terça-feira, 1 de janeiro de 2013

"FOME DE SEGURANÇA"
CADA VEZ HÁ MAIS! QUAL A SOLUÇÃO?


MANSÃO SOBRE O MONTE


As pessoas não trancam as portas das casas. Não há esquema de segurança nos bancos. Crianças e idosos ficam à vontade nas praças. Ninguém os incomoda. Não se ouve o sibilar de balas perdidas. Não há usuários de drogas. É impressionante o respeito à propriedade alheia. Certo dia, enquanto um homem caminhava pela calçada, foi abordado por alguém: "Este pacote de notas de cinquenta reais caiu do seu bolso." Também não há cadeia nesse lugar. Os policiais - por sinal, pouquíssimos - não fazem outra coisa senão prestar ajuda em casos de emergência. Nas fábricas e residências, não existe sistema de alarme. Quando as pessoas saem de férias, não se preocupam com os seus pertences. Na volta, tudo está em ordem. Os motoristas de autocarros são educados, dirigem com muita cautela. Não há brigas no trânsito. Ninguém ingere bebida alcoólica. Não se ouve falar em crime, violência e injustiça.

Você gostaria de morar num lugar assim? Eu também gostaria. Mas, infelizmente, esse lugar se chama 'Utopia'. Fruto de um anseio, ele é mero castelo da imaginação, que logo se desfaz em meio à realidade brutal em que vivemos.
Faz alguns anos, pensei que finalmente estivesse morando num lugar tranquilo. Logo, porém, mudei de opinião. Certo dia, quando voltava para o carro, depois de deixar uma filha na escola, fui abordado por três assaltantes. Com a arma encostada ao meu peito, um deles disse: "Queremos o carro. Se quiser continuar vivo, não corra nem grite." E saíram queimando pneu, enquanto um deles apontava a arma na minha direcção. Por dois ou três meses, vivi assustado. Cinco anos depois, um investigador me disse: "Os assaltantes já cumpriram a pena, estão soltos, e um deles mora com a mãe a uns cinco quarteirões da sua casa."

VIOLÊNCIA DESENFREADA

A insegurança é a marca do nosso tempo. Cada novo dia é uma jornada ao desconhecido, pois não temos garantia de que tudo vai correr bem conosco e com a nossa família. Na verdade, não vivemos - sobrevivemos.
Mas sobreviver é pouco. Queremos um mínimo de segurança.
Queremos melhores condições de vida. Queremos ir e voltar sem nenhuma interrogação no íntimo da alma. Como, porém, desfrutar esse mínimo de segurança se o Brasil está na lista dos países mais violentos do mundo? A coisa é tão séria que muitos programas de TV não abordam outra coisa senão violência. A contínua exposição de cenas violentas reforça a agressividade das pessoas. Gilberto Dimenstein, conceituado jornalista brasileiro, revela:

"Na verdade, são dezenas as causas da violência, agindo de forma diferente em cada comunidade. Mas apenas uma mula-sem-cabeça deixaria de reconhecer que o bombardeio diário de lixo visual influencia, em algum grau, negativamente. Há toneladas de experiências de psicólogos que submeteram crianças a vídeos sangrentos e, rapidamente, constataram aumento de agressividade."l

Outro ingrediente desencadeador de violência é a desigualdade social. A pobreza extrema fecunda a violência, pois vem acompanhada de uma carrada de problemas: analfabetismo, ignorância, desemprego, fome etc. Isso cria um fosso quase intransponível entre a condição da maioria da população e a das classes privilegiadas.
Contudo, não devemos rotular a pobreza extrema como a causa principal da violência. Seria uma injustiça imperdoável, pois a pobreza é, em grande parte, consequência de omissões políticas. Além disso, há inúmeros exemplos de pessoas que, embora enfrentando obstáculos de toda a sorte, agem e vivem como cidadãos exemplares.

E o que dizer da violência praticada por indivíduos de paletó e gravata? Sem dúvida alguma, o modelo de sociedade competitiva em que vivemos exerce forte influência para o mal. De um lado, exploradores insaciáveis; de outro, marginalizados indefesos. De um lado, o poder económico; de outro, a impotência de grande parcela da população. Quem tem força e poder exclui os menos favorecidos. Quem não tem poder nem influência enfrenta a tentação de sobreviver por meio de conhecidos atalhos: furtos, roubos, assaltos, sequestros, etc. Desprovidos de valores morais e espirituais, os marginalizados ficam à mercê de reações impulsivas.

A impunidade é outro fator importante. Uma vez que os protagonistas das cenas de violência não sofrem o rigor da lei, a reincidência se torna apetitoso convite. Desse modo, aperfeiçoam-se os requintes de crueldade. Mata-se pelo prazer de matar.

O MODELO SE REPETE

A - O primeiro acto de violência registado na Bíblia (Génesis 4:8) revela as sérias consequências do pecado. Caim ficou irado com Deus e com Abel. Diz a escritora Ellen White: "Caim odiou e matou o irmão, não por qualquer falta que Abel houvesse cometido, mas 'porque as suas obras eram más, e as do seu irmão justas' (I João 3:12). Assim, em todos os tempos os ímpios têm odiado os que são melhores do que eles."2
Na citação acima, vemos dois aspectos fundamentais. Em primeiro lugar, a violência é característica dos que praticam obras más. A agressividade faz parte da natureza pecaminosa. Sem Deus, o homem é constante ameaça aos que o rodeiam. "Saia de perto", é o conselho da prudência. Em segundo lugar, a violência pode ser desencadeada pelo facto de os maus não suportarem a presença dos bons. Sentem-se condenados.

B - Séculos depois do assassinato de Abel, a insegurança atingiu níveis insuportáveis. Diz a Bíblia: "A Terra estava corrompida à vista de Deus e cheia de violência" (Génesis 6:11). A geração antediluviana era agressiva. Não havia sossego em lugar algum. "Quem quer que cobiçasse as mulheres ou as posses do seu próximo, tomava-as pela força, e os homens exultavam com as suas acções de violência."3
Se não fosse o dilúvio, a onda de violência teria exterminado a raça humana. Por algum tempo, houve uma trégua. Contudo, os descendentes dos que haviam sido poupados não continuaram sob a influência transformadora do Espírito de Deus. Por terem condescendido com o pecado, permitiram que a maldade se desenvolvesse teimosa e rapidamente, à semelhança da tiririca, conhecida erva daninha da família das Ciperáceas.

C - Muitos e muitos séculos depois, a cidade de Nínive tornou-se eloquente símbolo de crueldade e frieza. A maldade era a ordem do dia. Os vencidos eram submetidos a toda a sorte de suplício. Algozes arrancavam-lhes toda a pele e os colocavam deitados em lajes longamente aquecidas pelo sol. Morriam assados.

D - Ao longo do tempo, não foram poucos os tiranos amantes da violência. Nero, filho de Domício Aenobarbo, reinou a princípio com brandura, seguindo os conselhos de Sêneca, seu mestre. Mas não demorou muito para que a sua maldade viesse à tona: condenou à morte a sua mãe Agripina e a esposa Otávia; perseguiu os cristãos e notabilizou-se por suas crueldades.

E - Entre as vítimas da violência, ninguém foi mais torturado do que Jesus Cristo, nosso Redentor. Desprezado, esbofeteado, cuspido, chicoteado, pregado na cruz, perfurado por lança, ironizado - não há palavras capazes de descrever a violência a que foi submetido! Mas não culpemos somente os algozes; os nossos pecados também causaram angústia e sofrimento ao Filho de Deus!

F - E o que dizer da intolerância religiosa que, durante séculos, levou milhares e milhares de cristãos à morte?
Portanto, a violência não é um mal dos tempos modernos. Fruto do pecado, sempre existiu, ora alimentada pela intolerância dos tiranos, ora fomentada pela reacção dos que se sentiram prejudicados.

G - O que nos assusta, porém, é o desenfreado aumento da violência. Sem dúvida alguma, é um dos sinais do fim. Alastra-se por todos os países. É um problema global. E o terrorismo é a face mais sombria da violência.

Na década de 80, a jornalista e socióloga Cecília Pires fez um estudo das causas da violência no nosso país. Ao falar sobre a falta de segurança nas cidades, afirmou: "A violência urbana existe em todos os tipos de sociedade e desenvolveu-se a partir do fenómeno da metropolização, que concentrou grandes contingentes populacionais em torno de um mesmo núcleo de produção e serviços. O problema tende a agravar-se, segundo as diferentes organizações sociais, dependendo ainda da intensidade da crise que uma determinada sociedade pode atravessar, acirrando as contradições, distribuindo de forma desigual bens e oportunidades e promovendo o rompimento de valores básicos do ser humano."4

OUTRAS CAUSAS

Mas é necessário dizer que a violência não é o único factor de insegurança e medo. Existem outras causas. Por exemplo:

1. Desemprego - Alimento escasso, obstáculo à educação dos filhos, cônjuges nervosos, ambiente inseguro, expectativas sombrias - essas são algumas dificuldades enfrentadas por toda a família atingida pelo duro golpe do desemprego. Gilberto Dimenstein constatou: "O desemprego brasileiro entra directo na veia. Se não apelar para uma reserva (e muita gente não tem), o indivíduo coloca no dia seguinte um pé na miséria."5 O facto é que toda a pessoa desempregada anda de cabeça baixa.

2. Problemas Emocionais - Frustrações no casamento, culpabilidade mórbida, conflitos de consciência, baixa auto-estima, discriminação no trabalho ou na escola constituem a sina de milhares e milhares de indivíduos. Tudo isso produz feridas que demoram a cicatrizar, o que torna as pessoas cada vez mais inseguras.

3. Conflitos e guerras - Há regiões do mundo em que grandes contingentes humanos não conseguem dormir tranquilamente. Vivem apavorados. Canhões e tanques de guerra fazem parte do seu dia-a-dia. E, mesmo no nosso país, há cidades e bairros em que, à noite, é perigoso andar pelas ruas. Bandidos e traficantes, munidos de armas poderosas, cuidam do seu espaço. Um pastor me disse: "Para visitar alguns membros da minha igreja, dependo da permissão de marginais."

4. Abuso - Há todo o tipo de abuso nos nossos dias: abuso sexual, abuso do poder, abuso contra crianças, abuso físico, abuso psicológico, abuso económico. A lista é grande. O problema vai desde a chantagem emocional até ao estupro, deixando as vítimas fragmentadas para o resto da vida.

5. Expectativa pelo dia de amanhã - Milhões e milhões de pessoas vivem correndo de coisas que não estão a correr atrás delas. Temor imaginário. Para muitos, o futuro é um leão à espreita em cada curva do caminho. Por isso, vivem assustados. Temem problemas que jamais existirão. Agem como o motorista que, ao ver buracos a cem metros à frente, retesa os músculos, franze a testa e sente uma golfada de adrenalina no sangue. Jesus viu esse tipo de reação nas multidões que O procuravam. "Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos?" (Mateus 6:31).

6. Doenças - Há pessoas que se apavoram ao pensar em enfermidades mais complexas. O estado mental caracterizado por depressão e preocupação mórbida com o funcionamento dos órgãos, as deixa sem força e iniciativa para enfrentar os desafios da vida. De facto, aumenta a multidão de hipocondríacos.

7. Problemas financeiros - Quanta gente anda arqueada sob o fardo de dívidas! Como honrar os compromissos? Como prover o sustento da família? Aluguer vencido, prestações atrasadas, cartão de crédito estourado, telefonemas de credores...

Não pensemos, porém, que a ausência de problemas financeiros seja suficiente para vivermos seguros. Clyde Narramore, no livro A Psicologia da Felicidade, faz uma solene advertência: "Todos trabalham, lutam e tramam para poder chegar ao ponto de se sentirem garantidos, seguros. Claro está que precisamos fazer tudo para garantir o dia de hoje e poupar para o tempo das privações. Mas muitos se esquecem de que Deus é o dono do gado em mil colinas. Por isso mesmo, entregam-se ao afã de acumular dinheiro e haveres e não lhes sobra um só momento em que possam pensar em Deus. A partir desse ponto, é apenas uma questão de tempo: o dinheiro começa a assumir proporções de tal relevância e grandeza, a parecer tão importante, que ofusca os valores reais, convertendo-se, praticamente, num deus. Esse é o começo da catástrofe."6

BENDITA SEGURANÇA


PROMESSAS DE PROTEÇÃO E AJUDA

Ah, como você gostaria de desfrutar um mínimo de segurança nas áreas básicas da vida, não é verdade? Você, desse modo, seria poupado de uma boa fatia da ansiedade que a vida moderna lhe impõe. Contudo, quero lhe dar uma boa notícia: Há esperança para os que confiam num poder que se acha muito acima das nuvens de problemas deste mundo.
Esse poder vem de Deus. Só nesse poder há segurança, mesmo que o desemprego, a adversidade e a violência rondem a sua vida. Talvez você não se livre de todas as dificuldades, mas pode ter a certeza de que Alguém está ao seu lado.
Nas Escrituras Sagradas, há inúmeras promessas de Deus para os Seus filhos. Alguém disse que existe uma promessa para cada dia do ano. E mesmo que não houvesse tantas promessas, só o facto de sabermos que "Deus é amor" (I João 4:16) é suficiente para nos encorajar no nosso dia-a-dia.

Quando eu era criança, uma forte tempestade, com relâmpagos e trovões ameaçadores, se abateu sobre a fazenda em que morávamos, causando pavor e medo. Sentindo-me indefeso, corri para perto da minha mãe. Ela também estava aflita, mas, ao me acolher em seus braços, disse: "Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações" (Salmo 46:1). Minutos depois, quando o temporal acabou, fui brincar tranquilamente lá fora.
Também não me esqueço da igrejinha branca, construída numa pequena elevação, a pouca distância da nossa casinha de pau-a-pique. Todas as vezes que uma tempestade se aproximava, eu olhava para a modesta capela, onde aprendi a cantar o hino "BENDITA SEGURANÇA. - Que segurança! Sou de Jesus!" (Hinário Adventista, nº240), e rogava a Deus que me protegesse. Era o exercício da fé e confiança no Criador de todas as coisas.

Naquele tempo, a minha mãe passava por situações difíceis, pois o meu pai, que era colportor*** ficava muito tempo longe de casa. Por vezes, ela externava medo e apreensão, mas logo se lembrava das promessas divinas. Um dos seus salmos predilectos era o 46. O verso dois afirma: "Portanto, não temeremos ainda que a terra se transtorne e os montes se abalem no seio dos mares."
Anos mais tarde, o meu pai estava a vender livros numa região rural, longe da cidade em que morávamos. Ao anoitecer, chegou a um certo lugar em que havia uma pequena loja de secos e molhados (lojas que 'vendem tudo'), à beira de uma poeirenta estrada. Ali também funcionava um pequeno bar, onde alguns homens loquazes, tagarelas, bebiam cachaça. Apesar das circunstâncias, papai pediu permissão para armar a rede numa extremidade da varanda. Antes de se lançar na rede, após um exaustivo dia de trabalho, orou a Deus pedindo protecção e segurança. Ele, contudo, não conseguia dormir. A certa altura da noite, ouviu dois homens a dizer:
- Quem está a dormir naquela rede? - um deles perguntou.
- É um desconhecido; talvez seja um cara perigoso. Vamos furar a barriga dele? - propôs o outro.

Enquanto eles falavam tolices e bebiam generosos goles de pinga, papai desceu da rede, pôs o arreio sobre o cavalo e saiu inopinadamente, em meio à escuridão. Viajou horas e horas sem encontrar uma casa em que pudesse passar o resto da noite. A região era pouco habitada, a não ser por onças e outros animais selvagens. Quando o dia raiou, ele estava agradecido a Deus por ter sido protegido daqueles taberneiros inconsequentes.
Ouvi essa história muitas vezes, e o que mais me impressiona até hoje é a confiança que papai depositava em Deus. A seguir apresento algumas passagens bíblicas que ele gostava de ler:

Elevo os meus olhos para os montes: de onde me virá o socorro? O meu socorro vem do Senhor, que fez o céu e a terra. (Salmo 121:1 e 2).

Não to mandei Eu? Sê forte e corajoso; não temas, nem te espantes, porque o Senhor, teu Deus, é contigo por onde quer que andares. (Josué 1:9).

Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque Tu estás comigo; o Teu bordão e o Teu cajado me consolam. (Salmo 23:4).

Não temas, porque Eu sou contigo; não te assombres, porque Eu sou o teu Deus; Eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a Minha destra fiel. (Isaías 41:10).

Torre forte é o nome do Senhor, à qual o justo se acolhe e está seguro. (Provérbios 18:10).

FONTE DE CONFORTO

Quando nos vemos em apuros, o nome do nosso Pai celestial é uma fonte de conforto e segurança. No norte da África, morava um homem chamado Frederick Nolan, que era um fiel cristão. Ao estoirar uma perseguição contra os cristãos, ele fugiu para o deserto. Quando percebeu que os seus inimigos estavam a segui-lo, procurou refúgio numa caverna. Do fundo dela, viu que uma aranha, com habilidade e rapidez, construía uma teia, cobrindo toda a entrada. Quando os perseguidores se aproximaram, decidiram entrar na caverna, mas um deles disse: "Não precisamos entrar, porque há uma teia de aranha recente, o que prova que ninguém entrou nesse lugar." Convencidos do argumento, foram embora.
Frederick Nolan, que ouviu toda a discussão lá do fundo, disse posteriormente que aprendera uma grande lição. Ele afirmou:

"Onde Deus está, uma teia de aranha se transforma num muro. Onde Deus não está, até um muro se transforma numa teia de aranha."

Robert Stopford era comandante de um dos navios que Nelson usou para perseguir uma esquadra duas vezes maior que a sua, no Caribe. Ao descrever as dificuldades e desafios daquela pavorosa aventura, Stopford escreveu uma carta na qual havia a seguinte observação: "Estamos quase mortos de fome; além disso, cansados de estar por longo tempo em alto-mar. Nossa recompensa, porém, é a certeza de que estamos na companhia de Nelson."

A vida, às vezes, nos parece difícil e ameaçadora. O sol dá lugar à noite. As sombras dão a impressão de que os nossos problemas não têm uma solução rápida e completa. Ficamos apavorados. Passamos a ver fantasmas, quando existe Alguém bem ao nosso lado, desejoso de nos dizer: "Sou Eu. Ainda existe esperança."

CERTEZA DA SALVAÇÃO

Além das promessas de protecção divina, existe outro forte motivo para desfrutarmos segurança: saber que, em Cristo Jesus, estamos salvos. Não estou falando de presunção espiritual. Falo de uma plataforma firme, na qual podemos firmar os pés sem nenhuma hesitação ou dúvida.

Diz Morris Venden: "A fim de nos mantermos seguros da salvação, devemos aceitar a graça divina numa base contínua (Mateus 24:13). Isso nos conduz a um dos principais textos que nos dizem como podemos ter a certeza da vida eterna.

"E a vida eterna é esta: que Te conheçam a Ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste." João 17:3. A salvação implica algo mais do que aceitar a Deus uma vez. É continuar a aceitá-l'O hoje, amanhã, na próxima semana, e todos os dias até que Ele volte. Se continuo no mesmo relacionamento iniciado quando aceitei a Cristo, o meu destino eterno está seguro."7

No século dezasseis, a busca da certeza da salvação deu origem à Reforma Protestante. O Concílio de Trento, entre tanto, reagiu em 1547, decretando que nenhum cristão "pode saber com certeza ... que obteve a graça de Deus", excepto por uma "revelação especial de Deus."8
Mas o Catecismo de Heidelberg, de 1563, contestou essa afirmação equivocada, dizendo na sua parte inicial:
"P. Qual é o teu único consolo na vida e na morte?
"R. Que pertenço - de corpo e alma, na vida e na morte - não a mim mesmo, senão a meu Salvador, Jesus Cristo, que, à custa do Seu próprio sangue, pagou completamente por todos os meus pecados e me livrou totalmente do domínio do diabo... Portanto, por meio do Seu Espírito Santo, também me garante a vida eterna, e me dispõe e prepara para viver, de todo o coração, por meio d’Ele de agora em diante."9

"Hans K. LaRondelle afirma que o livro do Apocalipse promete segurança para os vencedores. "Significativamente, o livro que fecha a Bíblia, o livro que analisa com mais detalhes os tempos de angústia dos últimos dias, é também o livro que se estriba na segurança: a plena certeza de que Deus guiará com segurança o Seu povo oprimido à Terra Prometida, a fim de vindicá-los. Essa certeza nos convida
a esperar e perseverar na nossa fé."
10

Na 58ª sessão da Conferência Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia (Links 3I), realizada em St. Louis, Missouri, EUA, fiquei impressionado ao ver e ouvir um homem a cantar o hino "Bendita Segurança". Era o momento de louvor, antes da pregação da Palavra de Deus. No vasto auditório, havia cerca de 30 mil pessoas cantando o mesmo hino. Aquele homem, entretanto, atraiu a minha atenção pelo entusiasmo com que expressava a Sua confiança no Altíssimo. Eu estava a cinco metros dele. O seu rosto expressava imensa felicidade.
Ao retornar ao hotel, pedi a Deus que me concedesse a certeza da salvação e me ajudasse a confiar nas Suas promessas de protecção e cuidado em todas as circunstâncias da vida.
Neste mundo hostil, todos nós temos fome de segurança e certeza. Sabemos, entretanto, que as circunstâncias em que vivemos nem sempre são favoráveis. Por isso, precisamos de confiar mais no nosso poderoso Deus.

Certa noite, eu estava apreensivo quanto ao futuro da minha filha mais nova, que é portadora de deficiência mental. E perguntava a mim mesmo: Como será o futuro dessa criança? Quem cuidará dela? Que segurança posso ter de que ela jamais será desamparada? Naquele momento de angústia, uma voz me sussurrou ao ouvido: "DEUS PROVERÁ!" Desde aquela madrugada, não me preocupei mais.



(Olá sobrinhita! Minha querida, aqui em baixo... é assim... há pessoas com vários problemas.
Mas, tu vives feliz porque acreditas firmemente e, pela fé, já antevês o lindo
Jardim da Andreia onde - pela mão de Jesus - te levantarás e andarás, correrás, saltarás e pularás de grande alegria!
E o mesmo acontecerá a todas as pessoas que quiserem e procurarem estar lá no Céu.
Zero de doenças e problemas de qualquer ordem!!!
A tia quer lá continuar as suas caminhadas, mas agora com a tua companhia, ok? Combinado?
Firme? - Sempre! Não é Andreia? Bjs da tia Dite. - O Jardim da Andreia - Links 2.J)
www.ojardimdaandreia.blogspot.com

CALENDÁRIO DE PROMESSAS

Não precisamos temer o futuro, uma vez que há uma sequência de providências a nosso respeito. Mas por que Deus não nos revela, com antecedência, esses cuidados especiais? Muito simples: Ele deseja fortalecer a nossa fé.

A experiência de Margareth Hills é um exemplo típico. Ela, o seu esposo Dick e dois filhinhos moravam em Shenkiu, na China, numa época de guerra contra o Japão. O marido estava ausente e, certo dia, um mensageiro anunciou a aproximação das tropas japonesas, dizendo: "Todos precisam fugir. A senhora deve também procurar refúgio imediatamente nas aldeias rurais." Ela, porém, preferiu ficar, pois temia um desencontro com o esposo, cujo regresso não era para breve. No mesmo dia, a cidade ficou desprotegida, pois o próprio exército chinês havia recuado. Então, os líderes da igreja suplicaram que ela os acompanhasse, pois estavam fugindo. A resposta de Margareth foi: "Agradeço, irmãos, o cuidado, mas vou esperar a volta do meu marido." Era o dia 15 de Janeiro e ele prometera voltar no mês de Fevereiro.
Margareth olhou a folhinha pendurada na parede. A que marcava o dia 15 ainda estava ali. Atrás da folhinha estava escrito: "Em Ti, pois, confiam os que conhecem o Teu nome, porque Tu, Senhor, não desamparas os que Te buscam" (Salmo 9:10). E assim, cada dia, ela destacava a folhinha e lia o verso bíblico correspondente. Um deles dizia: "Em me vindo o temor, hei de confiar em Ti" (Salmo 56:3).
O tempo foi passando e Margareth começou a pensar se havia tomado uma decisão errada ao ficar para trás. Ao olhar mais uma vez para a folhinha, leu as palavras registadas em Génesis 50:21: "Eu vos sustentarei a vós outros e a vossos filhos." No mesmo dia, alguém bateu à porta trazendo frangos e ovos.
Dias depois, ela destacou uma folhinha que dizia: "No dia em que eu Te invocar, baterão em retirada os meus inimigos; bem sei isto: que Deus é por mim" (Salmo 56:9). Foi-lhe difícil crer nessa promessa de Deus, pois já se ouvia o barulho de armas pesadas.
Ela até se deitou completamente vestida. Porém, ao amanhecer do dia seguinte, chegou uma mensagem de conforto: os japoneses tinham retirado as suas tropas!

Afirma o salmista: "O que habita no esconderijo do Altíssimo e descansa à sombra do Omnipotente diz ao Senhor: 'Meu refúgio e baluarte, Deus meu, em Quem confio.' Pois Ele te livrará do laço do passarinheiro e da peste perniciosa. Cobrir-te-á com as Suas penas, e, sob as Suas asas, estarás seguro" (Salmo 91:1-4).

Notas:
1 Gilberto Dimenstein, Aprendiz do Futuro (São Paulo: Ática, 1997), pág. 76.
2 Ellen G. White, Patriarcas e Profetas (Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2001 [CD-ROM]), pág. 74. Ibid., pág. 92.
3 Ibid., pág 92.
4 Cecília Pires, A Violência no Brasil (São Paulo: Moderna, 1985), pág. 16.
5 Dimenstein, pág. 30.
6Clyde M. Narramore, A Psicologia da Felicidade (São Paulo: Fiel, 1989), pág. 116.
7 Morris L. Venden, Como Conhecer a Deus (Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 1995), págs. 55 e 56.
8 Citado por J. Leith, Creeds of the Churches (Atlanta: John Knox, 1977), págs. 414 e 422.
9 Citado por A. C. Cochrane, Reformed Confessions of the Sixteenth Century (Filadélfia: Westminster, 1966), pág. 305.
10 Hans K. LaRondelle, Assurance of Salvation(Boise: Pacific Press, 1999), pág. 128.
*** Pessoa que vende e/ou distribui livros de porta a porta, geralmente de saúde, família e espirituais.


Rubens S. Lessa, Teólogo, Jornalista e Redactor-Chefe da Casa Publicadora Brasileira, in ALIMENTO PARA O CORAÇÃO - Como a Palavra Satisfaz a fome espiritual, CPB.