era, por assim dizer, a estrela que qualquer clube gostaria de ter na sua equipa. De bigodinho bem desenhado, um misto de duro e de romantismo dum Clark Gable, a resistência do cavalo árabe, fizeram inevitáveis estragos nos corações femininos.
Mas era só fumaça! Na "República" era um bonzão, o irmão amigo de todos os momentos. A sua simplicidade, a risada cristalina dissipando a atmosfera mais deprimente, mostrava bem a criança que vivia nele. Adorava a vida e a vida retribuía agradecida. Nunca se irritava. Nunca? É o que se havia de ver.
E gerou-se uma certa competição: Quem seria capaz de "levar o Camacho aos arames"? E surgiram as partidas num crescendo de agressividade. Por último esta: aproveitando a ausência do Camacho, alguém pôs no seu quarto um tacão de borracha a arder. As partículas queimadas subiram no ar, agarraram-se às paredes, ao tecto e caíram sobre a cama. Em pouco tempo todo o quarto era um ambiente inabitável, como se de outro planeta se tratasse! Nenhum oxigénio, só escuridão e nada mais.Mas era só fumaça! Na "República" era um bonzão, o irmão amigo de todos os momentos. A sua simplicidade, a risada cristalina dissipando a atmosfera mais deprimente, mostrava bem a criança que vivia nele. Adorava a vida e a vida retribuía agradecida. Nunca se irritava. Nunca? É o que se havia de ver.
Quando o Camacho chegou e abriu a porta, arregalou os olhos de menino, disse duas ou três bujardas, desceu as escadas e embrenhou-se na noite. Será que tínhamos exagerado?
Mais tarde, quando ele regressou, nós que já tínhamos aberto a janela e, com a ajuda de uma velha ventoinha, tentado expulsar toda aquela fumarada e sacudido os lençóis, corremos a abraçá-lo e sentimos que ele apreciou o gesto.
Passámos grande parte da noite a contar e a ouvir anedotas e respirando solidariamente as partículas de borracha queimada que teimavam em persistir. Por fim o Camacho disse: "Agora todos para a rua, que eu tenho que me levantar cedo!"
E assim acabou a competição: Não era possível irritar o Camacho!
Passaram 50 anos! Pelo meio vieram a Ortopedia, a Traumatologia, a Medicina Desportiva, a competência e a responsabilidade. Há dias fui abraçá-lo ao seu consultório. Talvez não seja já o cavalo árabe de outrora, mas continua a cantar, a trabalhar, a amar a vida e a comover-se com o desaparecimento de alguns grandes amigos.
Ai, se houvesse mais Camachos!...
Dr. Alcides Furtado Cabral, Médico Estomatologista, in Revista da Ordem dos Médicos, Setembro 2009.
Conheça esse extraordinário médico em:
http://www.record.xl.pt/futebol/futebol-nacional/liga-nos/academica/detalhe/medico-camacho-vieira-sera-homenageado-em-coimbra-843871.HTML
A White Moonshiners (fábrica de uísque), no estado americano do Mississipi, enviou uma mensagem ameaçadora para a jovem enfermeira negra, adventista, a educadora que acabara de abrir uma escola com apenas uma sala e estava visitando as igrejas, aos domingos. Eles a avisaram que se não parasse de ensinar as pessoas como parar de beber, seria "tirada de circulação".
Anna Knight respondeu: "Quando vocês estiverem prontos para atirar, eu estarei pronta."
Isso foi em 1898 e a obra adventista no Mississipi estava apenas começando. Em Vicksburg, o barco a vapor Morning Star, capitaneado por Edson White e seguindo as instruções de Ellen, sua mãe, tornou-se o centro de um amplo ministério para libertar escravos e meeiros. Todas as semanas, cultos, sermões e aulas eram levados a efeito, a bordo do Morning Star. Havia, também, uma gráfica no navio, na qual Edson imprimiu 75 mil cópias do seu livro O Rei Vindouro, que era vendido para manter o trabalho na região sul.
Não estando contente com instruções religiosas apenas, Edson White, do Morning Star, ensinou até mesmo diversificação na plantação da lavoura. Ele instou com os agricultores que trabalhavam em grandes plantações de algodão para alcançar maior auto-suficiência económica mediante a criação de galinhas e abelhas, como também a melhoria da qualidade do solo pelo cultivo de amendoins, morangos, tomates e couves.
O ministério sediado no Morning Star espalhou-se por todo o Mississipi e, na realidade, por todo o sul. Umas das pessoas alcançadas por ele foi Anna Knight, filha de um escravo que, de algum modo, aprendeu a ler, e conheceu os folhetos produzidos pelos adventistas. Diligentemente, começou a se corresponder com as pessoas que lhe haviam enviado os panfletos.
Posteriormente, esses adventistas a convidaram a unir-se a eles e a ser batizada, o que foi aceite por ela. Conseguiram, então, que Anna frequentasse uma escola em Battle Creek, Michigan, EUA. Ali ela completou o curso, primeiro na Escola Industrial e finalmente, em 1898, de Enfermagem, pelo Colégio Médico Missionário Americano.
Quando John Harvey Kellogg, diretor do colégio, descobriu que Anna estava aceitando o chamado para ser missionária, dizendo que gostaria de voltar para o Mississipi, deu-lhe o que dava aos outros formandos: despesas com o transporte para retornar ao Mississipi, um uniforme de enfermeira e todas as cópias que ela precisava de seus livros de psicologia.
Anna voltou para casa, no Mississipi, e iniciou uma escola para todos os que quisessem entrar num barraco de madeira, na fazenda de seu tio. Em poucos meses, ela mudou a escola para um novo prédio, cuja construção supervisionou pessoalmente. Ela ensinava 24 alunos das oito séries, além de viajar para visitar as escolas dominicais na sua região.
Baseada em suas aulas de Bíblia em Battle Creek e na filosofia de ministério completo, ela ensinava caligrafia, leitura, aritmética e culinária aos adultos.
Deu especial ênfase à necessidade de saúde e temperança. Dessa experiência, ela escreveu mais tarde: "Quando montava meu gráfico de fisiologia e mostrava às pessoas o que a bebida causava em seu coração, fígado, rins e outros órgãos, eles tiveram medo e pararam de comprar uísque." Por esse motivo, ela foi ameaçada pelos fabricantes da bebida.
Após a ameaça, Anna comprou um cavalo bem rápido e começou a carregar um revólver e uma espingarda. Como excelente amazona e atiradora, certa vez, até cavalgou através de um corredor de inimigos, deslizando para baixo do pescoço do cavalo enquanto atiravam nela. Audaz, ela pendurou a espingarda no canto da sala de aula e continuava ensinando o povo sobre os males do alcoolismo.
"Eu levava meus livros e minha arma, todos os dias, para o trabalho", escreveu ela. "Quando meus inimigos perceberam que eu não tinha medo, deixaram de me causar problemas."
O Dr. Kellogg conseguiu que ela participasse da famosa Conferência Geral de Battle Creek, em 1901, onde a denominação Adventista do Sétimo Dia foi reorganizada em sua estrutura moderna. Anna foi delegada - com voz e voto - e prestou um relatório do trabalho que realizava no campo missionário do Mississipi.
Mas um apelo para o serviço missionário em terras estrangeiras, feito na Conferência Geral, produziu forte impacto nela. Ela amava seu trabalho no Mississipi e havia arriscado a vida por ele, mas cria que deveria comprometer-se e ir para o campo missionário. Sem sequer voltar para casa, tomou providências para que seus familiares continuassem o seu trabalho na sala de aulas e viajou diretamente para Nova York, a bordo de um navio a vapor e, de lá, para a Índia.
Em 1901, Anna Knight tornou-se a primeira mulher negra, de todas as denominações, a ser enviada para a Índia, como missionária, e assim como todos os adventistas, em todos os lugares que vão, fazia de tudo. "Trabalhei em muitas áreas", escreveu ela. Extraía dentes, lancetava furúnculos e abcessos, fazia a contabilidade para a Missão, dava aulas de Bíblia e inglês e vendia literatura.
Essa filha do solo do Mississipi também cria nos princípios da rotação de culturas e começou a ensinar às pessoas como deveriam arar e adubar a terra.
"Bem", disseram eles, "isso pode funcionar na América, mas não na Índia."
Ela conseguiu, então, uns bois, atou-os a um bom arado americano e plantou canteiros com nabos, couve-flor, tomates, beterrabas e outros vegetais, ensinando os camponeses como cultivá-los.
"Houve uma colheita de vegetais como nunca haviam visto antes em Karmatar", ela disse. Desse início, ela supervisionou a criação de uma instituição médica, escola para treinamento, uma gráfica e uma igreja, virtualmente recriando outra Battle Creek.
Quando de férias nos Estados Unidos, Anna ouviu que os fabricantes de uísque, no Mississipi, haviam fechado sua escola. Resolveu, então, não retornar à Índia, mas voltar ao seu campo missionário de origem e reabrir a escola, dessa vez, no centro da sua cidade natal.
Em 1909, deixando sua querida escola aos cuidados de sua irmã, Anna mudou-se para Atlanta, na Georgia, e começou a fazer palestras sobre saúde, aos domingos, além de dirigir uma escola noturna na Associação Cristã de Moços (ACM), onde ensinava primeiros socorros e enfermagem doméstica.
Seu relacionamento com a ACM teve início na Índia, pois a organização ficou impressionada com sua combinação de evangelho da saúde com educação, que considerou seriamente usá-la como modelo para o programa nacional.
Anos mais tarde, foi convidada para cargos de liderança a nível de Associação, e União, da Igreja Adventista. Em 1932, foi eleita secretária associada dos departamentos Missionários do Lar, Missionários Voluntários e Educação, para a União do Sul. Ela ainda insistia em mudar a sociedade.
Ao morrer, em 1972, com 98 anos de idade, Anna trabalhava como presidente da Associação Nacional de Professores Negros. Anna Knight foi uma heroína adventista na reforma social, num tempo em que relativamente poucos se envolviam.
Para os adventistas, são verdadeiramente adventistas aqueles que se lançam em tarefas espinhosas e desafiadoras, livrando as pessoas de doenças e incapacidades, e demonstrando concretamente como será a resplendente cidade do Apocalipse, Jerusalém, na qual todas as lágrimas serão enxugadas e a morte não mais existirá!
Roy Branson, hoje jubilado, foi por muitos anos professor de colégios e universidades adventistas, bem como diretor do Instituto Washington, em Washington, D.C., EUA. Este artigo é uma republicação da edição da Adventist Review de 12 de fevereiro de 1998 (www.adventistreview.org). Pode ler estas revistas nos Links 1R.
Deus Se assenta sobre o trono da Sua santidade. Salmos 47:7 e 8.
Afinal, quem, ou o quê, está aqui no controlo?
Um terrível acidente deixa uma pessoa ensanguentada à beira da estrada. A perda de sangue é significativa. Os tecidos do corpo não estão a receber oxigénio suficiente. Nas células, as mitocôndrias não conseguem produzir ATP suficiente para sustentar a vida. Elas compensam isso mudando para a respiração anaeróbica, que faz subir o ácido láctico, resultando na queda de pH no sangue. O baixo oxigénio no sangue faz com que as membranas das células fiquem mal vedadas. Fluidos extra celulares entram nas células. Os importantes centros que regulam os neurónios e os químicos procuram ganhar o controlo da situação. A respiração torna-se mais rápida para livrar o corpo do dióxido de carbono numa tentativa para elevar o pH no sangue. Os sensores de pressão nas carótidas respondem à baixa pressão sanguínea, promovendo a libertação de adrenalina e norepinefrina. A adrenalina apressa o ritmo cardíaco. A norepinefrina aperta as vias sanguíneas - medidas que, normalmente, fazem subir a pressão sanguínea. Os níveis de hormona antidiurética no sangue aumentam para permitir que os rins retenham água na circulação sanguínea e também para desviar sangue dos órgãos não críticos e manter o sangue a fluir para o coração, os pulmões e o cérebro. Durante este tempo crítico, o controlo é absolutamente importante. Se a ambulância chegar suficientemente depressa, a vítima poderá viver.
Enquanto a vítima está ali deitada a sangrar, esperando por ajuda, os próprios mecanismos de controlo começaram a falhar por falta de sangue nos tecidos. Os iões de sódio fluirão para as células enquanto os iões de potássio se escapam para fora, exatamente o oposto do que deveriam fazer. O pH do sangue continua a descer, os pequenos esfíncteres em cada capilar perdem a sua força para que o sangue pare de fluir através deles, e o fluido e as proteínas começam a vazar, fazendo com que o sangue se torne mais espesso e reduza ainda mais a passagem pelos capilares. Como os mecanismos de controlo falharam, a morte da vítima é iminente. Está alguém ou alguma coisa ao controlo? Se perceber de medicina, reconhecerá o que está a acontecer. O fenómeno chama-se choque hipovolémico ou simplesmente choque. Aproxima-se o ponto de não regresso, quando, mesmo que a ambulância chegue, é demasiado tarde. Já houve demasiado dano.
Agora, vamos imaginar os sistemas de controlo que são necessários para manter o Universo a funcionar bem. Felizmente, o Projetista e Criador de todos os grandes sistemas está no controlo. Deus ainda governa!
Recorde-se do espanto dos discípulos: "Quem é este, que até aos ventos e à água manda, e Lhe obedecem?" (Lucas 8:25).
(Perante tannnnnnnta complexidade criada em poucos minutos, já sem falar de mais nada, dizer que viemos, e tudo o mais, do 'acaso'... só pode ser brincadeira!... São precisas toneladas e toneladas de fé para acreditar nisso!!! E a Bíblia, com as suas genealogias até Adão (o 1º homem criado por Deus - que honroso!), e com factos tão evidentes, tão analisados, tão exatos (as profecias messiânicas, por exemplo), não querem dizer nada?!... A mim não me enganam, Não!!! Eu, que estudo a Bíblia, não tenho dúvidas! Fico com Deus: O meu Criador e Sustentador! Aconselho ir acompanhando o blog Criacionismo nos meus links 1R, e ficará deslumbrado com as maravilhas de Deus! EE)
Professor Doutor David A. Steen, Biólogo, in O Deus das Maravilhas, Meditações Matinais, 7 de abril, 2014, P. SerVir.