Não há força tão poderosa como o amor. E não há amor tão assombroso, tão eficaz, como o manifestado por Jesus Cristo ao morrer por nós, pecadores, na cruz do Calvário.
Cristo mesmo era consciente da atração da cruz, posto que declarou: "E Eu, se for levantado da Terra, todos atrairei a Mim" São João 12:32.
Por isso, aquele pequeno monte próximo de Jerusalém, chamado de Caveira, é algo mais do que um lugar turístico. A colina do Gólgota domina o tempo e a eternidade, e será a ciência e a canção de todos aqueles que a contemplem com fé.
Quando com coração humilde nos acercamos da cruz e alçamos a vista ao madeiro, não podemos senão exclamar com São Paulo: "Longe esteja de mim gloriar-me senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, por Quem o mundo está crucificado para mim, e eu para o mundo" Gálatas 6:14.
A Cruz: Uma Constante na Vida de Cristo
No coração da mensagem cristã encontramos a fé num Salvador crucificado e ressuscitado. Por esta doutrina cardeal o cristianismo difere consideravelmente de qualquer outra religião antiga ou moderna. A ideia de que o Soberano do Universo Se desprendesse de Sua glória, que tomasse sobre Si os pecados da humanidade e que morresse em ignominiosa cruz era de rara aceitação no passado, e inclusive hoje em dia.
Muita gente assegura que a fé cristã pode prescindir do conceito da cruz. Afirmam que o pecado não existe e que, mesmo que existisse, não haveria necessidade do sangrento sacrifício de Cristo na cruz.
Tais pessoas não percebem que uma das constantes na vida de nosso Salvador foi precisamente Seu amor abnegado, o qual alcançou expressão máxima em Sua morte vicária. Sua experiência quotidiana foi uma entrega desinteressada para ajudar os necessitados. Quando foi apresentado no templo, revelou-se que o Messias não ia encontrar uma senda expedita no mundo. As palavras dirigidas a Maria: "Uma espada te traspassará a alma", antecipavam o que finalmente ocorreria com Jesus Cristo. Cada momento de incompreensão, cada zombaria sobre Sua mensagem, cada recusa dEle era prenúncio da cruz.
A Cruz: Um Instrumento de Martírio
Não se conhece com precisão a origem desse suplício. Crê-se que os persas, ou certas tribos bárbaras como os citas, adotaram essa maneira cruel de dar morte aos condenados. Recordemos que na época de Jesus era Roma a soberana. Suas férreas hostes haviam conquistado o mundo conhecido e adotado alguns de seus costumes. A crucifixão era uma das maneiras de castigar os rebeldes políticos originários de nações vencidas. Também era aplicada aos escravos ou criminosos estrangeiros. O povo daquele tempo considerava essa forma de execução como a mais severa de todas.
Começava-se flagelando os culpados, e isto era feito duma maneira cruel. O instrumento do qual se serviam evoca por si só a atrocidade desse suplício. Compunha-se de quatro ou cinco bolas de chumbo unidas a uma corrente que terminava numa madeira. De cada uma dessas bolas sobressaíam pequenos ganchos de ferro em todas as direções. As pontas se agarravam à pele e rasgavam as vestiduras e os músculos. Se se abusava ao lacerar o condenado, era comum que ele falecesse.
Depois da flagelação, o réu era conduzido ao lugar de execução. Escolhia-se, normalmente uma via pública ou uma praça. "Obrigava-se aos mais baixos criminosos que levassem a cruz até seu lugar de execução; e com frequência, quando a estavam a colocar sobre os ombros, resistiam com desesperada violência, até que ficassem dominados e se atava sobre eles o instrumento de tortura." - O Desejado de Todas as Nações, pág. 385.
A vítima, despojada das suas vestes, era cravada no madeiro e suspensa entre o céu e a terra. "Depois de ser crucificados, os réus eram dominados pela febre. As feridas se infectavam muito depressa, as moscas pousavam sobre elas e as agravavam. A sede era terrível, dada a evaporação de água pelo corpo, exacerbada pela febre mais alta..." - Dicionário de Ilustrações Bíblicas.
A morte era lenta e atroz. O condenado sofria intensamente e mergulhava na mais profunda das agonias. Para os torturados o único consolo era a própria morte.
A Cruz: Loucura Para os Que se Perdem
Para muitos homens e mulheres do século XX a cruz é um símbolo eminentemente honorável e glorioso. Muitos levam este signo preso à roupa, pendurado no pescoço, impresso em documentos, ou o instalam em suas moradias. Contudo, nem sempre foi assim.
No primeiro século, o cristianismo era considerado uma seita de origem judaica, que se baseava em afirmações aparentemente incríveis. Jesus, Seu fundador, era judeu como a maior parte de Seus seguidores. Além disso - e eis aqui o absurdo para a mentalidade pagã - sustentava ser um deus feito homem, que finalmente era condenado como um vil criminoso.
Em que relato mitológico se acharia semelhante herói? Quando é que um deus havia sucumbido ante juízes humanos? Como uma divindade podia sofrer semelhante humilhação?
Por tudo isso, o cristianismo era observado depreciativamente, o que se reflete, por exemplo, na seguinte alusão feita por Tácito:
"Eles derivaram seu nome de cristãos de Cristo, o qual, no reino de Tibério, foi sentenciado à morte como um criminoso pelo procurador Pôncio Pilatos." - Tácito, Anais, 15, 44.
Outra prova dessa atitude encontramos num desenho descoberto no palácio imperial, em Roma. Nele está representado um crucificado com cabeça de asno, diante de quem se ajoelha um escravo. Acompanha-a a seguinte inscrição: "Alexamenos adora a seu deus." Essa caricatura nos mostra como reagiam os pagãos ante o cristianismo. Como disse o apóstolo Paulo: "A palavra da cruz é loucura para os que se perdem..." I Coríntios 1:18.
A Cruz: Uma Dimensão do Coração
Em contraste, para os que se salvam, os que aceitaram a Cristo como seu Redentor, a cruz é poder de origem divina. Tais pessoas têm uma relação efetiva com Jesus Cristo. Pela fé aceitaram os méritos de Seu sacrifício vicário, e desse modo receberam o perdão de seus pecados e o poder transformador do Espírito Santo. Mais que um grande homem ou um líder judaico, consideram a Cristo como o que é: o Filho de Deus que Se tornou homem para transformar-Se em nosso Salvador pessoal e em nosso Amigo fiel.
A que hino se referia Wesley? Que continha esse cântico para que o estimasse de tal maneira?
O hino a que aludia Wesley tinha por título, "Ao Contemplar a Cruz de Cristo". Foi composto nos alvores do século XVIII, e mostra a profunda relação do autor com Cristo crucificado e com o símbolo da cruz.
Que foi que pensou e sentiu esse compositor para chegar a elaborar tão belo cântico? Que contemplou quando olhou para o madeiro?
Que experimentamos, você e eu, ao contemplar com os olhos da alma a Cristo, cravado numa cruz por nossos pecados?
De minha parte, gostaria de acercar-me cada dia mais da cruz de Cristo, e encará-la sempre com o gozo do que confia, do que sabe que esse sacrifício imenso não foi inútil, porque o tem aceite para isso de todo o coração. Quisera depois elevar minha voz e proclamar ao mundo inteiro o Supremo Amor que ali se manifestou. Quisera tanto... e tão pouco posso...
Cristo mesmo era consciente da atração da cruz, posto que declarou: "E Eu, se for levantado da Terra, todos atrairei a Mim" São João 12:32.
Por isso, aquele pequeno monte próximo de Jerusalém, chamado de Caveira, é algo mais do que um lugar turístico. A colina do Gólgota domina o tempo e a eternidade, e será a ciência e a canção de todos aqueles que a contemplem com fé.
Quando com coração humilde nos acercamos da cruz e alçamos a vista ao madeiro, não podemos senão exclamar com São Paulo: "Longe esteja de mim gloriar-me senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, por Quem o mundo está crucificado para mim, e eu para o mundo" Gálatas 6:14.
A Cruz: Uma Constante na Vida de Cristo
No coração da mensagem cristã encontramos a fé num Salvador crucificado e ressuscitado. Por esta doutrina cardeal o cristianismo difere consideravelmente de qualquer outra religião antiga ou moderna. A ideia de que o Soberano do Universo Se desprendesse de Sua glória, que tomasse sobre Si os pecados da humanidade e que morresse em ignominiosa cruz era de rara aceitação no passado, e inclusive hoje em dia.
Muita gente assegura que a fé cristã pode prescindir do conceito da cruz. Afirmam que o pecado não existe e que, mesmo que existisse, não haveria necessidade do sangrento sacrifício de Cristo na cruz.
Tais pessoas não percebem que uma das constantes na vida de nosso Salvador foi precisamente Seu amor abnegado, o qual alcançou expressão máxima em Sua morte vicária. Sua experiência quotidiana foi uma entrega desinteressada para ajudar os necessitados. Quando foi apresentado no templo, revelou-se que o Messias não ia encontrar uma senda expedita no mundo. As palavras dirigidas a Maria: "Uma espada te traspassará a alma", antecipavam o que finalmente ocorreria com Jesus Cristo. Cada momento de incompreensão, cada zombaria sobre Sua mensagem, cada recusa dEle era prenúncio da cruz.
A Cruz: Um Instrumento de Martírio
Não se conhece com precisão a origem desse suplício. Crê-se que os persas, ou certas tribos bárbaras como os citas, adotaram essa maneira cruel de dar morte aos condenados. Recordemos que na época de Jesus era Roma a soberana. Suas férreas hostes haviam conquistado o mundo conhecido e adotado alguns de seus costumes. A crucifixão era uma das maneiras de castigar os rebeldes políticos originários de nações vencidas. Também era aplicada aos escravos ou criminosos estrangeiros. O povo daquele tempo considerava essa forma de execução como a mais severa de todas.
Começava-se flagelando os culpados, e isto era feito duma maneira cruel. O instrumento do qual se serviam evoca por si só a atrocidade desse suplício. Compunha-se de quatro ou cinco bolas de chumbo unidas a uma corrente que terminava numa madeira. De cada uma dessas bolas sobressaíam pequenos ganchos de ferro em todas as direções. As pontas se agarravam à pele e rasgavam as vestiduras e os músculos. Se se abusava ao lacerar o condenado, era comum que ele falecesse.
Depois da flagelação, o réu era conduzido ao lugar de execução. Escolhia-se, normalmente uma via pública ou uma praça. "Obrigava-se aos mais baixos criminosos que levassem a cruz até seu lugar de execução; e com frequência, quando a estavam a colocar sobre os ombros, resistiam com desesperada violência, até que ficassem dominados e se atava sobre eles o instrumento de tortura." - O Desejado de Todas as Nações, pág. 385.
A vítima, despojada das suas vestes, era cravada no madeiro e suspensa entre o céu e a terra. "Depois de ser crucificados, os réus eram dominados pela febre. As feridas se infectavam muito depressa, as moscas pousavam sobre elas e as agravavam. A sede era terrível, dada a evaporação de água pelo corpo, exacerbada pela febre mais alta..." - Dicionário de Ilustrações Bíblicas.
A morte era lenta e atroz. O condenado sofria intensamente e mergulhava na mais profunda das agonias. Para os torturados o único consolo era a própria morte.
A Cruz: Loucura Para os Que se Perdem
Para muitos homens e mulheres do século XX a cruz é um símbolo eminentemente honorável e glorioso. Muitos levam este signo preso à roupa, pendurado no pescoço, impresso em documentos, ou o instalam em suas moradias. Contudo, nem sempre foi assim.
No primeiro século, o cristianismo era considerado uma seita de origem judaica, que se baseava em afirmações aparentemente incríveis. Jesus, Seu fundador, era judeu como a maior parte de Seus seguidores. Além disso - e eis aqui o absurdo para a mentalidade pagã - sustentava ser um deus feito homem, que finalmente era condenado como um vil criminoso.
Em que relato mitológico se acharia semelhante herói? Quando é que um deus havia sucumbido ante juízes humanos? Como uma divindade podia sofrer semelhante humilhação?
Por tudo isso, o cristianismo era observado depreciativamente, o que se reflete, por exemplo, na seguinte alusão feita por Tácito:
"Eles derivaram seu nome de cristãos de Cristo, o qual, no reino de Tibério, foi sentenciado à morte como um criminoso pelo procurador Pôncio Pilatos." - Tácito, Anais, 15, 44.
Outra prova dessa atitude encontramos num desenho descoberto no palácio imperial, em Roma. Nele está representado um crucificado com cabeça de asno, diante de quem se ajoelha um escravo. Acompanha-a a seguinte inscrição: "Alexamenos adora a seu deus." Essa caricatura nos mostra como reagiam os pagãos ante o cristianismo. Como disse o apóstolo Paulo: "A palavra da cruz é loucura para os que se perdem..." I Coríntios 1:18.
A Cruz: Uma Dimensão do Coração
Em contraste, para os que se salvam, os que aceitaram a Cristo como seu Redentor, a cruz é poder de origem divina. Tais pessoas têm uma relação efetiva com Jesus Cristo. Pela fé aceitaram os méritos de Seu sacrifício vicário, e desse modo receberam o perdão de seus pecados e o poder transformador do Espírito Santo. Mais que um grande homem ou um líder judaico, consideram a Cristo como o que é: o Filho de Deus que Se tornou homem para transformar-Se em nosso Salvador pessoal e em nosso Amigo fiel.
Na cruz do Calvário, o Amor e o Egoísmo se encontraram frente a frente.Ao Contemplar o Madeiro
Por um lado estava Cristo, o Qual havia vivido para consolar e bendizer.
Por outro, Satanás, que em todo o momento havia mostrado perversidade e ódio contra Deus.
E cada ser humano se coloca de um lado ou de outro. Uns se situam à esquerda, junto ao ladrão impenitente. São os incrédulos, os que preferem aferrar-se ao pecado antes que humilhar-se ante Jesus, os que se deixam levar por indiferença ou a "sabedoria" do homem, os que se perdem. Outros se colocam à direita, junto ao ladrão arrependido, aquele que foi salvo pela fé. São os que reconhecem que são pecadores, os que asseguram que Cristo morreu por suas faltas, os que veem em Jesus o Filho de Deus, os que rogam por sua alma com profunda contrição.
As reações daqueles que contemplam a cruz mostram duas dimensões muito distintas do coração, e revelam significativamente qual é sua condição espiritual.
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Em relação com o que estamos mencionando, vem muito ao caso que nos refiramos a Isaac Watts, um compositor de música religiosa do século XVIII. Watts foi um indivíduo muito singular, que deixou profunda influência sobre os que o conheceram ou se familiarizaram com sua obra. Uma pessoa de delicada sensibilidade espiritual, que fez da cruz de Cristo um motivo de louvor e exaltação. Sobre ele disse em certa ocasião o conhecido pregador escocês Wesley, que trocaria todos os seus cânticos - que eram uns seis mil e quinhentos - por tão só um de Isaac Watts.A que hino se referia Wesley? Que continha esse cântico para que o estimasse de tal maneira?
O hino a que aludia Wesley tinha por título, "Ao Contemplar a Cruz de Cristo". Foi composto nos alvores do século XVIII, e mostra a profunda relação do autor com Cristo crucificado e com o símbolo da cruz.
Que foi que pensou e sentiu esse compositor para chegar a elaborar tão belo cântico? Que contemplou quando olhou para o madeiro?
Que experimentamos, você e eu, ao contemplar com os olhos da alma a Cristo, cravado numa cruz por nossos pecados?
De minha parte, gostaria de acercar-me cada dia mais da cruz de Cristo, e encará-la sempre com o gozo do que confia, do que sabe que esse sacrifício imenso não foi inútil, porque o tem aceite para isso de todo o coração. Quisera depois elevar minha voz e proclamar ao mundo inteiro o Supremo Amor que ali se manifestou. Quisera tanto... e tão pouco posso...
Víctor Armenteros, Professor de Teologia da Universidad Adventista del Plata (UAP), Revista Decisão, Abril 1985, C.P.B.
Médico legista dos EUA faz uma inédita autópsia de Cristo e explica, cientificamente, o que ocorreu em Seu corpo durante o calvário.
CALVÁRIO - Após a Sua condenação, Jesus enfrenta 18 horas de tortura até morrer na cruz.
De duas, uma: sempre que a ciência se dispõe a estudar as circunstâncias da morte de Jesus Cristo, ou os pesquisadores enveredam pelo ateísmo e repetem conclusões preconcebidas ou se baseiam exclusivamente nos fundamentos teóricos dos textos bíblicos e não chegam a resultados práticos. O médico legista americano Frederick Zugibe, um dos mais conceituados peritos criminais em todo o mundo e professor da Universidade de Columbia, acaba de quebrar essa regra.
Ele dissecou a morte de Jesus com a objetividade científica da medicina, o que lhe assegurou a imparcialidade do estudo. Temente a Deus e católico fervoroso, manteve ao longo do trabalho o amor, a devoção e o respeito que Cristo lhe inspira. Zugibe, 76 anos, juntou ciência e fé e atravessou meio século de sua vida debruçado sobre a questão da verdadeira causa mortis de Jesus. Escreveu três livros e mais de dois mil artigos sobre esse tema, todos publicados em revistas especializadas, nos quais revela como foi a crucificação e quais as consequências físicas, do ponto de vista médico, dos flagelos sofridos por Cristo durante as torturantes 18 horas de Seu calvário. O interesse pelo assunto surgiu em 1948 quando ele estudava biologia e discordou de um artigo sobre as causas da morte de Jesus. Desde então, não mais deixou de pesquisar e foi reconstituindo com o máximo de fidelidade possível a crucificação de Cristo. Nunca faltaram, através dos séculos, hipóteses sobre a causa clínica de Sua morte.
Jesus morreu antes de ser suspenso na cruz? Morreu no momento em que lhe cravaram uma lança no coração? Morreu de enfarte? O médico legista Zugibe é categórico em responder "NÃO". E atesta a causa mortis: Jesus morreu de paragem cardiorespiratória decorrente de hemorragia e perda de fluídos corpóreos (choque hipovolémico), isso combinado com choque traumático decorrente dos castigos físicos a ele infligidos. Para se chegar a esse ponto é preciso, no entanto, que antes se descreva e se explique cada etapa de Seu sofrimento.
Zugibe trabalhou empiricamente. Ele utilizou uma cruz de madeira construída nas medidas que correspondem às informações históricas sobre a cruz de Jesus (2,34 metros por 2 metros), selecionou voluntários para serem suspensos, monitorizou eletronicamente cada detalhe – tudo com olhos e sentidos treinados de quem foi Patologista-chefe do Instituto Médico Legal de Nova York durante 35 anos. As suas conclusões a partir dessa minuciosa investigação são agora reveladas no livro A crucificação de Jesus – as conclusões surpreendentes sobre a morte de Cristo na visão de um investigador criminal, recém-lançado no Brasil (Editora Idéia e Ação, 455 págs., R$ 49,90).
"Foi como se eu estivesse conduzindo uma autópsia ao longo dos séculos", escreve o autor na introdução da obra. Trata-se de uma viagem pela qual ninguém passa incólume – sendo religioso, agnóstico ou ateu. O ponto de partida é o Jardim das Oliveiras, quando Jesus se dá conta do sofrimento que se avizinha: condenação, açoitamento e crucificação. Relatos bíblicos revelam que nesse momento "o Seu suor se transformou em gotas de sangue que caíram ao chão". A descrição feita pelo apóstolo Lucas, que era médico, condiz, segundo o legista, com o fenómeno da hematidrose, raro na literatura médica, mas que pode ocorrer em indivíduos que estão sob forte stress mental, medo e sensação de pânico. As veias das glândulas sudoríparas se comprimem e depois se rompem, e o sangue mistura-se então ao suor que é expelido pelo corpo.
DEPOIS DA CRUZ - Jesus morreu de paragem cardiorespiratória.
Fala-se sempre das dores físicas de Jesus, mas o Seu tormento e sofrimento mental, segundo o autor, não costumam ser lembrados e reconhecidos pelos cristãos: "Ele foi vítima de extrema angústia mental e isso drenou e debilitou a Sua força física até à exaustão total." Zugibe cita um trecho das escrituras em que um apóstolo escreve: "Jesus caiu no chão e orou." Ele observa que isso é uma indicação de Sua extrema fraqueza física, já que era incomum um judeu ajoelhar-se durante a oração. A palidez com que Cristo é retratado enquanto está no Jardim das Oliveiras é um reflexo médico de Seu medo e angústia: em situações de perigo, o sistema nervoso central é acionado e o fluxo sanguíneo é desviado das regiões periféricas para o cérebro, a fim de aguçar a percepção e permitir maior força aos músculos. É esse desvio do sangue que causa a palidez facial característica associada ao medo. Mas esse era ainda somente o começo das 18 horas de tortura. Após a condenação, Jesus é violentamente açoitado por soldados romanos por ordem de Pôncio Pilatos, o prefeito da Judeia. Para descrever com precisão os ferimentos causados pelo açoite, Zugibe pesquisou os tipos de chicotes que eram usados no flagelo dos condenados. Em geral, eles tinham três tiras e cada uma possuía na ponta pedaços de ossos de carneiro ou outros objetos pontiagudos. A conclusão é que Jesus Cristo recebeu 39 chibatadas (o previsto na chamada Lei Mosaica), o que equivale na prática a 117 golpes, já que o chicote tinha três pontas. As consequências médicas de uma surra tão violenta são hemorragias, acúmulo de sangue e líquidos nos pulmões e possível laceração no baço e no fígado. A vítima também sofre tremores e desmaios. "A vítima era reduzida a uma massa de carne, exaurida e destroçada, ansiando por água", diz o legista.
No final do açoite, uma coroa de espinhos foi cravada na cabeça de Jesus, causando sangramento no couro cabeludo, na face e na cabeça. Também nesse ponto do calvário, no entanto, interessa a explicação pela necropsia. O que essa coroa provocou no organismo de Cristo? Os espinhos atingiram ramos de nervos que provocam dores lancinantes quando são irritados. A medicina explica: é o caso do nervo trigémeo, na parte frontal do crânio, e do grande ramo occipital, na parte de trás. As dores do trigémeo são descritas como as mais difíceis de suportar – e há casos nos quais nem a morfina consegue amenizá-las. Em busca de precisão científica, Zugibe foi a museus de Londres, Roma e Jerusalém para se certificar da planta exata usada na confecção da coroa. Entrevistou botânicos e em Jerusalém conseguiu sementes de duas espécies de arbustos espinhosos. Ele as plantou em sua casa, elas brotaram e cresceram. O pesquisador concluiu então que a planta usada para fazer a coroa de espinhos de Jesus foi o espinheiro-de-cristo sírio, arbusto comum no Oriente Médio e que tem espinhos capazes de romper a pele do couro cabeludo. Após o suplício dessa "coroação", amarraram nos ombros de Jesus a parte horizontal de Sua cruz (cerca de 22 quilos) e penduraram em Seu pescoço o título, placa com o nome e o crime cometido pelo crucificado (em grego, crucarius). Seguiu-se então uma caminhada que os cálculos de Zugibe estimam em oito quilómetros. Segundo ele, Cristo não carregou a cruz inteira, mesmo porque a estaca vertical costumava ser mantida fora dos portões da cidade, no local onde ocorriam as crucificações. Ele classifica de "improváveis" as representações artísticas que O mostram levando a cruz completa, que então pesaria entre 80 e 90 quilos.
RELIGIÃO - "Em nenhum momento meu livro contradiz as escrituras. Os meus estudos só reforçaram a minha fé em Deus", diz o legista Zugibe.
Ao chegar ao local de Sua morte, as mãos de Jesus foram pregadas à cruz com pregos de 12,5 centímetros de comprimento. Esses objetos perfuraram as palmas de Suas mãos, pouco abaixo do polegar, região por onde passam os nervos medianos, que geram muita dor quando feridos. Já preso à trave horizontal, Cristo foi suspenso e essa trave, encaixada na estaca vertical. Os pés de Jesus foram pregados na cruz, um ao lado do outro, e não sobrepostos – mais uma vez, ao contrário do que a arte e as imagens representaram ao longo de séculos. Os pregos perfuraram os nervos plantares, causando dores lancinantes e contínuas.
Preso à cruz, Cristo passou a sofrer fortes impactos físicos. Para conhecê-los em detalhes, o médico legista reconstituiu a crucificação com voluntários assistidos por equipamentos médicos. Os voluntários tinham entre 25 e 35 anos e o monitoramento físico incluiu eletrocardiograma, medição da pulsação e da pressão sanguínea. Elétrodos cardíacos foram colados no peito dos voluntários e ligados a instrumentos para testar o stress e os batimentos cardíacos. Todos os voluntários observaram que era impossível encostar as costas na cruz. Eles sentiram fortes cãibras, adormecimento das panturrilhas (barriga das pernas) e das coxas e arquearam o corpo numa tentativa de esticar as pernas.
A partir desse derradeiro, corajoso e ousado experimento realizado por Zugibe, ele passou a discutir o que causou de fato a morte de Cristo. Analisou três teorias principais: asfixia, ruptura do coração e choque traumático e hipovolémico – por isso a importância médica e fisiológica de se ter descrito, anteriormente e passo a passo, o processo de tortura física e psíquica a que Jesus foi submetido.
A teoria mais propagada é a da morte por asfixia, mas ela jamais foi testada cientificamente. Essa hipótese sustenta que a posição na cruz é incompatível com a respiração, obrigando a vítima a erguer o corpo para conseguir respirar. O ato se repetiria até à exaustão e Ele morreria por asfixia quando não tivesse mais forças para se mover. Defende essa causa mortis o cirurgião francês Pierre Barbet, que se baseou em enforcamentos feitos pelo Exército austro-germânico e pelos nazistas no campo de extermínio de Dachau.
Zugibe classifica essa tese de "indefensável" sob a perspectiva médica. Os exemplos do Exército ou do campo de concentração não valem porque os prisioneiros eram suspensos com os braços diretamente acima da cabeça e as pernas ficavam soltas no ar. Não é possível comparar isso à crucificação, na qual o condenado é suspenso pelos braços num ângulo de 65 a 70 graus do corpo e tem os pés presos à cruz, o que lhe dá alguma sustentação. Experimentos feitos com voluntários atados com os braços para o alto da cabeça mostraram que, em poucos minutos, eles ficaram com capacidade vital diminuída, pressão sanguínea em queda e aumento na pulsação. O radiologista austríaco Ulrich Moedder também derruba o raciocínio de Barbet afirmando que esses voluntários não suportariam mais de seis minutos naquela posição sem descansar. Pois bem, Jesus passou horas na cruz.
Quanto à hipótese de Cristo ter morrido de ruptura do coração ou ataque cardíaco, Zugibe alega ser muito difícil que isso ocorra a um indivíduo jovem e saudável, mesmo após exaustiva tortura: "Arteriosclerose e enfartes do miocárdio eram raros naquela parte do mundo. Só ocorriam em indivíduos idosos." Ele descarta a hipótese por falta de provas documentais. Prefere apostar no choque causado pelos traumas e pelas hemorragias. A isso somaram-se as lancinantes dores provenientes dos nervos medianos e plantares, o trauma na caixa torácica, hemorragias pulmonares decorrentes do açoitamento, as dores da nevralgia do trigémeo e a perda de mais sangue depois que um dos soldados lhe arremessou uma lança no peito, perfurando o átrio direito do coração.
Zugibe usa sempre letras maiúsculas nos pronomes que se referem a Jesus e se vale de citações bíblicas revelando a sua fé. Indagado por ISTOÉ sobre a sua religiosidade, ele diz que os seus estudos aumentaram a sua crença em Deus: "Depois de realizar os meus experimentos, eu fui às escrituras. É espantosa a precisão das informações." No final dessa viagem ao calvário, Zugibe faz o que chama de "sumário da reconstituição forense". E chega à definitiva causa mortis de Jesus, em sua científica opinião: "Paragem cardíaca e respiratória, em razão de choque traumático e hipovolémico, resultante da crucificação."
Imagens, e o texto de Natália Rangel da Revista ISTOÉ Independente.
"Que diremos disto? Se Deus está por nós, quem poderá estar contra nós?
Ele que não nos recusou o Seu próprio Filho mas O ofereceu por todos nós,
como é que não nos dará tudo com o Seu Filho?
Quem poderá acusar aqueles que Deus escolheu se Deus os declara inocentes?
Quem é que os pode condenar? Será, porventura, Cristo Jesus que morreu, e mais,
que ressuscitou e que ocupa o primeiro lugar junto de Deus, pedindo por nós?
Quem nos poderá separar do amor de Cristo?
O sofrimento, as dificuldades, a perseguição, a fome, a pobreza, os perigos, a morte?
Como diz a Sagrada Escritura:
Por causa de Ti, estamos expostos à morte todos os dias.
Tratam-nos como ovelhas para o matadouro.
Mas em tudo isto nós saímos mais que vencedores, por meio dAquele que nos amou.
Com efeito, eu tenho a certeza que não há nada que nos possa separar do amor de Deus:
Nem a morte, nem a vida; nem os anjos ou outras forças ou outros poderes espirituais;
nem o presente, nem o futuro; nem as forças do alto, nem as do abismo.
Não há nada nem ninguém que nos possa separar do amor que Deus
nos deu a conhecer por nosso Senhor Jesus Cristo."
Tradução Interconfessional em Português Corrente por:
António A. Tavares
António P. R. Júnior
João S. Carvalho
Joaquim C. Neves
José A. Ramos
Teófilo Ferreira
Palavras sábias do grande apóstolo Paulo aos Romanos 8:31-39, um homem académico, tão erudito,
mas tão crente no Senhor Jesus! E tão dinâmico! Que grande exemplo ele é para mim e para muitos...
Excetuando Jesus, é o meu Herói bíblico, sem dúvida.